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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

2º TRIMESTRE DE 2022 - GÊNESIS


Lição 10 – Jacó – Israel
Por Gerson Benedito Prado
Sábado, 28 de maio
Introdução
Na Bíblia, mudar o nome indica que a pessoa assumirá nova missão de vida. Alguns mudaram o próprio nome ou contemporâneos o fizeram, mas, nos casos mencionados em Gênesis foi Deus que mudou. Abrão (Gn 17:5), Sarai (Gn 17:15-16) e Jacó (Gn 32:28; 35:10). Mudança que trouxe nova missão. (veja o quadro anexado)
Na história de Jacó e sua família as complicações ocorridas ou iniciadas pela família patenteiam o amor e o cuidado de Deus em cumprir Sua parte na aliança com a humanidade.
Jacó, desde sua personalidade intimista, não voluntariosa ou disposta a arroubos de coragem e riscos, com atos de “sabedoria” ao engano, como indicava seu nome; seu exílio por vinte anos; o retorno, reencontrando o irmão, que ficara aguardando o momento para cumprir a promessa de morte; as peripécias causadas pela violência e ganância visível de seus filhos à morte de sua amada Raquel, serão nossas reflexões
Deus mudou o nome dele para transformá-lo em vencedor, príncipe de Deus entre os homens e fazendo-o origem de nações e povos, garantindo-lhe o privilégio de ser ancestral do Messias prometido.
Sua angustiante aproximação do irmão, também chamada “tempo de angústia para Jacó” será revivida pelos que presenciarem os momentos finais da história do tempo neste mundo, mas com a garantia de que quem estiver com Deus “será salvo dela’” (Jr 30:5-7).
Pense: “Nosso senso de dependência nos impelirá para mais perto de Deus, e nosso senso do dever a ser cumprido nos concitará ao esforço, aliado a nossas fervorosas orações — obras, fé e constante oração. Poder! Poder! Nosso grande clamor é por poder sem medida! Ele está à nossa espera... O poder de Deus nos tornará eficientes” (White, Ellen G, Esse Dia com Deus [MM 1980, 27/junho], página 194).
Desafio: Colocar todas as esperanças, fé, confiança em Deus. O SENHOR proverá.

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Domingo, 29 de maio
Lutando com Deus
A aproximação de Esaú e seus quatrocentos homens (Gn 32:6), aumentou o temor de Jacó de que a intenção dele seria a vingança. Mas, ele ainda dispunha de uma esperança, colocar-se nas mãos de Deus, o que ele fez: orou! Confessou sua indignidade em receber misericórdias e fidelidade de Deus, passando sozinho o Jordão e retornando com dois grandes grupos: família, servos e animais (Gn 32:10).
Lutou com aquele que o atacou à noite, até romper o dia (Gn 32:24). Quem lutou com ele era o anjo do SENHOR (Os 12:3-4). Ao reconhecer quem era seu oponente, pediu que o abençoasse e chamou aquele lugar de Peniel porque “Vi Deus face a face” concluindo “e a minha vida foi salva” (Gn 32:22-31). Deus confirmou a bênção da primogenitura desprezada por Esaú. O relato espiritualmente nos ensina que Deus abençoa, mas, algumas vezes precisamos “lutar” pela bênção. O homem, como é chamado o anjo, é a mesma palavra empregada para Deus e Jesus Cristo em Is 53:3, para sacerdote celestial em Daniel (Dn 10:5) e Josué emprega o termo para falar do “Príncipe do exército do SENHOR” a quem atribui o nome sagrado YAHWEH (Js 5:13-15).
Como “prêmio” por ter lutado com Deus, o SENHOR lhe muda o nome de Jacó para Israel, da lembrança do pecado para a vitória obtida (Gn 32:28).
Pense: “Como prova de seu triunfo e animação a outros para lhe imitarem o exemplo, seu nome foi mudado de um nome que lhe recordava o pecado para outro que comemorava sua vitória. E o fato de haver Jacó prevalecido com Deus constituía uma segurança de que prevaleceria com os homens. Não mais teve receio de enfrentar a ira do irmão: pois o Senhor era a sua defesa” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, página 45).
Desafio: Mesmo na condição de pecador, coloque sua causa nas mãos de Deus e confie na vitória.

