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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Lição 02 – Os princípios fundamentais da aliança
Por Gerson Benedito Prado
Sábado, 03 de abril
Introdução
Na criação Deus teve por objetivo estabelecer um relacionamento íntimo e profundo com Suas criaturas, que resultasse em seres completos em corpo, mente, moral, social e espiritualmente. O pecado quebrou esse relacionamento. O SENHOR já pensara em como restaurar esse relacionamento, através de Cristo que daria Sua vida pela humanidade, imputando–lhes Sua justiça, recebendo em Si a punição do pecado de toda humanidade. Essa é a aliança de Deus! Este é o fundamento da aliança eterna.
Nesta semana refletiremos sobre este assunto “os princípios fundamentais da aliança”, sendo eles: Cristo o (1) “meio” de restauração, (2) “obediência” a resposta humana, confirmando sua fé na (3) “promessa”. A leitura do “verso para memorizar” demonstra estes princípios fundamentais: – obediência; promessa e provimento ou meio (Êx 19:5).
A aliança é uma só. Deus deseja restaurar o relacionamento conosco, quebrado pelo pecado, provendo tudo. Mas reconhecendo que a humanidade se esquece rapidamente quem é Seu Criador e de onde vem sua vida, a aliança dada a Adão e Eva (Gn 3:15) foi repetida a Noé (Gn 6:18), reiterada a Abraão (Gn 12:3), confirmada a Moisés e ao povo israelita (Êx 6:1–8) e estabelecida como a “nova aliança” (Jr 31:31-34).
A nós compete obedecer pela fé na promessa Divina, fé demonstrada em obras de salvação. Essa é a aliança e seus fundamentos que estudaremos. Que o Espírito de Deus seja nosso Instrutor e conduza nossos pensamentos nesta semana.
Pense: “Nos dias mais escuros, quando as aparências se mostram intransponíveis, não temam. Tenham fé em Deus. Ele está realizando Sua vontade, operando todas as coisas em benefício do Seu povo. A força dos que O amam e servem será renovada dia a dia. Sua compreensão será colocada a serviço deles, para que não errem ao executar os propósitos divinos” (EGW, TI, v. 8, p. 11).

Desafio: Ouvir, aceitar e obedecer todas as Palavras de Deus para receber as bençãos da Sua aliança.

Domingo, 04 de abril
Fundamentos da aliança
A palavra hebraica “berith”, traduzida como aliança, de origem indefinida e significando originalmente “testamento” ou “último desejo” derivou para significar “o que une duas partes” ou aquilo que estabelece “vínculos”, daí, empregada no texto sagrado como definição do relacionamento ou o acordo entre o Criador e a humanidade.
A “berith” entre Deus e a humanidade tem como fundamento a palavra comprometida de Deus. Pois é Ele quem oferece a aliança e coloca em seus termos Suas promessas de restauração, por meio de Cristo (Gn 17:2; Gl 3:16). Embora tenhamos que expressar e viver nossa obediência, mas tudo vem de Deus, pois apenas Ele pode confirmar Sua Palavra imutável (Hb 6:13, 17).
A nós cabe obedecer, mas essa obrigação só é possível de ser cumprida pelo provimento do próprio Deus, em nós, por Cristo (Dt 4:13; Is 42:1, 6).
Mas, de nós mesmos não podemos atender o compromisso dessa aliança, assim Deus estabeleceu o regime sacrifical, como instrução e ilustração para que o povo aprendesse a exercer fé na maior promessa de Deus em Sua aliança, a vinda do Redentor. E pelos ritos de sacrifícios, o pecador compreendia a ação substitutiva do Cordeiro de Deus em seu lugar e recebia, pela fé, o perdão e a libertação da culpa. E essa pedagogia nos ensina como o amor de Deus atua em favor de cada um de nós, com o próprio Deus, em Cristo, assumindo nossas culpas, falhas e deformações de caráter, para nos conceder a justiça, misericórdia, compaixão e perfeição que são Dele e imputadas a nós.
Pense: “Precisamos fazer dia a dia uma consagração pessoal de tudo a Deus. Devemos renovar diariamente nosso concerto de ser inteiramente e para sempre Dele. Não ponhamos nossa confiança em sentimentos mutáveis, mas firmemos os pés na segura plataforma das promessas de Deus: ‘Tu o disseste; creio na promessa’. Essa é uma fé inteligente” (EGW, NAV [MM 1962, 28/04], p. 122).
Desafio: Tenha fé nos fundamentos da aliança de Deus: promessa, obediência, provimento em Cristo.

