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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Lição 07 – Aliança no Sinai
Por Gerson Benedito Prado
Sábado, 09 de maio
Introdução
As alianças - na verdade, apenas “a aliança”, sempre foram instituídas para oferecer ao ser humano uma proposta de reatar o relacionamento perdido no Éden, por causa do pecado. Para finalidade de nosso estudo e compreensão, destacamos, por nomenclaturas diversas, alguma “fases” da aliança eterna de Deus:
‒ Aliança com a humanidade, através de Eva e Adão;
‒ Aliança com Noé e, firmando o conceito de Deus Criador e Salvador;
‒ Aliança com Abraão e sua descendência, estabelecendo o conceito de localidade;
‒ Aliança com Moisés, e Israel, a nova nação;
‒ E “uma nova aliança”, com a promessa de Deus criar em nós um coração novo.
Detalharemos a aliança do Sinai, quando o SENHOR retoma a aliança com os descendentes de Abraão, mostrando no êxodo que os carregou “sobre asas de águia”. Analisaremos o proceder padrão de Deus para cumprir Sua parte na aliança. Veremos que o plano da salvação é ter um “parente” que despenda o que for necessário para libertar-nos da escravidão. E, assim como o SENHOR foi para Abraão “o SENHOR Se proverá”, Ele é o “parente” que pode nos resgatar da escravidão do pecado. Deus expandiu a ideia de um representante Seu - Noé, depois Abraão, para um povo que espelhasse sobre todas as nações a luz da vontade divina de que todos sejam salvos.
E o que o SENHOR já fez em cumprimento de Suas promessas é a certeza de que cumprirá toda a Sua aliança, a nova aliança (Êx 19:4).

Pense: “Toda pessoa que recusa entregar-se a Deus está sob o domínio de outro poder. Não pertence a si mesma. Pode falar de liberdade, mas está na mais miserável escravidão. Não lhe é permitido ver a beleza da verdade, pois sua mente está sob o poder de Satanás. Enquanto se envaidece de seguir o próprio discernimento, obedece à vontade do príncipe das trevas. Cristo veio libertar

 

Domingo, 10 de maio
Sobre asas de águia
Antes de entregar a Seu servo Moisés a lei do governo de Deus sobre o Universo, o SENHOR explicou como considerava o povo da Sua aliança. Pessoas que resgatou da escravidão, levando-os para fora do Egito como que “sobre asas de águias”, para tê-los junto a Si, “vos trouxe a mim” (Êx 19:4).
Para tanto o SENHOR os instruiu detalhadamente sobre a retomada do relacionamento proposto pela aliança, de intimidade, de família, de dispendioso e distinto cuidado por eles que, pelos séculos de escravidão, se esqueceram e se afastaram da verdadeira religião. Assim o SENHOR os protegeu “e guardou-o como a menina do seu olho”, cuidando deles “como a águia desperta a sua ninhada... toma-os, e os leva sobre as suas asas” (Dt 32:10–12).
O cuidado pelos que chama de Seu povo é como o de um pai conduzindo o filho pelos caminhos da vida. O filho não precisa temer, porque sabe que o pai cuida dele e vai à frente e, se necessário, lutará para defesa e proteção do filho, provendo o necessário e suficiente para a sobrevivência (Dt 1:29–31).
Deus ama a todos os que fazem parte do Seu povo e, ainda que estejam sob o mais pesado manto de trevas e pecado, o SENHOR os chama “do Egito” (Os 11:1). E Ele se compadece de nós, porque sabe “que somos pó” (Sl 103:13–14).
Pense: “Quando os aflitos iam ter com Cristo, Ele via não somente aqueles que pediam auxílio, mas a todos quantos, ao longo dos séculos, haviam de buscá-Lo com igual necessidade e idêntica fé. [...]. O mesmo se dá quanto a todas as promessas da Palavra de Deus. Por meio delas, Ele está falando a nós, individualmente; falando tão diretamente, como se Lhe pudéssemos ouvir a voz. É por intermédio dessas promessas que Cristo comunica Sua graça e poder. Elas são folhas daquela árvore que é ‘para a saúde das nações’ (Ap 22:2

 

