vila rica

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Lição 03 – Para todas as gerações
Por Gerson Benedito Prado
Sábado, 10 de abril
Introdução
A maioria das pessoas gostaria de ouvir a voz de Deus dizendo as mesmas palavras que alguns receberam do SENHOR, como Enoque (Gn 5:24, NAA ); Noé (Gn 6:9, NAA); Moisés (Nm 12:3, NAA); Davi (1Sm 13:14; 18:14, NAA); Daniel (Dn 10:11, NAA), ou, conhecer o que Deus faz em nossas vidas quando O servimos e nos entregamos, como Noé que teve o registro de que “encontrou favor aos olhos do SENHOR” (Gn 6:8). Mas, não estão dispostos a viver as experiências, missão e lutas de vida que eles viveram.
Muitos atenderam ao SENHOR, mas não perseveraram no caminho a que o chamado nos conduz. Falharam. Não por incompetência ou falta de dons e habilidades, mas, por não depositarem totalmente suas vidas e caminhos nas mãos do SENHOR. A aliança envolve fidelidade, confiança e entrega plena. Mas, desde a entrada do pecado na humanidade, como uma bactéria que se multiplica, se acomoda, contamina e mina as energias e vitalidade do corpo, o pecado se multiplica, entorpece e enfraquece a resistência e a domina.
Refletiremos nesta semana sobre consequências e efeitos do pecado sobre a criação e quais características de Noé o habilitaram a ser chamado por Deus à missão de recomeçar a criação na Terra, escolhido para receber a aliança, ampliação da promessa feito a Eva e Adão. Veremos que na aliança com Noé o SENHOR revela Sua graça, confirmando Seu profundo amor, misericórdia, compaixão e graça para relacionar–se conosco.
Pense: “Vivemos nos derradeiros dias da história terrestre, numa era de pecado e corrupção, e como Noé devemos viver de tal maneira que sejamos um prazer a Deus, anunciando os louvores Daquele ‘que [nos] chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz’ (1Pe 2:9). Na oração dirigida por Cristo a Seu Pai justo antes de Sua crucifixão, Ele disse ‘Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal’ (Jo 17:15)” (EGW, ME, v. 1, p. 90).

Desafio: Apresentar ao mundo e a Deus um viver que seja de louvor e exaltação de Sua graça e amor.

 

Domingo, 11 de abril
O princípio do pecado
Ao final da criação o Criador declarou que tudo “era muito bom” (Gn 1:31). Porém, o pecado entrou forçando nova avaliação e não era mais “muito bom”, como constatou o SENHOR “era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente” (Gn 6:5). A nova avaliação resultou do crescimento da maldade e suas consequências abomináveis, como rebeldia e violência.
O caminho da maldade, contrário à instrução Divina, tem progressão geométrica desde as primeiras atenções de Eva ao inimigo até a maldade contínua, como demonstrado a seguir:
(1) Eva e Adão: apetite “boa para se comer”, estética “agradável aos olhos”, orgulho “desejável para dar entendimento” e influenciar outro ao pecado “tomou do fruto… deu a seu marido” (Gn 3:6);
(2) As desculpas “A mulher”; o culpado era Deus “que me deste por companheira” ou “a serpente enganou–me” (Gn 3:11–13);
(3) Caim: se deixa dominar pela ira, ciúme, inveja e ódio; (Gn 4:5), mentindo e assassinando (Gn 4:8);
(4) Daí à poligamia (Gn 4:19);
(5) E à violência como “regra” (Gn 4:23);
(6) À concupiscência e lascívia (Gn 6:2);
(7) Desenvolvendo grande maldade na imaginação, pensamentos e coração, com o SENHOR testemunhando essas acusações contra Sua criação (Gn 6:5, 11).
Essa marcha contínua à degradação não se manifestou casualmente, mas, desenvolveu–se contínua e descendentemente, rumo ao total apagamento da “imagem e semelhança” de Deus na humanidade.
Pense: “Não pensem que Deus realizará um milagre para salvar aquelas pessoas fracas que acariciam o mal, que praticam o pecado; ou que será trazido para sua vida algum elemento sobrenatural que os eleve do eu para uma esfera mais elevada, onde será comparativamente fácil trabalhar sem qualquer esforço especial, qualquer luta especial, sem qualquer crucifixão do eu, pois todos os que se demoram no terreno de Satanás para que isso se faça, perecerão com os malfeitores” (EGW, TMOE, p. 453).
Desafio: Submeter–se ao que possa trazer o chamado de Deus, sejam aparentes derrotas ou vitórias.