 

Segunda-feira, 05 de abril
Aliança com Noé
Na aliança com Noé, a palavra aliança (“berith”) aparece pela primeira vez na Escritura e no contexto da revelação a Noé da decisão Divina de destruir toda a criação por causa do crescimento do pecado. O SENHOR depuraria a criação mineral, vegetal e animal e reergueria, a partir de Noé uma nova humanidade, confirmando Sua vontade de prevalecer Sua aliança.
Para Noé e sua família a proteção estava em obedecer a palavra de Deus e entrar na arca (Gn 6:18). Não havia dúvida da intenção divina de salvar Noé e sua família. A garantia toda está na aliança e a fé na promessa da aliança que é a salvação. Não havia méritos em Noé e seus familiares para apresentar ao SENHOR que não fosse sua fé e confiança de que Ele, Deus, cumpriria toda Sua Palavra empenhada na aliança.
Mas a aliança envolvia o testemunho de Noé, em palavras, ao repercutir com seus contemporâneos a mensagem de que o SENHOR faria cair um dilúvio sobre toda a Terra e os que se arrependessem, confessassem seus pecados, rogando perdão e convertendo–se, em pensamentos, palavras e ações, seriam salvos, bem como ao construir a arca e por todo tempo dessa construção – dezenas de anos, cada madeira serrada ou aplainada, cada cravo pregado, cada encaixe preparado e conseguido era uma pregação a favor do anúncio do dilúvio.
O SENHOR quer salvar, redimir, restaurar e, para que isto ocorra, busca que aqueles que com Ele se relacionam testemunhem de Sua aliança, como Noé.
Pense: “A verdadeira fé apreende e suplica a benção prometida, antes que esta se realize e a experimentemos. Devemos, pela fé, enviar nossas petições para dentro do segundo véu, e fazer com que nossa fé se apodere da benção prometida e a invoque como sendo nossa. Devemos, então, crer que recebemos a benção, porque nossa fé se apoderou dela, e segundo a Palavra, é nossa” (EGW, PE, p. 72).
Desafio: Reconhecer que o SENHOR, por Sua aliança, quer nos dar todas as bençãos que necessitamos.

 