Segunda-feira, 11 de maio
Padrão de salvação
Como Se apresentou a Moisés: “EU SOU”, Ele é a garantia das promessas da aliança. Ao encaminhar Moisés a Faraó e aos israelitas ordenou que dissesse “EU SOU JEOVÁ” me enviou, anunciando o que Ele faria (Êx 6:6–7).
O padrão de salvação não depende de qualquer ato humano para que tenha méritos. É totalmente obra da graça, da vontade e da criação de Deus. Ele é “JEOVÁ”, ou como disse a Moisés frente à sarça “EU SOU O QUE SOU”. É Ele quem executa todo ato em prol da libertação da humanidade, e, na aliança do Sinai, em prol de Israel. Ele é quem tira o povo e, individualmente, cada pessoa que está sob opressão e escravizada pelo pecado e degeneração. Retira de sobre cada um todas as cargas que possam estar suportando.
Deus é quem paga o resgate de cada um que se volte para Ele. Ele é o remidor. Ele é o “nosso parente próximo” que dispenderá todos os esforços e tesouros dos céus para resgatar, ainda que seja apenas um que se volte para Ele.
Para a mente finita da humanidade é um gesto, obra, missão, um plano incompreensível. Quanto amor! Quanta dedicação! Quanta entrega! “Dar a Sua vida em resgate de muitos” (Mc 10:45). Provisionando o “preço de redenção por todos” (1Tm 2:6).
O resgate era uma “recompra” da vida e liberdade de uma pessoa a quem o resgatador tivesse muita consideração. Por isso, na eternidade, os salvos entoarão um cântico novo de louvor ao Cordeiro de Deus “porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5:9).
Pense: “Segundo a lei que o próprio Cristo tinha dado, a herança perdida foi resgatada pelo parente mais próximo. Jesus Cristo depôs o manto real, Sua régia coroa e revestiu Sua divindade com a humanidade, a fim de tornar-Se um substituto e penhor pelo gênero humano...” (EGW, CBASD, v. 7, p. 926).
Desafio: Saber que Cristo, Criador, irmão mais velho é o nosso resgatador.

 

Terça-feira, 12 de maio

Aliança no Sinai
Para estabelecer a aliança com Israel, o SENHOR providenciou uma solene apresentação de Sua lei e do chamado para que Israel fosse uma nação santa e um reino sacerdotal. No preparo para a consagração do povo e a entrega da lei de Deus para o povo, deveria guardá-la, como meio de testemunho e de confirmação da aliança, podemos separar os seguintes passos:
1. Israel, após 90 dias chega ao Sinai – (Êx 19:1–2);
2. Deus propõe a aliança com Israel – (Êx 19:3–6);
3. Israel aceita, afirmando “tudo que o SENHOR falou, faremos” – (Êx 19:7–8);
4. Para receber a confirmação da aliança é preciso santificação e purificação – (Êx 19:9–25);
5. A aliança é confirmada com a entrega da lei de Deus a Israel – (Êx 20:1–17);
6. Moisés é colocado como mediador da aliança – (Êx 29:18–21);
7. A aliança é explicitada para que ninguém alegasse ignorância – (Êx 20:22–23:22);
8. A aliança é confirmada pela interposição do compromisso sacerdotal – (Êx 24:1–18).
A aliança com Israel era uma fase a mais na aliança eterna de Deus, mas necessária para que Deus pudesse cumprir o tinha prometido antes a Eva e Adão, a Noé, a Abraão de que eles e seus descendentes, ainda que pequeno povo, remanescente, seriam o povo de Deus, o povo do SENHOR. E na aliança com Israel é isso que o SENHOR declara “para que hoje te confirme por Seu povo, e Ele te seja por Deus, como te tem dito, e como jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó” (Dt 29:10–13).
Pense: “Embora eles tivessem perdido em anos de cativeiro o conhecimento do Deus verdadeiro e de Sua santa lei, ainda assim Deus Se revelou a eles novamente. Em tremenda grandeza e espantosa majestade, proclamou-lhes Seus santos preceitos e ordenou-lhes que obedecessem a Sua lei. Os Dez Mandamentos são uma transcrição do caráter divino.

 

Quarta-feira, 13 de maio
Deus e Israel
Deus desejava considerar Israelita: “propriedade peculiar”, não sendo iguais aos povos e nações ao seu redor, pois seriam “reino sacerdotal” e, como povo, seriam muito diferentes de seus vizinhos, porque seriam “povo santo”. Não era uma obrigatoriedade, mas uma tomada de posição voluntária e de decisão de cada um em ouvir de Deus a “voz e guardardes a minha aliança”, isto é, obediência e observância aos mandamentos de Deus (Êx 19:5–6). Isto é, para ser o que a Palavra de Deus diz, cada israelita tinha que aceitar a ação da graça e, pelo exercício de seu livre-arbítrio, decidir ser encontrado entre o povo de Deus.
A obrigação de conhecer, observar e obedecer a lei de Deus não anula a graça, porque não gera crédito o obedecer, mas a graça atuando em cada um é que possibilita observar e guardar a lei.
Paulo esclareceu que a lei é a provedora do conhecimento do pecado (Rm 7:7) e é ela que condenará os transgressores e, por outro lado, todo o que for salvo, será somente pela graça, de forma gratuita, “pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:19–24). A graça abunda para cobrir todos os pecados de todos os que os reconhecem e pedem perdão, mas, nem por isso, permaneceremos no pecado, para que superabunde a graça, porque uma vez livres do pecado pela graça, é impossível continuar no pecado (Rm 6:1–2).
E, no final dos tempos, no juízo, será proclamado “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).
Pense: “A justificação pela fé em Cristo se manifestará na transformação de caráter. Esse é o sinal para o mundo da veracidade das doutrinas que professamos. A evidência diária de que somos uma igreja viva é vista no fato de que estamos praticando a Palavra. Um testemunho vivo é projetado para o mundo numa ação cristã consistente” (EGW, CBASD, v. 6, p. 1.071).
Desafio: Evidenciar a todo instante de nossas vidas a presença de Cristo em nós.