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Segunda-feira, 30 de maio
O encontro dos irmãos
Concomitantemente a denominar o lugar de sua experiência de ter lutado toda uma noite, falado clamando a bênção e ouvido a resposta e promessa de Deus, Jacó viu seu irmão Esaú e aquela enorme comitiva de quatrocentos homens se aproximando. Mas já não mais temia o que lhe poderia fazer qualquer pessoa, se não fosse permitido por Deus e que, mais que a predominância concedida e existente na primogenitura, está a aliança de Deus com cada ser humano, se este assim o quiser.
Ambos os rostos, de Deus e de seu irmão, agora não mais eram visão ou significado de terror ou medo, mas da certeza do perdão, da bênção e da proteção do Deus Todo Poderoso, juntamente com o reconhecimento de que Dele provinha tudo que obtivera, seja em bens, família, saúde, tudo se reportava à presença abençoadora de Deus em sua vida.
Grande lição do diálogo desse reencontro é que precisamos de novos olhos para ver o rosto de nossos irmãos, sejam de sangue ou de relacionamentos sociais, de atividades profissionais ou de adoração e culto, como vemos o rosto de Deus, com respeito, suplicando o perdão por erros voluntários ou não e rogando sobre eles o perdão de Deus para salvação.
Jacó não se apresentou ao irmão com o orgulho e a pompa que, provavelmente, seria correto ao que tem o direito da primogenitura sobre os outros filhos de seu pai, mas “prostrou-se em terra sete vezes, até aproximar-se de seu irmão” (Gn 33:3). Transferiu em cerimônia e submissão a dignidade do senhorio a seu irmão (Gn 33:8, 13, 15), o chamando, “meu senhor”, em três momentos do diálogo (Gn 33:8, 13, 15). E se colocou somo “seu servo” (Gn 33:5).
Anteriormente já orientara seus serviçais a reverenciarem e curvarem-se diante de Esaú ao entregarem-lhe os presentes que Jacó lhe destinava. E referindo-se a Jacó como “seu servo” (Gn 32:4, 18, 20).
No reencontro efetivo prevaleceu o perdão, o amor fraternal, confirmado pelo abraço, choro e beijos entre ambos (Gn 33:4).
E Jacó rogou que o irmão aceitasse suas oferendas como o Senhor aceita os sacrifícios e ofertas dos cultos e adoração, validando a oferta como “agradável”, “aceita” pelo SENHOR. Não é a liturgia que valida o que apresentamos a Deus, mas que estejamos fazendo a vontade de Deus como Ele deseja e não como queiramos oferecer (Am 5:22).
Pense: “Quando somos injuriados, quão forte a tentação de injuriar em troca! Mas assim fazendo, mostramo-nos tão maus como o ofensor. Quando tentados a proceder assim, enviem a Deus uma oração silenciosa, para que lhes dê Sua graça e mantenha silenciosa a língua, seus lábios livres de engano...” (White, Ellen G, Filhos e Filhas de Deus [MM 1956, 17/maio], página 144).
Desafio: Manter-nos à altura da conduta de um membro do Reino de Deus. Dignidade sem orgulho, vida correta aos olhos de Deus e diante dos homens.