 

Segunda-feira, 12 de abril
Noé
A humanidade cultua personalidades da história. Para cultuá–las dispendem horas de pesquisas, levantamentos de testemunhos e registros, escrevendo suas biografias, muitas vezes entremeadas das opiniões pessoais do biógrafo.
Entretanto, algumas das maiores e mais influentes pessoas da história não tem biografias publicadas pela impossibilidade de obter–se dados fidedignos para encher mais que uma folha com seus registros, mas, que em uma frase transpareça toda sua importância, como Enoque, cuja narrativa bíblica diz em 93 palavras todo o registro de alguém que escolheu “andar com Deus” (Gn 5:18–24, NAA), acrescido de mais quatro menções (1Cr 1:3; Lc 3:37; Hb 11:5 e Jd 1:14), somando 61 palavras, ou seja, tem apenas 154 palavras para informar sobre sua vida e importância.
Noé tem pouco mais, mas o principal está nas 12 palavras da descrição de suas características (Gn 6:9). Nesta menção temos que era: “homem justo”; “íntegro”; “andava com Deus” (Gn 6:9, NAA), e Pedro acrescenta que era: “pregador da justiça” (2Pe 2:5), mostrando que o chamado não é para glorificação do ser humano, mas atender à missão de Deus: salvar a humanidade. Sua vida testemunha a aprovação do SENHOR “achou graça aos olhos do Senhor” (Gn 6:8).
Pense: “A pena da Inspiração, fiel à sua tarefa, conta–nos os pecados em que caíram Noé, Ló, Moisés, Abraão, Davi e Salomão, e que mesmo o forte espírito de Elias sucumbiu à tentação durante sua terrível prova. A desobediência de Jonas e a idolatria de Israel são fielmente relatadas. A negação de Cristo por parte de Pedro, a viva contenda entre Paulo e Barnabé, as falhas e fraquezas dos profetas e apóstolos, todas são expostas pelo Espírito Santo, que descerra o véu do coração humano… Vendo, porém, onde eles lutaram e caíram, onde se animaram outra vez e venceram mediante a graça de Deus, somos animados e induzidos a avançar e passar por cima dos obstáculos que a natureza degenerada nos coloca no caminho” (EGW, TI, v. 4, p. 12).
Desafio: Apesar das fraquezas, dúvidas e medos, avancemos com fé na salvação e missão.

 

