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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Lição 06 – A descendência de Abraão
Sábado, 1º de maio
texto de Gerson Benedito Prado
Introdução
Oportunidades são oferecidas ao ser humano, famílias, comunidades e nações. São eventos, simultâneos ou atemporais, percebidos ou não, e voláteis. Ocorrências na vida pessoal, afetiva, profissional ou de governança, que resultam em mudanças para quem as teve, aproveitando–a ou não, e para os de sua área de influência. Foi assim com a descendência de Abraão, como seus herdeiros diretos Esaú e Jacó, abençoados ambos por Deus, ou as nações deles oriundas, mas, com experiências e resultados diversos.
Israel e seus descendentes, já como nação, receberam de Deus bençãos abundantes e superiores aos dos povos ao redor. Porém, toda benção Divina é dada para ser transferida e multiplicada aos que estão ao alcance do abençoado, como declarou o SENHOR a Abrão “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:3), e, para atender ao Seu propósito, Deus coloca os abençoados em condições privilegiadas, como Israel “Esta é Jerusalém; coloquei-a no meio das nações” (Ez 5:5).
Jesus criou uma nova nação, sem limites de território ou etnia, abrangendo o mundo. A Sua igreja. A abençoou com as mesmas palavras e propósitos ditos a Israel “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes Daquele que os chamou das trevas para Sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9).
Nesta semana refletiremos sobre “a descendência de Abraão”, sob a ótica das promessas da aliança às condições dessas promessas. Consideraremos ainda se a nação de Israel cumpriu sua parte e ou quais os resultados de se afastarem da aliança. Que o SENHOR nos envie Seu Espírito Santo para entendermos, aprendermos e apreendermos Sua vontade e graça.
Pense: “A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. […] é a depositária das riquezas da graça de Cristo; e pela igreja será a seu tempo manifesta, mesmo aos ‘principados e potestades nos Céus’ (Ef 3:10), a final e ampla demonstração do amor de Deus” (EGW, AA, p. 9).

Desafio: Conhecer e participar da aliança abraâmica de ser benção às pessoas, ao mundo e a nós.

Domingo, 02 de maio
texto de Gerson Benedito Prado
Escolhidos entre todos os povos
Por que Deus escolheu Abel e sua oferta e não a oferenda de Caim? Por que Noé e sua família? Ou por que Abrão e, depois, confirmou a Isaque e Jacó Sua aliança? Analisando as informações que temos desses escolhidos, não veremos motivos para considerá–los mais dignos que os outros. Todos foram falhos em algum momento de suas vidas e não havia méritos que os classificassem a uma eleição pelo Deus Santo, Justo e Eterno.
Há apenas um motivo conhecido e que responde os questionamentos acima: a escolha é totalmente ato de Deus, expressão de Seu amor e graça. Não houve nada nesses personagens que os qualificassem a serem dignificados pela eleição divina, apenas a graça e, como sabemos, a graça é totalmente imerecida.
E sendo um pequeno rebanho, inculto, sem prestígio como povo e nem como nação, mesmo assim, foram escolhidos para serem para Deus “o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra” (Dt 7:6).
E por que Deus os escolheu então? O próprio SENHOR, através de Seu profeta revela que amou a nação israelita como um homem ama a uma mulher que conhece e deseja amá–la, porque ele a escolheu, não porque ela tenha sido atraente, simpática ou conquistadora, mas porque ele escolheu amá–la. É isso que diz Ezequiel 16:8.
E, porque escolhido por Deus, na eternidade “serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos” (Ap 20:6). Sacerdócio significa estar em constante comunhão com Deus, em oração, e conduzir o povo à adoração do verdadeiro Deus e SENHOR.
Pense: “Todo aquele que, como Raabe, a canaanita, e Rute, a moabita, deixasse a idolatria para adorar ao verdadeiro Deus devia se unir ao Seu povo escolhido. À medida que o número de israelitas crescesse, deviam ampliar suas fronteiras até que seu reino envolvesse o mundo” (EGW, PR, p. 19).
Desafio: Estar preparado para obedecer aos estatutos do SENHOR, Remidor e Redentor, e viver com Ele.

 