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Terça-feira, 31 de maio
Violência contra Diná
Reconciliado com Esaú, Jacó estabeleceu seu clã em paz e segurança no território cananeu. A expressão “são e salvo” que descreve sua chegada à Siquém indica que ele desfrutava de uma sensação de “estar seguro, completo, em paz” (Gn 33:18). Armou a tenda nos arredores da cidade, adquiriu a propriedade desse pedaço de campo (Gn 33:19).
Como seu pai Isaque que tentara adquirir propriedade entre os filisteus (Gn 26:1-33), Jacó tentava estabelecer propriedade, domínio e convivência entre cananeus, sem consultar o plano de Deus para si e família. Deus ainda não queria estabelecer Israel e descendentes na terra prometida, apenas mostrar-lhe para que a contemplassem e acreditassem que, no momento certo, o SENHOR lhes concederia a terra prometida.
Houve o terrível e violento incidente com o estupro de sua filha Diná, por Siquém, príncipe, que se enamorou da jovem. Seu pai, rei da cidade, falou com Israel e família (Gn 34:1-31). Simeão e Levi, dissimulados, sugeriram que, se eles se circuncidassem, consentiriam no casamento (Lv 19:29). Era apenas pretexto para enfraquecê-los, assassiná-los e saquearem a cidade (Gn 34:13; 34:25-27).
Jacó tomou atitude de conciliação e paz (Gn 34:5), porém, o que seus filhos fizeram trouxe o furor e desejo de vingança aos habitantes da terra, por isso teve que sair e procurar lugar (Gn 34:30).
Pense: “Quando recebemos a Cristo na alma, como hóspede permanente, a paz de Deus, que excede a todo entendimento, guarda nosso coração e espírito em Cristo Jesus... Levai comigo o jugo do serviço, para a glória de Deus e o erguimento da humanidade, e achareis suave o jugo, e leve o fardo” (White, Ellen G, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, página 702).
Desafio: Não responda a violência com violência e coloque em Deus a tua resposta.

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Quarta-feira, 1º de junho
Idolatria prevalecente
Após chacinarem Siquém, Simeão e Levi, saquearam a cidade. Jacó, envergonhado, repreendeu seus filhos, que atrevidamente lhe falaram em “direitos” (Gn 34:30-31). Mas, o SENHOR, tinha outros planos para Israel e os seus. Falou a Jacó que fosse para Betel e lá construísse um altar “ao Deus que lhe apareceu”. Jacó conhecia a misericórdia do SENHOR, mas, também quanto Deus pede fidelidade e obediência, amando os seres humanos, mas sendo intolerante com a idolatria, a impiedade, a iniquidade. Por isso, exigiu de todos que se desfizessem de seus ídolos “Joguem fora os deuses estranhos que há no meio de vocês, purifiquem-se e troquem de roupa”. Inclusive os “ídolos do lar” que Raquel havia roubado da casa de Labão (Gn 31:19, 32).
A idolatria não estava apenas em objetos de culto, mas em costumes, e por isso, entregaram a Jacó seus deuses, argolas e pendentes do corpo. Assim, em espírito de purificação, foram para Betel (Gn 34:30-35:15).
Para proteção de Israel e sua comitiva, o SENHOR colocou “o terror de Deus” sobre as cidades vizinhas (Gn 35:5). E ao chegar a Betel, Jacó - Israel, Deus lhe confirmou o novo nome e a compreensão de que a ênfase não está na liturgia ou lugar, pois Ele não é Deus de Betel, mas Deus de Abraão, Isaque, Israel. Deus de seres humanos, que O adorem, sejam-Lhe submissos e obedientes à Sua Lei (Gn 35:10). O SENHOR o abençoou, com promessa de fecundidade e principalmente, a transmissão da semente messiânica (Gn 35:11). E a certeza de habitar na terra prometida (Gn 35:12).
Pense: “Por idolatria entendia ele [Paulo] não apenas a adoração de ídolos, mas o egocentrismo, o amor das comodidades e a condescendência com o apetite e paixão. Uma mera profissão de fé em Cristo, um presumido conhecimento da verdade, não tornam um homem cristão” (White, Ellen G, Atos dos Apóstolos, página 165).
Desafio: Romper os vínculos com a idolatria e adorar somente o Deus Criador.