Terça-feira, 06 de abril
Aliança com Abraão
Para Adão e Eva a promessa de um “descendente”. A Noé a salvação da família na Arca. Para Abraão a promessa de um relacionamento duradouro, que ultrapassaria os dias que seus olhos divisavam. Abençoá–lo para que se tornasse uma benção a todas as famílias da Terra (Gn 12:3)
Para Abraão ser incluso sob a égide desse acordo foi colocada uma condição que, humanamente, apontavam para o desconhecido e incerto, mas que obedecida pela fé, resultaria no cumprimento da aliança com ele e sua descendência: (1) se tornaria “uma grande nação”; (2) teria reconhecimento em termos humanos “engrandecerei o teu nome” e (3) seria transformado em conduto das bençãos de Deus para as famílias da Terra em todos os tempos “Em você serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:1–3).
Segundo Paulo, as promessas dessa aliança foram cumpridas desde que Abraão creu “Abraão creu a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça”, e pela fé, os que também creram depois dele nas promessas foram feitos seus descendentes “os que são da fé, esses são filhos de Abraão” e as bençãos garantidas a ele também alcançariam a todos os que cressem como ele e, dessa forma, se cumpriria a promessa de ser uma benção a todas as famílias da Terra “os que são da fé são abençoados com o crente Abraão” tornando os que são de Cristo “descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3:6–9, 29).
Deus confirmou Sua aliança e promessas de grande descendência e torná–lo benção a todas as famílias quando anunciou o nascimento de Isaque, apesar da idade dele e de Sara (Gn 15:4–21) e confirmando mais uma vez quando lhe mudou o nome de Abrão para Abraão (Gn 17:1–14), preservando sempre a verdade presente de Sua vontade e decisão de restaurar o relacionamento profundo, íntimo e de grandeza e perfeição que se espelharia no desenvolvimento da estatura perfeita do ser humano, Deus avançou Sua aliança para tempos futuros, como demonstram os verbos de Suas promessas “mostrarei”, “farei”, “abençoarei” e “amaldiçoarei” (Gn 12:1–3).
A única exigência e responsabilidade humana na aliança é que implica obediência, mas Abraão a atendeu, mesmo desconhecendo qual seria o resultado de sua decisão (Hb 11:8).
Pense: “Uma vez que Abraão havia mostrado falta de fé nas promessas de Deus, Satanás o acusara perante os anjos e perante Deus de ter deixado de cumprir as condições do concerto e de ser indigno das bençãos dessa aliança. Deus desejou provar a lealdade de Seu servo perante todo o Céu, para demonstrar que nada menos que perfeita obediência poder ser aceito, e para tornar evidente de maneira mais ampla, perante eles, o plano da salvação [….]” (EGW, PP, p. 155).
Desafio: Confiar que o chamado de Deus traz também a força, a proteção e o poder para cumpri–lo.

 

Quarta-feira, 07 de abril
Aliança com Moisés
Ao falar com Moisés sobre a primeira resposta de Faraó ao pedido de libertar os israelitas, determinando afligir com mais trabalho forçado, para cederem à ideia de permanecerem sob o jugo da servidão egípcia por sobrevivência, o SENHOR recapitulou a aliança feita com Abraão, confirmada com Isaque e Jacó, de que seus descendentes seriam grande nação e possuiriam as terras contempladas por Abraão em suas peregrinações, como cumprimento das promessas que o SENHOR fizera (Êx 6:1-8; Gn 12:1–3).
O êxodo não era parte das promessas, mas, necessário para retirá–los da escravidão, libertá–los da corrupção da idolatria e da transgressão das leis de Deus. Por isso, nas tábuas da Lei é mencionado que a aliança do Sinai foi dada sob o contexto da libertação da escravidão (Êx 20:2).
A aliança com Moisés é a aliança da graça como as anteriores, tendo como ênfases:
1. – Relacionamento entre Deus e Seu povo (Gn 17:7–8; Êx 19:5–6).
2. – Seriam uma grande nação (Gn 17:7–8; Êx 19:6).
3. – Obedecer era quesito imprescindível (Gn 17:9–14; Gn 22:16–18; Êx 19:5).
Na aliança Deus salva e dá Sua Lei para ser obedecida. Nos Evangelhos, a instrução de Jesus é a mesma salvar e exigir a obediência à Lei (1) salvação (Jo 1:29; 1Co 15:3; Gl 1:4) e (2) implantação de Sua lei dentro de nós (Gl 2:20; Rm 4:25; 8:1–3; 1Pe 2:24). E nesses fundamentos o propósito da aliança é um só, restabelecer o relacionamento entre Deus e a humanidade, individual e pessoalmente, mas também como povo (Êx 6:7).
Pense: “Não somente por ocasião do advento do Salvador, mas ao longo de todos os séculos após a queda e a promessa de redenção (2Co 5:19). Cristo era o fundamento e o centro do sistema sacrifical, tanto da era patriarcal como da judaica. […] Foi o Filho de Deus que fez aos nossos primeiros pais a promessa de redenção” (EGW, PP, p. 366).
Desafio: Aceitar ser incluído na aliança da graça, pela misericórdia de Deus em Cristo e ser Seu povo.

