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Segunda-feira, 30 de maio
Concomitantemente a denominar o lugar de sua experiência de ter lutado toda uma noite, falado clamando a bênção e ouvido a resposta e promessa de Deus, Jacó viu seu irmão Esaú e aquela enorme comitiva de quatrocentos homens se aproximando. Mas já não mais temia o que lhe poderia fazer qualquer pessoa, se não fosse permitido por Deus e que, mais que a predominância concedida e existente na primogenitura, está a aliança de Deus com cada ser humano, se este assim o quiser.
Ambos os rostos, de Deus e de seu irmão, agora não mais eram visão ou significado de terror ou medo, mas da certeza do perdão, da bênção e da proteção do Deus Todo Poderoso, juntamente com o reconhecimento de que Dele provinha tudo que obtivera, seja em bens, família, saúde, tudo se reportava à presença abençoadora de Deus em sua vida.
Grande lição do diálogo desse reencontro é que precisamos de novos olhos para ver o rosto de nossos irmãos, sejam de sangue ou de relacionamentos sociais, de atividades profissionais ou de adoração e culto, como vemos o rosto de Deus, com respeito, suplicando o perdão por erros voluntários ou não e rogando sobre eles o perdão de Deus para salvação.
Jacó não se apresentou ao irmão com o orgulho e a pompa que, provavelmente, seria correto ao que tem o direito da primogenitura sobre os outros filhos de seu pai, mas “prostrou-se em terra sete vezes, até aproximar-se de seu irmão” (Gn 33:3). Transferiu em cerimônia e submissão a dignidade do senhorio a seu irmão (Gn 33:8, 13, 15), o chamando, “meu senhor”, em três momentos do diálogo (Gn 33:8, 13, 15). E se colocou somo “seu servo” (Gn 33:5).
Anteriormente já orientara seus serviçais a reverenciarem e curvarem-se diante de Esaú ao entregarem-lhe os presentes que Jacó lhe destinava. E referindo-se a Jacó como “seu servo” (Gn 32:4, 18, 20).
No reencontro efetivo prevaleceu o perdão, o amor fraternal, confirmado pelo abraço, choro e beijos entre ambos (Gn 33:4).
E Jacó rogou que o irmão aceitasse suas oferendas como o Senhor aceita os sacrifícios e ofertas dos cultos e adoração, validando a oferta como “agradável”, “aceita” pelo SENHOR. Não é a liturgia que valida o que apresentamos a Deus, mas que estejamos fazendo a vontade de Deus como Ele deseja e não como queiramos oferecer (Am 5:22).
Pense: “Quando somos injuriados, quão forte a tentação de injuriar em troca! Mas assim fazendo, mostramo-nos tão maus como o ofensor. Quando tentados a proceder assim, enviem a Deus uma oração silenciosa, para que lhes dê Sua graça e mantenha silenciosa a língua, seus lábios livres de engano...” (White, Ellen G, Filhos e Filhas de Deus [MM 1956, 17/maio], página 144).
Desafio: Manter-nos à altura da conduta de um membro do Reino de Deus. Dignidade sem orgulho, vida correta aos olhos de Deus e diante dos homens.
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Reconciliado com Esaú, Jacó estabeleceu seu clã em paz e segurança no território cananeu. A expressão “são e salvo” que descreve sua chegada à Siquém indica que ele desfrutava de uma sensação de “estar seguro, completo, em paz” (Gn 33:18). Armou a tenda nos arredores da cidade, adquiriu a propriedade desse pedaço de campo (Gn 33:19).
Como seu pai Isaque que tentara adquirir propriedade entre os filisteus (Gn 26:1-33), Jacó tentava estabelecer propriedade, domínio e convivência entre cananeus, sem consultar o plano de Deus para si e família. Deus ainda não queria estabelecer Israel e descendentes na terra prometida, apenas mostrar-lhe para que a contemplassem e acreditassem que, no momento certo, o SENHOR lhes concederia a terra prometida.
Houve o terrível e violento incidente com o estupro de sua filha Diná, por Siquém, príncipe, que se enamorou da jovem. Seu pai, rei da cidade, falou com Israel e família (Gn 34:1-31). Simeão e Levi, dissimulados, sugeriram que, se eles se circuncidassem, consentiriam no casamento (Lv 19:29). Era apenas pretexto para enfraquecê-los, assassiná-los e saquearem a cidade (Gn 34:13; 34:25-27).
Jacó tomou atitude de conciliação e paz (Gn 34:5), porém, o que seus filhos fizeram trouxe o furor e desejo de vingança aos habitantes da terra, por isso teve que sair e procurar lugar (Gn 34:30).
Pense: “Quando recebemos a Cristo na alma, como hóspede permanente, a paz de Deus, que excede a todo entendimento, guarda nosso coração e espírito em Cristo Jesus... Levai comigo o jugo do serviço, para a glória de Deus e o erguimento da humanidade, e achareis suave o jugo, e leve o fardo” (White, Ellen G, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, página 702).
Desafio: Não responda a violência com violência e coloque em Deus a tua resposta.
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Quarta-feira, 1º de junho
Após chacinarem Siquém, Simeão e Levi, saquearam a cidade. Jacó, envergonhado, repreendeu seus filhos, que atrevidamente lhe falaram em “direitos” (Gn 34:30-31). Mas, o SENHOR, tinha outros planos para Israel e os seus. Falou a Jacó que fosse para Betel e lá construísse um altar “ao Deus que lhe apareceu”. Jacó conhecia a misericórdia do SENHOR, mas, também quanto Deus pede fidelidade e obediência, amando os seres humanos, mas sendo intolerante com a idolatria, a impiedade, a iniquidade. Por isso, exigiu de todos que se desfizessem de seus ídolos “Joguem fora os deuses estranhos que há no meio de vocês, purifiquem-se e troquem de roupa”. Inclusive os “ídolos do lar” que Raquel havia roubado da casa de Labão (Gn 31:19, 32).
