vila rica

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Resumo da Lição 4
Uma aliança eterna

Foco do estudo: Gênesis 17:7

Esboço

Deus chamou Abraão, assim como havia chamado Noé, para um relacionamento de aliança especial que mantinha muitos dos mesmos parâmetros da aliança feita com o patriarca antediluviano. No entanto, por meio da aliança com Abraão, Deus estabeleceria o fundamento para a aliança de salvação com toda a humanidade, pelo menos com toda a humanidade que seria salva.

Comentário

Em Gênesis 15:7, o Senhor apresentou a Abraão Sua autoidentificação como Yahweh, o Deus pessoal. Como poderia Abraão pensar que a administração de sua vida não era do interesse de Deus quando Ele Se apresentou como o seu Deus pessoal?

Yahweh e a aliança abraâmica

A aliança confirmou a submissão de Abraão ao governo divino em relação a seus assuntos mais pessoais. Como Abraão poderia receber os benefícios dessa aliança, se mantivesse uma atitude egoísta? Ele não poderia, nem nós. Ao estudarmos a história desse patriarca, há uma tendência de perder de vista o fato de que a aliança abraâmica tinha a ver com uma fé operante. Da mesma forma que foi com Abraão, assim deve ser conosco também.

El-Shaddai

Esse termo aparece pela primeira vez no texto hebraico de Gênesis 17:1, 2, associado a Abraão. A palavra para Deus ali é El-Shaddai, frequentemente traduzida como “Deus Todo-Poderoso”.

Vamos desmembrá-la um pouco. A palavra El está relacionada a Elohim (“No princípio Elohim criou os céus e a Terra”) e significa onipotência, poder, transcendência. Elohim, em referência a Deus, é um título visto em todo o relato da criação em Gênesis. A palavra El, derivada desse título, é traduzida como “Deus” cerca de 200 vezes e indica o Deus poderoso.

Shaddai significa “seio”, dando a ideia de quem provê, nutre e satisfaz, e ligada à palavra El retrata a noção do “Forte e Poderoso, que pode prover e nutrir”.

De Abrão a Abraão

Em Gênesis 17:3-5, a mudança de nome indica mudança de relacionamento. Assim, estabeleceu-se uma relação superior. “Abrão foi o primeiro de vários homens cujo nome foi mudado por Deus. Os nomes eram muito mais importantes para os antigos do que para nós. Todos os nomes semitas têm um significado e geralmente consistem em uma frase ou sentença que expressa um desejo ou talvez gratidão, por par-te do progenitor. Em vista da importância que as próprias pessoas atribuíam ao nome, Deus mudou o nome de certos homens para fazer com que este se harmonizasse com a experiência deles no passado ou no futuro. Abrão, que significa ‘pai exaltado’, não aparece dessa forma em outras partes da Bíblia, mas é encontrado sob a forma Abirão, que significa ‘meu pai é exaltado’” (ver Nm 16:1; 1Rs 16:34; Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 1, p. 323).

Etapas da aliança

Envolvido na saga das etapas da aliança, “Deus fez uma aliança de três etapas com Abraão. A primeira é relatada em Gênesis 12:1-3; a segunda em Gênesis 15:1-21; e a terceira em Gênesis 17:1-14” (Gerhard M. Hasel e Michael G Hasel, The PromiseGod’s Everlasting Covenant, p. 34). Em Deuteronômio 10:16, essa aliança também foi simbolizada pelo sinal da circuncisão: “Portanto, circuncidem o coração de vocês e deixem de ser teimosos” (The Interlinear Hebrew-Greek-English Bible, v. 1, p. 489; ver Dt 10:16).

O termo circuncidar é a tradução da palavra hebraica mul, que significa cortar o prepúcio de um menino hebreu no oitavo dia após o nascimento. Assim, o significado espiritual do número oito representa a regeneração espiritual em um Yahweh de novos começos. Com a ideia de que o prepúcio do mundanismo de Israel deveria ser cortado, esse sinal espiritual foi projetado para representar a lealdade de Israel a Yahweh. Daí em diante, o antigo Israel recebeu um convite divino para participar de um relacionamento revivificado com Yahweh.

Obrigações da aliança

“Porque Eu o escolhi para que ordene aos seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo, para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que lhe prometeu” (The Interlinear Hebrew-Greek-English Bible, v. 1, p. 40; ver Gn 18:19).