Terça-feira, 13 de abril
Aliança com Noé
O fundamento da aliança bíblica sempre foi a vontade Divina de restaurar na humanidade “a imagem de Deus” (Gn 1:27, NAA). Todas as alianças mencionadas: com Adão, Noé, Abraão, Moisés, Israel e a “nova aliança” (Jr 31:31, NAA), o cumprimento está garantido pela Palavra de Deus e não na humanidade (Gn 6:18).
Essa configuração, embora “aliança” signifique um acordo em partes, com deveres e direitos estabelecidos, na aliança de Deus (“minha aliança”), Deus assume a proposição de abençoar para se multiplicarem e dominarem toda a natureza; construir e ser o meio de salvação para “o remanescente”; transformá–los em muitas nações e numa nação peculiar e poderosa, como herança do SENHOR; de conduzir “o remanescente” para a liberdade e retirá–los da idolatria e do sincretismo do culto a Deus e ao inimigo e, finalmente, demonstrando todo amor, graça, misericórdia e compaixão, oferecer–se em sacrifício imaculado e santo para salvação de todos. À humanidade, apenas aceitar a graça, receber o perdão e conformar-se, em obediência, à lei de Deus (Gn 6:18).
O resultado da aliança será que Cristo, o Cordeiro de Deus “verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito”, pois o objeto de Seu amor, sacrifício e justiça “justificará a muitos” porque “e as iniquidades deles levará sobre si” (Is 53:11).
Pense: “O mundo tornou–se ousado na transgressão da lei de Deus. Por causa de Sua longa clemência os homens menosprezaram Sua autoridade. Fortaleceram–se na opressão e crueldade contra Sua herança […] Há, porém, um limite além do qual não podem passar. Próximo está o tempo em que atingirão o limite prescrito. Mesmo agora quase excederam os termos da longanimidade de Deus, e a medida de Sua graça e misericórdia. O SENHOR Se interporá para vindicar Sua própria honra, para livrar Seu povo e reprimir os excessos da injustiça” (EGW, PJ, p. 177).
Desafio: Cumprir em nossos passos o caminho que leva salvação a todos, em nome da aliança do SENHOR.

 

Quarta-feira, 14 de abril
O sinal do arco–íris
Na “nova aliança” o SENHOR se compromete em imprimir na mente “as minhas leis” e “no seu coração as inscreverei” e para satisfazer a ansiosa curiosidade de saber o disponibilizará para que “todos” o conheçam (Jr 31:31–34). Para as gerações pós–diluvianas não se apavorarem diante em calamidade de chuvas fortes ou tempestades, o SENHOR colocou um sinal de que não mais destruiria a humanidade. Esse sinal representa uma contraposição à estratégia satânica para o pecado:
 Apetite: o desejo do saber é mais que alimento para o dia, dura a eternidade;
 Estética: a beleza do arco–íris é inconfundível, despertando sempre o interesse à beleza do amor de Deus;
 Satisfação: da humanidade em saber que não mais será destruída pelas águas e de Deus por nos oferecer salvação plena (Gn 9:12–13).
O arco–íris é memorial para Deus lembrar–se de Sua aliança de salvação e amor, portanto, é intencional como memorial de Sua vontade eterna de ser conhecido e reconhecido, em beleza indescritível e dando conhecimento de quem, como e porque Ele é. Criador, Salvador, Restaurador (Gn 9:12–17).
E o arco–íris é sinal para “todo ser vivente de toda a carne” (Gn 9:15), e alcança “todas as futuras gerações” (Gn 9:12). O arco–íris mostrado a Noé é um reflexo do arco que está sobre o trono do Deus Eterno (“porei o meu arco nas nuvens” v. 13, NAA, comparar com Ez 1:26–28).
A aliança com Noé foi iniciativa de Deus (Gn 9:12–17) e é Ele quem traz à aliança todas as bondades, graça, misericórdia e salvação. À humanidade resta aceitar e corresponder em obediência e adoração, em uma comunhão que nos aproxime cada vez mais da eternidade.
Pense: “Que compaixão pelo homem falível, colocar o belo e colorido arco–íris nas nuvens, sinal do concerto do grande Deus com o ser humano!” (EGW, HR, p. 70).
Desafio: Reconhecer que o arco–íris é uma lembrança do arco de Deus, sobre o Seu trono de graça.
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Quinta-feira, 15 de abril
“Ficou somente Noé”
Noé e sua família – esposa, filhos e noras, trazem a lume o conceito de “o remanescente” ou “o restante”, na expressão “ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca” (Gn 7:23). Conceito que também aparece na frase de José a seus irmãos, no Egito, quando lhes assegurou que “Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar um remanescente” (Gn 45:7, NVI). Depois, Isaías ao falar do reinado do Renovo diz que “Os restantes de Sião e os que ficarem em Jerusalém serão chamados santos” (Is 4:3). Ou quando do Rebento de Jessé declara que o SENHOR envidará esforços “para resgatar o resto do Seu povo” (Is 11:11).
O conceito de remanescente deve nos lembrar que na criação, a humanidade derivou de apenas um casal. Após o dilúvio, de oito pessoas, Noé, seus filhos e esposas. Por não atenderem à ordenança divina de “Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai” (Gn 1:28) e por aumentar a violência Deus exterminou todas as criaturas ficando “Noé, e os que com ele estavam na arca” (Gn 7:23), posteriormente, quando tomou as providências para estabelecer um povo sua “propriedade peculiar” (Êx 19:5) e que testemunhasse de Seu poder, graça e amor, antecipou a ida de José como forma de “preservar um remanescente”. E com o conceito de remanescente estão as ações da graça e misericórdia de Deus.
Pense: “Os habitantes do mundo dos dias de Noé foram destruídos porque, após a concessão de um período de cento e vinte anos para decidirem entre o mal e o bem, deliberadamente preferiram seguir seus ímpios caminhos. […] Uma vez mais, diante da grande destruição do mundo pelo fogo, há concessão de um período de prova e teste. Os homens têm oportunidade de revelar se serão ou não leais a Deus. Satanás está buscando levar homens em posições de confiança a buscar regeneração do mundo mediante planos de sua própria imaginação” (EGW, MM [1983, 15/03], p. 82)
Desafio: Aproveitar as oportunidades que Deus nos concede para alcançar a restauração e salvação.