A idolatria não estava apenas em objetos de culto, mas em costumes, e por isso, entregaram a Jacó seus deuses, argolas e pendentes do corpo. Assim, em espírito de purificação, foram para Betel (Gn 34:30-35:15).
Para proteção de Israel e sua comitiva, o SENHOR colocou “o terror de Deus” sobre as cidades vizinhas (Gn 35:5). E ao chegar a Betel, Jacó - Israel, Deus lhe confirmou o novo nome e a compreensão de que a ênfase não está na liturgia ou lugar, pois Ele não é Deus de Betel, mas Deus de Abraão, Isaque, Israel. Deus de seres humanos, que O adorem, sejam-Lhe submissos e obedientes à Sua Lei (Gn 35:10). O SENHOR o abençoou, com promessa de fecundidade e principalmente, a transmissão da semente messiânica (Gn 35:11). E a certeza de habitar na terra prometida (Gn 35:12).
Pense: “Por idolatria entendia ele [Paulo] não apenas a adoração de ídolos, mas o egocentrismo, o amor das comodidades e a condescendência com o apetite e paixão. Uma mera profissão de fé em Cristo, um presumido conhecimento da verdade, não tornam um homem cristão” (White, Ellen G, Atos dos Apóstolos, página 165).
Desafio: Romper os vínculos com a idolatria e adorar somente o Deus Criador.
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Quinta-feira, 02 de junho
Infortúnios da vida de Jacó: vinte anos exilado ao fugir de Esaú; enganado pelo sogro quanto ao casamento; a “angústia de Jacó” pelo reencontro com Esaú; a violência contra Diná; a traição de Simeão e Levi contra Siquém; a fuga para Betel; próximo a Belém Raquel dá à luz Benjamim e morre no parto; Rúben se deita com Bila, concubina de Jacó (Gn 35:25); José desaparece pela maldade dos irmãos.
No infortúnio podemos ver a salvação de Deus. Permitindo que outras pessoas recebam a salvação por nossos sofrimentos. Jacó não duvidou da proteção e direção de Deus, embora não compreendesse, aceitava. Quanto mais idoso, mais se tornava paciente com os erros de seus filhos.
Seu último filho, Benjamim, nasceu próximo a Belém, de onde veio o Salvador (Gn 35:19; Lc 2:4) e a parteira usou as palavras que o SENHOR dissera a Abraão “não tenha medo” (Gn 35:17). Raquel faleceu. O SENHOR deu a promessa “eu sou o seu escudo” (Gn 15:1).
Israel não se pronunciou sobre o ato criminoso e desprezível de Rúben (Gn 35:22), exceto quanto se despediu de seus filhos. Deveria transmitir-lhe a bênção e o direito de primogenitura, mas não o fez (Gn 49:3-4). Talvez não entendamos completamente sua atitude e paciência com seu filho primogênito, mas a lição possível é que apesar de seres humanos imperfeitos, Deus realiza Sua vontade e Seu propósito (Gn 35:22-26).
Pense: “De si mesma a humanidade não possui luz. Separados de Cristo, somos semelhantes a um círio não aceso, como a Lua quando tem a face voltada para o lado contrário ao Sol; não temos um único raio luminoso a lançar sobre a treva do mundo. Ao volver-nos, porém, para o Sol da Justiça, ao nos pormos em contato com Cristo, a alma inteira é iluminada com o brilho da divina presença” (White, Ellen G, O Maior Discurso de Cristo, página 40).
Desafio: Permitir que o Espírito Santo nos conceda toda a luz que possamos suportar.
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A leitura de Gênesis deve ser feita com precaução de não colocar preconceitos e informações não escriturísticas, respeitando e valorizando o conceito “Sola Scriptura” e que a Escritura revela a mensagem contida nela. Nesta semana refletimos em narrativas aparentemente não esclarecidas no próprio texto ou contexto. Mas, é válido perguntar, por que foi escrito?
Há muitas lições claras e totalmente evidentes, como a adoração ao Deus Criador e Redentor e não permitir ídolos, físicos ou não, de culto ou cultura, em nosso relacionamento com o SENHOR, pois Ele não aceita duplicidade de afeição (Tg 4:5). Mas, porque relatar o incesto de Rúben?
O tempo predito de “angústia de Jacó” virá, porém, a certeza é que ele foi livrado dela e nós o seremos também – “É tempo de angústia para Jacó, mas ele será salvo dela” (Jr 30:5, 7).
Em todos os eventos estudados fica a lição de que quando somos fracos e quando Deus revela Sua força, amor e poder (2Co 12:10).
Na sequência estudaremos o tema “José, mestre dos sonhos”, refletindo sobre os tópicos “problemas familiares”, “o ataque a José”, “Judá e Tamar”, “José, um escravo no Egito” e “os sonhos do Faraó”. Que o Espírito de Deus nos ilumine mente e raciocínio para termos a luz da verdade presente.
Pense: “O Céu deve começar na Terra. Quando o povo do Senhor estiver repleto de mansidão e benignidade, compreenderão que Sua bandeira sobre eles é o amor, e Seu fruto lhes será grato ao paladar. Eles formarão aqui embaixo um céu em que se preparem para o Céu em cima... Se querem ser santos no Céu precisam ser primeiro santos na Terra” (White, Ellen G, Filhos e Filhas de Deus [MM 1956, 15/abril], página 112).
Desafio: Revelar em atos e palavras que o Céu está em você pelo evangelho da salvação.
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