 

Quinta-feira, 14 de maio
Promessas, promessas...
Na aliança eterna Deus tem a função de oferecer o meio de salvação. À humanidade, como Abraão, responder com a fé (Rm 4:3). O povo israelita respondeu à proposta divina de aliança “Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos” (Êx 19:8).
Paulo, analisando qual foi a falha de Israel, reconhece que foi no engano de que a obediência, formal e demonstrada em atos exteriores gerariam a obrigação de Deus os salvar por sua obediência externa, mas essa foi sua pedra de tropeço, porque a salvação é obtida pela fé, e obras também se alcança pela fé (Rm 9:31–32). Paulo insiste em afirmar que a justiça própria, baseada méritos pessoais, não se submete à vontade de Deus, portanto, fora de Sua justiça (Rm 10:3). E, o autor de Hebreus confirma que a obediência à Palavra de Deus deve ser precedida e procedida pela fé (Hb 4:1–2).
Uma das consequências de acariciar o pensamento de que as obras são valores para a salvação é que cada um, provavelmente, estabeleça “seus caminhos” para a salvação, e então, andam “desgarrados como ovelhas”, não percebendo que essa voluntariosidade gera confusão e não salvação, a qual somente ocorre quando somos substituídos pelo Cordeiro de Deus (Is 53:6). Por maiores esforços que façamos, nossas obras e intenções são imundícies diante de Deus (Is 64:6), porque, como disse Paulo “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23).
Reflexão: Que justiça há em o que você faz ou pensa ou imagina para ser apresentada diante de Deus como digna de ser louvada e considerada para a sua salvação? (veja Rm 10:3).
Pense: “O engano de Satanás é que a morte de Cristo introduziu a graça para tomar o lugar da lei. A morte de Jesus de maneira alguma modificou, anulou ou diminuiu a lei dos Dez Mandamentos. Essa preciosa graça oferecida aos seres humanos por meio do sangue do Salvador estabelece a lei de Deus” (EGW, FO, p. 30).
Desafio: Atender aos apelos do SENHOR pela fé e pela fé fazer as obras do SENHOR.

 

Sexta-feira, 15 de maio
Pontos para reflexão
A aliança eterna é uma aliança de graça. Notavelmente na aliança do Sinai, essa característica é ressaltada, porquanto envolveu a libertação da escravidão, proteção da família na pascoa, a quase compulsão para que deixassem o Egito doando donativos e a saída do Egito para a terra prometida. No deserto, a construção do santuário e reaprender adorar e cultuar o Deus verdadeiro e aceitar a responsabilidade de manter a luz de Deus a brilhar no mundo.
Deus os tirou do Egito como que “sobre asas de águias”, e ao rememorar fatos e a aliança, o SENHOR os conclama a lembrarem-se que bençãos seriam derramadas sobre os obedientes e maldições ocorreriam sobre desobedientes e que a salvação sempre é resultado da graça e o Criador é quem se coloca como penhor da Redenção e Restauração.
O SENHOR cumpriu Sua promessa de colocar a descendência de Abraão em Canaã, mas o juramento de “tudo obedecer” do povo não foi cumprido. Tiveram o sábado, como sinal entre Deus e eles, mas, transformaram o sábado de um dia comunhão em um dia de pranto e jejum de aparência.
Na continuidade do tema “A promessa: a aliança eterna de Deus”, estudaremos o assunto “a lei da aliança” refletindo sobre o significado da eleição de Israel? Encontraremos laços que unam a eleição de Israel e a nossa eleição? Que importância para a aliança haver uma lei dentro da aliança? Existe estabilidade da lei de Deus, por estar dentro da aliança? As bênçãos da aliança estão vinculadas a obedecer, mas não é obediência incondicional e forçada, por isso, o SENHOR propõe a obediência subordinada a um questionamento decisório “Se...”. Que o Espírito Santo nos auxilie nessa empreitada.
Pense: “Durante o cativeiro no Egito, muitos israelitas haviam perdido em grande parte o conhecimento da Lei de Deus e misturaram seus preceitos com costumes e tradições pagãos. Deus os levou ao Sinai, e ali, com a própria voz, declarou Sua lei” (EGW, PP, p. 334)
Desafio: A graça e poder de Deus concedido, libertar-nos dos laços da escravidão do obscurantismo.