vila rica

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Auxiliar da Lição 6
A descendência de Abraão

Foco do estudo: 1 Pedro 2:9

ESBOÇO

Embora Israel fosse a nação escolhida por Deus e tivesse herdado a aliança de seus antepassados, não demonstrava a mesma convicção de seus predecessores. Em resultado disso, muitos em Israel cometeram os mesmos erros de alguns de seus antepassados, descartando a importância da aliança de Deus em sua própria vida. O Senhor precisou novamente peneirar o remanescente de Seus filhos e separá-los dos rebeldes.

COMENTÁRIO

Escolhidos entre todos os povos 

Em Deuteronômio 28, bem como nos livros de Isaías, Jeremias, Sofonias e vários profetas menores, promessas de aliança foram feitas a Israel com base em sua lealdade a Yahweh.

No entanto, a morte de Jesus, o Príncipe Messias, predita em Daniel 9:25-27, estendeu, por fim, a nova aliança tanto a judeus como a gentios. Qualquer pessoa, então, pela fé em Jesus, poderia reivindicar como suas as promessas da aliança. Embora muitos em Israel fossem infiéis a Deus, o Senhor permaneceu fiel a Seu povo.

O acordo sobre a terra

“O Antigo Testamento descreve a terra prometida aos patriarcas e a Israel em termos teológicos consistentes: como gracioso dom ou bênção de Deus ao Seu povo do concerto (Gn 12:1, 7; 13:14-17; 15:18-21; Dt 1:5-8; Sl 44:1-3). [...] Consequentemente, ‘Israel não pode reivindicar uma relação imediata com sua terra, não pode tê-la à sua disposição de maneira autônoma, nem venerá-la como possessão absoluta. Israel não possui a terra. [...] “Embora a terra fosse um dom da graça para Israel, o povo do concerto poderia habitar ou permanecer na terra divina somente se obedecesse ao Senhor (ver Dt 4:40; Is 1:19). O dom não pode ser recebido sem Seu Doador” (Hans K. LaRondelle, O Israel de Deus na Profecia: Princípios de Interpretação Profética. Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, p. 167).

Israel e a aliança

Um tom espiritual destacado da aliança da graça era “obedeça e viva; desobedeça e morra”. Para o antigo Israel, esse padrão temático foi tecido através do Antigo e do Novo Testamento. Da aliança adâmica à nova aliança, a funcionalidade divina da vontade ordenada e decretada de Yahweh tinha sido ligada a cada promessa divina.

A grandeza nacional de Israel e as promessas de extensão de terras tinham por base os aspectos condicionais da aliança. De fato, aquelas promessas nacionais que se aplicavam ao futuro de Israel e sua preeminência internacional estavam ligadas à sua obediência condicional. Por um lado, independentemente da escolha do ser humano, a vontade decretada de Deus depende do inabalável cumprimento de uma promessa divina (Gn 3:15). Por outro lado, Deus parece permitir que as escolhas humanas abalem a intenção de uma promessa divina, liberando assim uma cadeia de consequências amargas (Gn 2:16, 17).

O remanescente

“Sempre que os profetas do Velho Testamento retratam o remanescente escatológico de Israel, o caracterizam como uma comunidade fiel e religiosa que adora a Deus com um novo coração sobre a base do ‘novo concerto’” (Jl 2:32; Sf 3:12, 13; Jr 31:31-34; Ez 11:16-21; Hans K. LaRondelle, O Israel de Deus na Profecia: Princípios de Interpretação Profética, p. 116).

Aliança de Israel

“Esse fiel remanescente do tempo do fim se tornará a testemunha de Deus entre todas as nações e incluirá também os não israelitas, pois não levará em consideração sua origem étnica (Zc 9:7; 14:16; Is 66:19; Dn 7:27; 12:1-3).