 

Quinta-feira, 08 de abril
Nova aliança
Para que não pairasse dúvida de que a aliança de Deus com o ser humano é de origem, execução e cumprimento Divino, ao dimensionar o alcance que o SENHOR pretendia para Sua aliança, que fosse introjetada ao coração e mente das pessoas, gerando um povo de Deus sem etnia, o SENHOR registrou por Seu servo, o profeta Jeremias a aliança sob os termos de “nova aliança” (Jr 31:31–33).
Na aliança mosaica ou sinaítica, a responsabilidade de conhecer a Deus como SENHOR e JEOVÁ estava sobre o povo, sua mente e coração (Êx 6:7). Na “nova aliança” a responsabilidade é do próprio Deus, que se compromete em introduzir no âmago do ser humano Sua lei “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jr 31:33).
E essa introjeção da lei no mais profundo imo do ser humano resultaria em que todos O conhecerão, porque todos receberão o perdão de suas iniquidades e saberão que seus pecados foram esquecidos, porque apagados pela graça, misericórdia e compaixão divinas (Jr 31:34), como ensinou Jesus “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (Jo 17:3), mas, na “nova aliança” permanecem os elementos da graça e obediência, como nas alianças anteriores (Jr 31:31–34).
Pense: “Sob o novo concerto, as condições pelas quais se alcança a vida eterna são as mesmas que sob o antigo: obediência perfeita. […] No novo e melhor concerto, Cristo cumpriu a lei em favor dos seus transgressores, se O recebem pela fé, como Salvador pessoal” (EGW, PC [MM 1965, 20/10], p. 299).
Desafio: Abrir coração e mente ao SENHOR para escrever em nós Sua Lei e se torne conhecido por nós.

 

Sexta-feira, 09 de abril
Pontos para reflexão
Do Gênesis ao Apocalipse é mostrado o amor de Deus. No Éden (Gn 1:28) e na promessa de um descendente (Gn 3:15). Depois, a Noé (Gn 6:18). Após o dilúvio o SENHOR escolheu Abrão, para levar Sua aliança, saindo de sua terra e parentela e ir a um lugar desconhecido, tornando–se o “pai da fé”, e mudado seu nome para Abraão, fez–se pai de nações e abençoador das famílias da Terra (Gn 17:6–8). O SENHOR ratificou essa aliança no Sinai (Êx 6:1–8), e, para declarar a eternidade da aliança, apresentou “uma nova aliança”, que depende das pessoas apenas em se disporem serem alcançadas pela graça, pois Deus escreveria em seus corações Sua Lei, e seria conhecido de todos por perdoar–lhes e apagar de suas mentes o pecado.
Nos aprofundaremos em nossas reflexões sobre “a promessa: a aliança eterna de Deus”, estudando na próxima semana o tema “para todas as gerações”, abrindo os tópicos “o princípio do pecado”, “Noé”, “aliança com Noé”, “o sinal do arco–íris” e “ficou somente Noé”. Que possamos ter o Espírito Santo como nosso instrutor, luz e revelador dos mistérios do conhecimento de Deus.
Antes de avançarmos consideremos que necessidade tinha Deus de oferecer à humanidade uma aliança? Aliança pressupõe igualdade de condições. Não foi, não é e nunca será a condição dos participantes da aliança de Deus. Ele é Deus, Todo–Poderoso, Criador. A humanidade é pecadora, contumaz em rebeldia. Mas, desde o início, o SENHOR quis e quer um relacionamento Divino–humano que não dependa da igualdade, mas do amor. O amor de Deus por Sua criação. E nosso amor, como resposta a termos sido amados, ainda que imerecedores.
Pense: “O jugo que liga ao serviço é a lei de Deus. A grande lei de amor revelada no Éden, proclamada no Sinai e, na nova aliança, escrita no coração, e o que liga o obreiro humano à vontade de Deus” (EGW, DTN, p. 329).
Desafio: Abrir mente e coração para que o SENHOR ali possa escrever Sua Lei e se fazer conhecido.