 

Sexta-feira, 16 de abril
Pontos para reflexão
Enoque “andou com Deus”; Moisés “era um homem muito manso”; Davi foi “um homem segundo o Seu coração [de Deus]”; Daniel foi “homem mui amado”. Todos aceitaram a aliança de Deus. Somente Noé a recebeu com um sinal e promessa de futuro, e, pelas características que o habilitaram a ser porta–voz de Deus foi “homem justo”, “íntegro”, “andava com Deus” e “pregador da justiça”. O SENHOR sempre recorreu à participação humana ao tratar com o pecado, para levar Sua mensagem de paz, amor e salvação aos pecadores e Sua intensa vontade de que a comunhão do Éden fosse renovada, como forma de conhecer a Deus.
O arco–íris, símbolo da vontade de Deus de chamar todos do engano e perdição à luz da verdade e salvação, é reflexo do arco projetado sobre o trono do ETERNO e do Cordeiro, sendo uma lembrança para Deus de que só colocará a humanidade diante de Si para julgá–la com justiça e retidão e à humanidade lembra que o SENHOR ainda oferece chance de sair do pecado e da iniquidade para a justiça e santidade.
Continuando estudaremos o assunto “uma aliança eterna” pelos tópicos “Yahweh e a aliança abraâmica”, “El Shaddai”, “de Abrão a Abraão”, “Etapas da aliança” e “obrigações da aliança”, discutindo o nome de Deus, seu significado e a importância dos nomes na relação Deus e humanidade e na própria cultura humana e a relação dessas reflexões com as condições da aliança. O Espírito Santo, prometido por Jesus (Jo 14:26) seja nosso instrutor. Amém!
Pense: “O arco–íris, um fenômeno físico natural, era um símbolo apropriado da promessa de Deus de nunca mais destruir a Terra por uma inundação. […] A mente espiritual pode ver, nos fenômenos naturais, revelações que Deus faz de Si mesmo (Ver Rm 1:20). Assim, o arco–íris é uma evidência, para o crente, de que a chuva trará bênçãos, e não destruição universal” (CBASD, v. 1, p. 255).
Desafio: Estudar e compreender todas as evidências de um Deus que se aproxima para salvar.