vila rica

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Auxiliar da Lição 13
A vida na nova aliança

Foco do estudo: João 10:10

ESBOÇO

A aliança entre Deus e a humanidade vai além do dogma religioso e da doutrina; ela define nosso relacionamento com o Céu. Ao aceitar a aliança, abrimo-nos para o amor de Deus e para Sua promessa de salvação.

COMENTÁRIO

O pintor Willem de Kooning, que morava na cidade de Nova York, passou um tempo na zona rural da Carolina do Norte. Certa noite, ele e a esposa saíram de uma festa e caminharam. O céu estava sem nuvens; as estrelas cintilavam. “Eles nunca tinham experimentado uma visão dessa na cidade, onde a luminosidade apagava as estrelas e apenas uma parte do céu era visível de uma janela do apartamento. De repente, Kooning disse: ‘Vamos voltar para a festa. O Universo me dá arrepios.’”

Arrepios?

Claro, um lugar medido em anos-luz por seres como nós, medidos em metros e centímetros, parecia assustador. Ocupando por milênios o centro do Universo (ou assim imaginamos), apenas para sermos ingloriamente exilados às periferias de uma galáxia entre trilhões – fomos atingidos no ego.

“A vida de um homem”, lamentou David Hume, “não tem maior importância para o Universo do que a de uma ostra”.

Na verdade, isso depende do tipo de Universo. Em um Universo sem sentido, sem propósito e sem Deus, talvez seria possível apresentar esse argumento (porém, ainda assim, uma ostra?). Mas não no Universo descrito nas Escrituras: “Quando José despertou do sono, fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria por esposa. Porém não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um Filho, a quem pôs o nome de Jesus” (Mt 1:24, 25).

A humanidade é tão importante que o Deus que criou o Universo tornou-Se parte dela. (Em comparação com o que foi necessário para criar o Universo no princípio, tornar-se parte dele seria fácil.) Aquele cuja criação é medida em anos-luz encolheu-Se para tornar-Se Alguém medido em metros e centímetros.

Willem de Kooning, limitado pelas leis da natureza, não conseguiria se transformar em uma de suas criações. Mas Deus, não limitado por essas leis, podia – e fez, e foi isso que aconteceu com Jesus de Nazaré. O Criador Se tornou uma pessoa, um ser humano que, como um de nós, Se ligou a nós com laços que nunca serão desfeitos.

E o ponto central da promessa da aliança é o que Cristo fez ao vir e morrer para que tivéssemos a promessa da vida eterna, a qual não é nossa pelas obras, mas pela graça, que se torna nossa mediante a fé.

E a fé, como a roda de uma carruagem, nos conduz aos portais da graça. Crer em Cristo significa acreditar que a morte do Salvador possui a onipotência para erradicar todos os pecados do passado. Isso é chamado de justificação pela fé. Acreditar em Cristo significa acreditar que o Paráclito (o Consolador cósmico), por meio do sacerdócio de Jesus, pode conceder graça onipresente para superarmos nossas deficiências de caráter. Isso é chamado de santificação pela fé. Acreditar em Cristo significa simplesmente confiar em Sua onisciência. Significa confiar toda a personalidade à mente e ao coração perfeitos e transformadores Daquele que é a Ressurreição e a Vida. Sim, somos salvos pela graça, mas a fé é a viagem de ônibus que nos transporta ao local da graça.

Nova aliança e vida eterna

“Através de todo o Novo Testamento, essa boa-nova sobre a ressurreição é muito mais do que informação interessante sobre o futuro. Ela transforma a vida no presente, enchendo-a de significado e esperança. Por confiar em seu destino, os cristãos já levam um novo tipo de vida. Os que vivem na esperança de compartilhar da glória de Deus são transformados em pessoas diferentes. São capazes de regozijar-se no sofrimento, porque sua vida é motivada pela esperança” (John C. Brunt, “Ressurreição e Glorificação”, em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, Casa Publicadora Brasileira, p. 349).

