Para estabelecer a aliança com Israel, o SENHOR providenciou uma solene apresentação de Sua lei e do chamado para que Israel fosse uma nação santa e um reino sacerdotal. No preparo para a consagração do povo e a entrega da lei de Deus para o povo, deveria guardá-la, como meio de testemunho e de confirmação da aliança, podemos separar os seguintes passos:
1. Israel, após 90 dias chega ao Sinai – (Êx 19:1–2);
2. Deus propõe a aliança com Israel – (Êx 19:3–6);
3. Israel aceita, afirmando “tudo que o SENHOR falou, faremos” – (Êx 19:7–8);
4. Para receber a confirmação da aliança é preciso santificação e purificação – (Êx 19:9–25);
5. A aliança é confirmada com a entrega da lei de Deus a Israel – (Êx 20:1–17);
6. Moisés é colocado como mediador da aliança – (Êx 29:18–21);
7. A aliança é explicitada para que ninguém alegasse ignorância – (Êx 20:22–23:22);
8. A aliança é confirmada pela interposição do compromisso sacerdotal – (Êx 24:1–18).
A aliança com Israel era uma fase a mais na aliança eterna de Deus, mas necessária para que Deus pudesse cumprir o tinha prometido antes a Eva e Adão, a Noé, a Abraão de que eles e seus descendentes, ainda que pequeno povo, remanescente, seriam o povo de Deus, o povo do SENHOR. E na aliança com Israel é isso que o SENHOR declara “para que hoje te confirme por Seu povo, e Ele te seja por Deus, como te tem dito, e como jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó” (Dt 29:10–13).
Pense: “Embora eles tivessem perdido em anos de cativeiro o conhecimento do Deus verdadeiro e de Sua santa lei, ainda assim Deus Se revelou a eles novamente. Em tremenda grandeza e espantosa majestade, proclamou-lhes Seus santos preceitos e ordenou-lhes que obedecessem a Sua lei. Os Dez Mandamentos são uma transcrição do caráter divino.
Deus desejava considerar Israelita: “propriedade peculiar”, não sendo iguais aos povos e nações ao seu redor, pois seriam “reino sacerdotal” e, como povo, seriam muito diferentes de seus vizinhos, porque seriam “povo santo”. Não era uma obrigatoriedade, mas uma tomada de posição voluntária e de decisão de cada um em ouvir de Deus a “voz e guardardes a minha aliança”, isto é, obediência e observância aos mandamentos de Deus (Êx 19:5–6). Isto é, para ser o que a Palavra de Deus diz, cada israelita tinha que aceitar a ação da graça e, pelo exercício de seu livre-arbítrio, decidir ser encontrado entre o povo de Deus.
A obrigação de conhecer, observar e obedecer a lei de Deus não anula a graça, porque não gera crédito o obedecer, mas a graça atuando em cada um é que possibilita observar e guardar a lei.
Paulo esclareceu que a lei é a provedora do conhecimento do pecado (Rm 7:7) e é ela que condenará os transgressores e, por outro lado, todo o que for salvo, será somente pela graça, de forma gratuita, “pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:19–24). A graça abunda para cobrir todos os pecados de todos os que os reconhecem e pedem perdão, mas, nem por isso, permaneceremos no pecado, para que superabunde a graça, porque uma vez livres do pecado pela graça, é impossível continuar no pecado (Rm 6:1–2).
E, no final dos tempos, no juízo, será proclamado “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).
Pense: “A justificação pela fé em Cristo se manifestará na transformação de caráter. Esse é o sinal para o mundo da veracidade das doutrinas que professamos. A evidência diária de que somos uma igreja viva é vista no fato de que estamos praticando a Palavra. Um testemunho vivo é projetado para o mundo numa ação cristã consistente” (EGW, CBASD, v. 6, p. 1.071).
Desafio: Evidenciar a todo instante de nossas vidas a presença de Cristo em nós.
Na aliança eterna Deus tem a função de oferecer o meio de salvação. À humanidade, como Abraão, responder com a fé (Rm 4:3). O povo israelita respondeu à proposta divina de aliança “Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos” (Êx 19:8).