“O panorama total da escatologia veterotestamentária revela que as bênçãos do concerto israelita como um todo serão cumpridas, não no Israel nacional descrente, mas somente naquele que for fiel a Jeová e que confia no Seu Messias. Esse remanescente incorporará os fiéis de todas as nações gentílicas e assim cumprirá o propósito divino da eleição de Israel” (Hans K. LaRondelle, O Israel de Deus na Profecia: Princípios de Interpretação Profética, p. 116).

O ponto crucial é que Deus não rejeitou ninguém em massa. Todos, judeus ou gentios, podem encontrar a salvação em Jesus (embora primeiro para o judeu). A ideia de que Deus rejeitou todos os judeus por serem judeus é totalmente antagônica às Escrituras: Como Paulo escreveu: “Qual é, então, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, sob todos os aspectos. Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus. E então? Se alguns não creram, será que a incredulidade deles anulará a fidelidade de Deus?” (Rm 3:1-3).

Observe, apenas alguns não acreditaram, mas muitos creram. E essas pessoas, esses judeus crentes, junto com os gentios, formaram a igreja primitiva. Na verdade, no princípio a igreja era constituída em sua maior parte de judeus crentes!

Deus não rejeitou ninguém em massa, como um grupo, porque a salvação nunca ocorre em massa. Judeus ou gentios, todos estão perdidos ou salvos somente como indivíduos e com base em suas próprias escolhas.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Para reflexão: A sociedade sempre tem tido consciência da linhagem. Uma boa origem ganha preferência, influência e conexão. Mesmo nos tempos bíblicos, as pessoas eram identificadas com frequência por sua ascendência familiar. Ser um dos “descendentes” de Abraão era uma questão de grande orgulho e prestígio para os judeus.

1. Qual foi o papel da aliança no estabelecimento de relacionamentos entre Deus e a humanidade durante uma época em que a linhagem era uma questão importante? O que nossa conexão com Deus tem a ver com nossa ligação com outras pessoas? Que lições podemos aprender da relação de aliança de Israel com Jeová que pode fortalecer nosso relacionamento com Ele?

2. Para abrandar os preconceitos comuns de Seu tempo, Jesus apontou algumas verdades óbvias, como o Sol brilhando tanto sobre os maus como sobre os bons (Mt 5:45). O fato de que Ele teve que lembrar o povo escolhido de Deus do óbvio nos mostra o quanto esse povo era egocêntrico. Quais são os perigos de nossa igreja se tornar egocêntrica?

3. Uma das marcas da linhagem de Israel foi a shekinah, a glória visível e esplendorosa de Deus (Êx 40:34-38). Que evidência tangível você tem de Deus? Precisamos realmente de um lembrete visível Dele? Explique. O que pode ser ainda mais poderoso? Que outros elementos de sua vida falam da presença permanente de Deus?

4. Reveja 2 Coríntios 11:16-33. Os oponentes de Paulo em Corinto eram judeus cristãos que se filiaram à igreja e buscavam posições de liderança. Eles acreditavam que, por serem descendentes de Abraão, seriam superiores aos cristãos gentios. Paulo, no entanto, não reconheceu tal distinção entre judeus e gentios em relação à sua salvação e posição perante o Senhor. Como podemos nos sentir superiores aos outros que têm tanto direito a um relacionamento de aliança com Deus quanto nós? Como podem as expectativas “externas” que temos dos outros atrapalhar a missão final da igreja?

5. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento frequentemente se referem ao povo de Deus como Sua noiva (Is 62:5; ver o livro de Oseias). Romper os votos do casamento, então, simboliza desobedecer a Deus. Quando isso acontece, corações também são quebrados. Aplicando essas imagens à sua vida, você se vê fortalecendo o vínculo entre a igreja e Cristo? A noiva, sendo a igreja, alivia o membro individual da igreja de suas responsabilidades? Explique.

6. A nova aliança nos ajuda a ser uma noiva “melhor” do que Israel? A falta de uma genealogia de destaque ajuda ou atrapalha nosso crescimento espiritual como noiva de Cristo? Explique.