Segunda-feira, 03 de maio
texto de Gerson Benedito Prado
O acordo sobre a terra
A aliança envolveu aspectos espirituais e materiais à humanidade, e, prioritariamente, a promessa de um lugar, um território, em que Deus colocaria Israel.
A promessa a Abrão, Isaque e Jacó (Gn 35:12), confirmada por José a seus irmãos (Gn 50:24). O SENHOR avisara a Abraão que sua descendência peregrinaria em terras estrangeiras, que Deus lhes entregaria como herança, esperariam “quatrocentos anos”, pois Deus ainda concederia oportunidades aos habitantes locais (Gn 15:13, 16). Moisés confirmou que a terra avistada era a terra prometida (Dt 1:8).
Destacamos anteriormente que ao ser humano cabe a “obediência”, porém Deuteronômio 28, refere–se a “bençãos”, versos 1–14 pela obediência e maldições pela desobediência, versos 15–68. Como obrigações são citados os verbos: “ouvir”, “guardar”, “andar”, “obedecer”, “cumprir”, “não desviar”, “não indo atrás de outros deuses”, todos dependentes da vontade e livre–arbítrio do ser humano.
A responsabilidade não está restrita ao indivíduo, pois o SENHOR considera nossas influências como uma semeadura, produzindo o que for semeado, se pecado, colherá pecado, se no Espírito, o fruto será a vida eterna (Gl 6:8).
Israel recebeu a terra prometida, porque era uma promessa incondicional, mas, sendo parte da aliança, a obrigatoriedade de obediência estrita às ordenanças do SENHOR estavam atreladas à permanência do cumprimento das promessas, inclusive o senhorio sobre as terras (Lv 26:27–33).
Hoje, à igreja de Deus, o Israel moderno, há uma promessa de “nova Terra”, bem como uma nova cidade, a “nova Jerusalém”. Com a diferença que essa jamais será perdida. Será a habitação eterna dos salvos (Dn 7:18).
Pense: “Os israelitas depositaram suas esperanças em grandezas mundanas. Desde a época de sua entrada na terra de Canaã, afastaram–se dos mandamentos de Deus e seguiram os caminhos pagãos. Era em vão que Deus enviava advertências por meio de Seus profetas. Em vão eles sofriam o castigo da opressão de nações estrangeiras. Toda reforma era seguida por uma apostasia ainda mais profunda” (EGW, DTN, p. 28).
Desafio: Ter certeza de estar entre os moradores da Nova Jerusalém, obedecendo toda a Palavra de Deus.

 

Terça-feira, 04 de maio
texto de Gerson Benedito Prado
Israel e a aliança
Toda aliança (acordo, concerto, contrato, pacto) sempre envolve duas ou mais partes, representando a disposição de ambas as partes assumirem compromissos de deveres e direitos. Não é diferente na aliança de Deus e a humanidade, particularmente a aliança entre a Divindade e aqueles que foram por Ele escolhidos para sustentar Sua lei e ordenanças. Por isso, ao confirmar a aliança com a nação israelita, através de Moisés, foram expostas bençãos e maldições como resultado da resposta que essa nação desse aos quesitos de seus deveres e obrigações diante da aliança, basicamente, obedecer.
Mas como não se mantiveram fiéis ao cumprimento de sua parte, colheriam o resultado anunciado de maldições. E isso ocorreu por muitas vezes, num ciclo pernicioso, apostasia com obstinada desobediência; as maldições anunciadas em Deuteronômio; o reconhecimento do erro de suas apostasias e desobediência com arrependimento; e um recomeço com a prática de uma obediência temporária e posterior retorno à apostasia (Jr 11:8).
Mas a história israelita é como que uma continuidade do período antediluviano, quando o SENHOR constatou que “toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente” (Gn 6:5). E o desvio da “imaginação dos pensamentos” do ser humano é vinculado a desviar os olhos de Deus, Sua santidade, Seu amor e compaixão, e volver toda a atenção ao ser humano e as riquezas da criação como fonte de vida e da maneira de viver. Então, deixando o pensamento de Deus de lado e seguindo seus próprios pensamentos, governa sua vida e decisões pelos sentimentos, emoções e abstrações que advenham de suas maquinações, degenerando o pensar, o sentir, o usufruir e inclinando–se à maldade e impiedade (Jr 3:1, 20).
Pense: “A infidelidade da igreja para com Cristo, permitindo que sua confiança e afeição se desviem Dele e consentindo que o amor às coisas mundanas ocupe o coração, é comparada com a quebra do voto conjugal.” (EGW, GC, p. 381).
Desafio: Manter a fidelidade a Cristo e Seus ensinos, ainda que o certo pareça o errado.

 

Quarta-feira, 05 de maio
texto de Gerson Benedito Prado
O remanescente
O SENHOR sempre teve um remanescente. Desde o Éden, passando por Noé e sua família, aprendemos esse conceito de remanescente. Remanescente por causa da insistente e repetida apostasia da nação israelita, como profetizou Isaías: haveria alguém e alguns que não seriam levados cativos, na punição das transgressões e idolatrias do povo de Deus (Is 4:3), o remanescente.
O SENHOR formará o Seu reino daqueles que ficarem – o remanescente, ainda que falhos, submissos e obedientes aos mandamentos Dele, os quais serão Seus súditos no reino eterno (Mq 4:6–7) e esse será “um povo humilde e pobre”, mas que confia no nome do SENHOR, um remanescente puro, verdadeiro, confiante na proteção e guia Divina (So 3:12–13).
O remanescente será o povo que proclamará em todo o mundo, nos mais distantes povoados, a glória e poder do Deus verdadeiro (Is 66:19), para que até os que um dia foram inimigos do SENHOR e de Seu povo o adorem e celebrem com os santos as festas e alegrias do reino de Deus (Zc 14:16), e, como aconselha Pedro, o cristão deve procurar confirmar sua vocação e eleição proclamando o Evangelho da salvação (2Pe 1:10) e não importa quão solitária possa parecer a sua vida, lembre–se que Deus tem “um remanescente fiel” (1Rs 19:14–18).
O remanescente atual são os fiéis que creem em Jesus Cristo como Seu Salvador, o seguem e guardam Seus mandamentos, podendo firmar–se na promessa “ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 10:27–28).
Pense: “Nem a morte, nem a vida, altura ou profundidade, nada nos poderá separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus; não porque a Ele nos apeguemos com firmeza, mas porque Ele nos segura com Sua forte mão. Se nossa salvação dependesse de nossos próprios esforços não nos poderíamos salvar; mas ele depende de Alguém que está por trás de todas as promessas.” (EGW, AA, p. 553).
Desafio: Apesar de nossas fraquezas, nos apegarmos à mão de Cristo, que deseja nos segurar até o céu.