Paulo, analisando qual foi a falha de Israel, reconhece que foi no engano de que a obediência, formal e demonstrada em atos exteriores gerariam a obrigação de Deus os salvar por sua obediência externa, mas essa foi sua pedra de tropeço, porque a salvação é obtida pela fé, e obras também se alcança pela fé (Rm 9:31–32). Paulo insiste em afirmar que a justiça própria, baseada méritos pessoais, não se submete à vontade de Deus, portanto, fora de Sua justiça (Rm 10:3). E, o autor de Hebreus confirma que a obediência à Palavra de Deus deve ser precedida e procedida pela fé (Hb 4:1–2).
Uma das consequências de acariciar o pensamento de que as obras são valores para a salvação é que cada um, provavelmente, estabeleça “seus caminhos” para a salvação, e então, andam “desgarrados como ovelhas”, não percebendo que essa voluntariosidade gera confusão e não salvação, a qual somente ocorre quando somos substituídos pelo Cordeiro de Deus (Is 53:6). Por maiores esforços que façamos, nossas obras e intenções são imundícies diante de Deus (Is 64:6), porque, como disse Paulo “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23).
Reflexão: Que justiça há em o que você faz ou pensa ou imagina para ser apresentada diante de Deus como digna de ser louvada e considerada para a sua salvação? (veja Rm 10:3).
Pense: “O engano de Satanás é que a morte de Cristo introduziu a graça para tomar o lugar da lei. A morte de Jesus de maneira alguma modificou, anulou ou diminuiu a lei dos Dez Mandamentos. Essa preciosa graça oferecida aos seres humanos por meio do sangue do Salvador estabelece a lei de Deus” (EGW, FO, p. 30).
Desafio: Atender aos apelos do SENHOR pela fé e pela fé fazer as obras do SENHOR.
A aliança eterna é uma aliança de graça. Notavelmente na aliança do Sinai, essa característica é ressaltada, porquanto envolveu a libertação da escravidão, proteção da família na pascoa, a quase compulsão para que deixassem o Egito doando donativos e a saída do Egito para a terra prometida. No deserto, a construção do santuário e reaprender adorar e cultuar o Deus verdadeiro e aceitar a responsabilidade de manter a luz de Deus a brilhar no mundo.
Deus os tirou do Egito como que “sobre asas de águias”, e ao rememorar fatos e a aliança, o SENHOR os conclama a lembrarem-se que bençãos seriam derramadas sobre os obedientes e maldições ocorreriam sobre desobedientes e que a salvação sempre é resultado da graça e o Criador é quem se coloca como penhor da Redenção e Restauração.
O SENHOR cumpriu Sua promessa de colocar a descendência de Abraão em Canaã, mas o juramento de “tudo obedecer” do povo não foi cumprido. Tiveram o sábado, como sinal entre Deus e eles, mas, transformaram o sábado de um dia comunhão em um dia de pranto e jejum de aparência.
Na continuidade do tema “A promessa: a aliança eterna de Deus”, estudaremos o assunto “a lei da aliança” refletindo sobre o significado da eleição de Israel? Encontraremos laços que unam a eleição de Israel e a nossa eleição? Que importância para a aliança haver uma lei dentro da aliança? Existe estabilidade da lei de Deus, por estar dentro da aliança? As bênçãos da aliança estão vinculadas a obedecer, mas não é obediência incondicional e forçada, por isso, o SENHOR propõe a obediência subordinada a um questionamento decisório “Se...”. Que o Espírito Santo nos auxilie nessa empreitada.
Pense: “Durante o cativeiro no Egito, muitos israelitas haviam perdido em grande parte o conhecimento da Lei de Deus e misturaram seus preceitos com costumes e tradições pagãos. Deus os levou ao Sinai, e ali, com a própria voz, declarou Sua lei” (EGW, PP, p. 334)
Desafio: A graça e poder de Deus concedido, libertar-nos dos laços da escravidão do obscurantismo.