A beleza dessa passagem é que revela a proeza divina do El-Shaddai para realizar o que a incredulidade considerava impossível. Foi o discernimento divino que deu energia a Abraão para pastorear Isaque com a vara da disciplina da educação equilibrada. Assim, depois que o nome de Abraão foi engrandecido, sua abnegação brilhou mais e mais.

Por que tudo isso aconteceu com Abraão? Porque o interesse próprio havia sido consumido em submissão à vontade divina, de modo que ele estava disposto a oferecer seu “filho unigênito” como cordeiro para o sacrifício. A primeira “oferta” de Abraão tipificou assim que “nada é precioso demais para ser dado a Deus” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 1, p. 1.204).

Para Abraão, “este foi o motivo principal para chamar a cena desse evento de Jeová- Jireh. Era um lembrete constante da maravilhosa graça de Jeová, que havia realizado essa libertação. [...] Que grande e gloriosa libertação a graça de Jeová havia provido, e quão inesperada e dramática! O limite do homem é sempre a oportunidade de Deus, não apenas para libertar, mas também para ensinar lições maravilhosas de Seu propósito, bem como de Sua providência” (Nathan Stone, Names of God [Nomes de Deus]. Chicago, IL: Moody Press, 1944, p. 62, 63).

Aplicação para a vida

Para reflexão: A diferença entre o médico extraordinário e o bom médico é a capa-cidade de lembrar nomes e rostos, além de problemas de saúde. Em vez de se lembrar apenas da gota, o médico extraordinário se lembra da mulher ansiosa por ficar bem para poder cuidar do seu filho recém-nascido. Em vez de se lembrar apenas do osso quebra-do, o médico extraordinário se lembra do homem preocupado em perder o emprego e o sustento da família. Nomes e pessoas: esse é o maior interesse do coração de Jesus. Essa é a essência do Seu caráter.

1. Seções inteiras da Bíblia são preenchidas somente com nomes e conexões. Naquela época, as pessoas levavam os nomes a sério. Tendo isso em mente, explique as implicações psicológicas e espirituais da mudança que Deus fez do nome de Abrão para Abraão. Por que o Senhor Se preocupou em explicar o significado de Seu próprio nome? Que diferença o significado de Seu nome representava para Seus parceiros no relacionamento de aliança?

2. Nos tempos bíblicos, a mudança de um nome frequentemente trazia uma mudança de posição. Como você pode aplicar esse conceito ao que acontece quando você nasce de novo e é batizado?

3. Onde estamos na presença sagrada de Deus depende da profundidade do nosso conhecimento do Senhor. As promessas divinas são gestos de intimidade. Como deve-mos reagir a elas? Enquanto Abraão viajava por terras estranhas e distantes, seu pacto com Deus foi uma fonte de encorajamento e companheirismo. Como são as promessas divinas hoje? Compartilhe com a classe sua promessa bíblica favorita e um momento em que essa promessa fez a diferença entre o sucesso e o fracasso em seu cresci-mento espiritual.

4. A Bíblia dá muitos títulos a Jesus. Escolha aquele que for mais significativo para você. Escreva as razões pelas quais você se relaciona com aquele título específico. Compartilhe sua lista com a classe como testemunho do que Jesus significa para você.

5. Jesus não sabe somente seu nome; Ele conhece cada pensamento seu e até mantém o registro de cada cabelo que você perde ou que fica branco. Isso faz você se sentir desconfortável ou seguro? Explique.

6. De várias maneiras, Deus tenta comunicar-nos a verdade sobre Sua natureza e caráter. Como, então, é possível adquirirmos conceitos distorcidos, falsos e até perversos de como é Deus? Como podemos corrigi-los?

7. Gênesis 17:1 refere-se a Deus como El-Shaddai, ou Deus Todo-Poderoso. Como você responderia a alguém que afirma ser impossível que Deus seja totalmente bom e to-do-poderoso ao mesmo tempo? Existe alguma contradição ou esses atributos sustentam um ao outro?

8. Em Gênesis 17:4, 5, Deus mudou o nome de Abrão para Abraão (“pai de muitas nações”). Em que sentido é possível que pessoas de origens diversas sejam descendentes de Abraão?

9. Se Deus é todo misericordioso e perdoador, por que a obediência a Seus mandamentos ainda é necessária para os seres humanos em aliança com Ele? Ele precisa de nossa obediência ou precisamos ser obedientes? Explique.