 

Quinta-feira, 06 de maio
texto de Gerson Benedito Prado
O Israel espiritual
O propósito de Deus para Seu povo era que refletisse a luz do Evangelho e proclamasse a salvação e glória do SENHOR. Os descendentes de Abraão falharam em expandir essa luz e glória, mas o SENHOR não desistiu de ter um povo Seu, Sua igreja, o Israel espiritual (Gl 3:26–29).
A designação dada aos hebreus como “Seu tesouro peculiar” (Sl 135:4), os encheu de orgulho que, invés de torná–los luz ao mundo, os tornou trevas à luz da Palavra de Deus (Mt 23:15). Não importa para Deus gentílico, status ou gênero, porque todos são Seus filhos “pela fé em Cristo Jesus”, e por isso, somos todos “herdeiros conforme a promessa” (Gl 3:26–29).
Este é o amparo único e suficiente para tornar todos herdeiros das promessas: ter fé em Cristo Jesus (Gl 3:26). É também o único e suficiente motivo para que não sejam consideradas barreiras humanas de sexo, nacionalidade, status social ou outra que a capacidade humana de criá–las venha estabelecer. Se somos filhos de Deus, então somos “um em Cristo Jesus”. Porque ao nos tornarmos filhos de Deus e “um em Cristo” somos feitos herdeiros de Abraão, pela fé, que também é a fonte da salvação (Rm 4:16–17).
Abraão foi declarado herdeiro do mundo pela fé (Rm 4:13), é também pela fé que sua descendência e os adotivos da fé, se tornarão herdeiros de “uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível” (1Pe 1:4), cumprindo a profecia de Daniel de que “o reino, e o domínio, e a grandeza dos reinos debaixo de todo o céu” serão entregues aos santos do Altíssimo (Dn 7:27).
Pense: “O propósito que Deus quer realizar por meio de Seu povo hoje é o mesmo que desejou realizar por meio de Israel quando o tirou do Egito. Pela contemplação da bondade, misericórdia, justiça e amor de Deus manifestados na igreja, deve o mundo ter uma ideia de Seu caráter” (EGW, TI, v. 6, p. 12).
Desafio: Como filhos de Deus, manifestar ao mundo o amor, misericórdia e graça Dele.

 

Sexta-feira, 07 de maio
texto de Gerson Benedito Prado
Pontos para reflexão
É claro que é importante compreendermos que a aliança de Deus, embora possa ser didaticamente separada em eventos; a quem foi declarada é uma só. E como dito, é a aliança de Deus e não de Deus e a humanidade, ou com Adão, Noé, Abraão ou até mesmo “a nova aliança”, mas apenas uma e única aliança, qual seja: Deus oferece e deseja que toda a humanidade seja salva e para tanto penhora Seu amor, graça, misericórdia, compaixão e estabelece o Seu plano de redenção. Ao ser humano compete aceitar, acreditar e manifestar fé em todos os pensamentos e plano de Deus para cada um de nós.
Israel, orgulhosa e egoisticamente se apropriou da aliança como se única e exclusivamente eles tivessem méritos para receber as bençãos dela, desprezando em desempenhar a sua parte na aliança, a obediência e a adoração, para que a luz de tudo que Deus é, tem e oferece, fosse refletida e repercutisse sobre toda a humanidade. Para isso Deus chamou Abraão, para ser benção a todas as nações.
Hoje Deus tem a igreja. A igreja de Deus. Não uma denominação ou placa identificadora de algum segmento da fé cristã. A descendência espiritual de Abraão, adotados na família de Deus, pela fé, deve apresentar ao mundo a graça, amor, misericórdia e compaixão de Cristo. Sendo, cada um, um santuário do SENHOR.
Continuando nossa aprendizagem sobre “a promessa: a aliança eterna de Deus”, estudaremos a “aliança no Sinai”, refletindo sobre os tópicos “sobre asas de águia”, “padrão de salvação”, “aliança no Sinai”, “Deus e Israel” e “promessas, promessas…”. Que a promessa do Senhor Jesus de nos enviar o Ajudador seja completa sobre nós nestes próximos dias.
Pense: “Cristo veio para demolir todo muro de separação, para abrir cada compartimento das cortes do templo, a fim de que cada pessoa pudesse ter livre acesso a Deus” (EGW, PR, p. 369).
Desafio: Ter sempre em mente sua relação de filho de Deus e herdeiro da promessa.