Nova aliança e missão

“O foco último de toda profecia bíblica e da história da salvação é o estabelecimento do reino de Deus na Terra. A Sagrada Escritura começa com o paraíso criado e perdido (Gn 1–3) e termina, no Novo Testamento, com o paraíso restaurado (Ap 21; 22). A eleição de Israel como o povo da aliança, escolhido por Deus, não era um fim em si mesma, mas a forma estabelecida por Deus para colocar diante das nações um sinal visível da justiça e paz do reino vindouro de Deus. Jesus Cristo ensinou o povo da nova aliança, Sua igreja, a orar: ‘Venha o Teu reino; faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu’ (Mt 6:10). Foi assim que a mensagem do evangelho apostólico recebeu sua perspectiva apocalíptica na continuidade fundamental com a aliança divina com o antigo Israel” (Hans K. LaRondelle, “O Remanescente e a Tríplice Mensagem Angélica”, em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, Casa Publicadora Brasileira, p. 949).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Para reflexão: Ao folhear um livro de citações, pode-se notar que as mais fascinantes são muitas vezes aquelas escritas por pessoas em seu leito de morte. As últimas palavras de um ateu famoso foram “Prestes a dar um terrível salto no escuro!” (Thomas Hobbes). Todas as alianças de Deus, todas as Suas promessas estão fundamentadas em um desejo simples: Ele quer nos salvar do pecado. Com o fim da vida vem o veredito de nosso relacionamento na aliança.

1. Um pastor disse: “Eu acredito em confissões no leito de morte. Eu sei que Deus as aceita, mas tenho que admitir que fico um pouco nervoso com elas. Não posso deixar de me perguntar se a confissão é absolutamente genuína.” É natural especular sobre as motivações dos outros. Como Deus vê o pecador que se aproxima pedindo a salvação? Como Seu conhecimento sobre o futuro afeta Sua resposta?

2. Entrar em um relacionamento de aliança com Deus nos limpa da culpa e da tristeza e nos enche de alegria. Imagine o que acontece nas cortes celestiais quando alguém dá o primeiro passo em direção à eternidade no Céu. O que você acha que seu anjo da guarda diria? No esquema celestial das coisas, como o fato de entrar em um relacionamento de aliança com Deus afeta seu acesso à vida eterna?

3. Dois ladrões crucificados, um à direita e outro à esquerda de Jesus. Um zombou Dele, o outro pediu-Lhe salvação. Com que confiança alguém pode reivindicar a promessa divina após anos afastado? Observe que Jesus não se dirigiu ao ladrão até que este falasse com Ele. O que isso diz sobre o papel do Espírito Santo? Como isso nos ajuda a entender que podemos pedir salvação, independentemente da má situação em que imaginemos nos encontrar? O ladrão viveu apenas um pouco depois de aceitar a Cristo. Que impacto, entretanto, sua vida como cristão pode ter sobre os demais? Entrar em um relacionamento de aliança com Deus afeta nossa resposta às missões e ao evangelismo?

4. Alguém descreveu a salvação de última hora do ladrão como “literalmente tropeçando no Paraíso”. Algumas pessoas tentam tirar proveito da graça de Deus esperando para aceitar a Cristo depois de terem vivido da maneira que desejam, como o ladrão viveu? Explique. Como você convenceria alguém da importância de aceitar a Cristo agora em vez de esperar até a décima primeira hora?

5. Ambrose, um antigo pregador cristão, disse: “Quão mais rica era a graça de Cristo do que a oração do malfeitor!” Por que às vezes questionamos nosso cristianismo quando há mais do que suficiente da graça divina para compensar todos os nossos pecados? Por que ser cristão é mais do que reivindicar esse título? Ser cristão significa que você será salvo? Comente. Que versos você poderia citar para confirmar sua salvação?

6. Muitas pessoas passam a vida procurando a felicidade, o que em geral é algo bastante impreciso. A alegria, fruto do Espírito, é algo que devemos ansiar. Qual é a diferença entre felicidade e alegria? A alegria, como a felicidade, é algo que presumivelmente podemos alcançar, ou é, como a salvação, dada a nós? Explique.

7. Há muitas coisas que somos capazes de fazer que são dignas do sentimento de culpa. Por meio de Cristo, Deus nos oferece um meio de escapar dessa culpa. Isso significa necessariamente que podemos, ou devemos, parar de nos sentir culpados? É irresponsável fazer isso? Explique.

8. Muitas vezes ouvimos a expressão “Deixe sua consciência ser o seu guia.” Será que a sua consciência é idêntica ao novo coração que Deus promete em várias passagens da Bíblia? A sua consciência é realmente um guia confiável?

9. Jesus nos promete vida eterna pela fé Nele. Por que a vida eterna é desejável? Significa algo diferente de apenas viver um dia após o outro, sem um fim à vista? Em que sentido você acredita que a vida eterna com Cristo será qualitativamente diferente de nossa existência atual?

10. Nossa tarefa atual como cristãos no mundo é divulgar a todos as boas-novas de Cristo. Isso significa que todos os cristãos devem ter habilidades de vendedores persuasivos? Cristo pode usar todo tipo de personalidades e talentos para levar Sua mensagem aos que precisam?