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Quinta-feira, 02 de junho
A morte de Raquel
Infortúnios da vida de Jacó: vinte anos exilado ao fugir de Esaú; enganado pelo sogro quanto ao casamento; a “angústia de Jacó” pelo reencontro com Esaú; a violência contra Diná; a traição de Simeão e Levi contra Siquém; a fuga para Betel; próximo a Belém Raquel dá à luz Benjamim e morre no parto; Rúben se deita com Bila, concubina de Jacó (Gn 35:25); José desaparece pela maldade dos irmãos.
No infortúnio podemos ver a salvação de Deus. Permitindo que outras pessoas recebam a salvação por nossos sofrimentos. Jacó não duvidou da proteção e direção de Deus, embora não compreendesse, aceitava. Quanto mais idoso, mais se tornava paciente com os erros de seus filhos.
Seu último filho, Benjamim, nasceu próximo a Belém, de onde veio o Salvador (Gn 35:19; Lc 2:4) e a parteira usou as palavras que o SENHOR dissera a Abraão “não tenha medo” (Gn 35:17). Raquel faleceu. O SENHOR deu a promessa “eu sou o seu escudo” (Gn 15:1).
Israel não se pronunciou sobre o ato criminoso e desprezível de Rúben (Gn 35:22), exceto quanto se despediu de seus filhos. Deveria transmitir-lhe a bênção e o direito de primogenitura, mas não o fez (Gn 49:3-4). Talvez não entendamos completamente sua atitude e paciência com seu filho primogênito, mas a lição possível é que apesar de seres humanos imperfeitos, Deus realiza Sua vontade e Seu propósito (Gn 35:22-26).
Pense: “De si mesma a humanidade não possui luz. Separados de Cristo, somos semelhantes a um círio não aceso, como a Lua quando tem a face voltada para o lado contrário ao Sol; não temos um único raio luminoso a lançar sobre a treva do mundo. Ao volver-nos, porém, para o Sol da Justiça, ao nos pormos em contato com Cristo, a alma inteira é iluminada com o brilho da divina presença” (White, Ellen G, O Maior Discurso de Cristo, página 40).
Desafio: Permitir que o Espírito Santo nos conceda toda a luz que possamos suportar.

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Sexta-feira, 03 de junho
Pontos para reflexão
A leitura de Gênesis deve ser feita com precaução de não colocar preconceitos e informações não escriturísticas, respeitando e valorizando o conceito “Sola Scriptura” e que a Escritura revela a mensagem contida nela. Nesta semana refletimos em narrativas aparentemente não esclarecidas no próprio texto ou contexto. Mas, é válido perguntar, por que foi escrito?
Há muitas lições claras e totalmente evidentes, como a adoração ao Deus Criador e Redentor e não permitir ídolos, físicos ou não, de culto ou cultura, em nosso relacionamento com o SENHOR, pois Ele não aceita duplicidade de afeição (Tg 4:5). Mas, porque relatar o incesto de Rúben?
O tempo predito de “angústia de Jacó” virá, porém, a certeza é que ele foi livrado dela e nós o seremos também – “É tempo de angústia para Jacó, mas ele será salvo dela” (Jr 30:5, 7).
Em todos os eventos estudados fica a lição de que quando somos fracos e quando Deus revela Sua força, amor e poder (2Co 12:10).
Na sequência estudaremos o tema “José, mestre dos sonhos”, refletindo sobre os tópicos “problemas familiares”, “o ataque a José”, “Judá e Tamar”, “José, um escravo no Egito” e “os sonhos do Faraó”. Que o Espírito de Deus nos ilumine mente e raciocínio para termos a luz da verdade presente.
Pense: “O Céu deve começar na Terra. Quando o povo do Senhor estiver repleto de mansidão e benignidade, compreenderão que Sua bandeira sobre eles é o amor, e Seu fruto lhes será grato ao paladar. Eles formarão aqui embaixo um céu em que se preparem para o Céu em cima... Se querem ser santos no Céu precisam ser primeiro santos na Terra” (White, Ellen G, Filhos e Filhas de Deus [MM 1956, 15/abril], página 112).
Desafio: Revelar em atos e palavras que o Céu está em você pelo evangelho da salvação.

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