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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Lição 12 – Fé na aliança
Por Gerson Benedito Prado
Sábado, 12 de junho
Introdução
Nas Escrituras há palavras-conceitos que são verdade presente, mas ao conhecimento humano podem ser discordantes, como: redenção, justiça, graça, amor, fé... Redenção é provisão de Deus, de alcance universal. Justiça, predicado intrínseco do carácter de Deus, que a humanidade deveria manifestar por ser semelhança e imagem de Deus. Graça, caráter de Deus, disponibilizada sem preço à humanidade, mas de alto preço ao Céu (1Co 6:20; 7:23; 1Pe 1:19). Amor, característica intrínseca da Divindade, é puro, santo, sem exigir retribuição, indissolúvel, íntegro e envolve a todos, resultando em comunhão. Fé demonstra quanto conhecemos a Deus, confiamos em Sua direção, propósitos, plano e objetivo para cada um de nós e como Ele está envolvido em que nossa vida seja reflexo de Sua compaixão, misericórdia e sacrifício em favor de todos.
Por isso, a promessa de restauração é garantida pela aliança e se concretiza na fé, como declaram as Escrituras “‘o justo viverá pela fé’” (Gl 3:11).
Aliás, preparando-nos para a melhor compreensão da aliança eterna de Deus, refletiremos sobre a “fé na aliança” procurando resposta para as questões:
a. Por que a salvação é um dom? – Considere reflexões sobre o Calvário;
b. Por que somente Alguém igual a Deus poderia nos resgatar? – Considere o sacrifício em que a aliança foi envolvida;
c. O que tornou Abraão um excelente representante da fé? – E o que significa o fato de a justiça ser “imputada” ou “creditada” a nós? Medite sobre a fé do patriarca Abraão; e,
d. Como tornar nossas as promessas e a esperança encontrada na cruz? – Busque a compreensão de que precisamos descansar nas promessas.
Pense: “Os judeus ensinavam que o pecador devia arrepender-se antes que lhe fosse oferecido o amor de Deus. [...], Mas na parábola da ovelha perdida, Cristo ensina que a salvação não é alcançada por procurarmos a Deus, mas porque Deus nos procura. [...] Não nos arrependemos para que Deus nos ame, porém Ele nos revela Seu amor para que nos arrependamos” (EGW, PJ, p. 189).

Desafio: Procurar conhecer a Deus aceitando Seu amor, salvação, propósitos, comunhão.

 

Domingo, 13 de junho
Reflexões sobre o Calvário
A salvação é somente pela graça e por meio da fé! Mas, fé não é natural nem propriedade de quem a expressa. “É dom de Deus” (Ef 2:8). A graça é dom sobrenatural, característica da Divindade, concedida ao ser humano para desfrutar a restauração da constituição original, a “imagem e semelhança” do Criador.
Não há raciocínio que traduza a salvação em resultado de obras humanas, pois se assim pudesse ser, seria direito da humanidade e obrigação da Divindade em concedê-la. É difícil estimar as dimensões do amor de Cristo (Ef 3:17-19) e inestimável a enormidade do sacrifício feito para imputar Sua justiça a nós, concedendo Sua vida e companhia eternas.
“As cenas do Calvário requerem a mais profunda emoção. A esse respeito vocês estarão desculpados se manifestarem entusiasmo. Que Cristo, tão excelente, tão inocente, devesse sofrer tão dolorosa morte, suportando o peso dos pecados do mundo jamais nossos pensamentos e imaginação poderão compreender plenamente” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 212). Tente imaginar a angústia e dor que foi suportar a ausência e incomunicabilidade, e, não ouvir a confirmação de que Deus aceitara Seu sacrifício. Por isso expressou o lamentoso suspiro “Eli, Eli, lamá sabactani” (Mt 27:46).
Do Getsêmani até ressuscitar e apresentar-se ao Pai, Jesus passou por agonias que ninguém jamais experimentou, nem mesmo concebeu. No Getsêmani a não resposta do Pai, no jardim, a traição de Judas, o abandono e fuga dos mais chegados discípulos e amigos, no julgamento a negação de Pedro, no aprisionamento a tortura, zombarias e ignomínias, na cruz o deboche e provocações de seus algozes e de um dos condenados ao Seu lado, levando o Mestre exclamar “está consumado” (Jo 19:30).
Pense: “Contemplando o crucificado Redentor, compreendemos mais plenamente o tamanho e o significado do sacrifício feito pela Majestade do Céu. O plano da salvação é glorificado diante de nossos olhos, e pensar no Calvário desperta vivas e sagradas emoções em nosso ser” (EGW, DTN, p. 661).
Desafio: Reflita sobre a entrega total que Cristo fez para nos restaurar.

 

Segunda-feira, 14 de junho
A aliança e o sacrifício
Ao aceitar a sugestão demoníaca de duvidar do amor de Deus, o ser humano tornou-se escravo de quem escolheu obedecer (Rm 6:16). Servo por uma dívida. Portanto, somente se libertará mediante o pagamento do resgate do valor que for atribuído à dívida. Dessa forma, a humanidade não pode livrar-se da servidão do pecado e, apenas um ser humano com uma vida de pureza, sem pecado, pode suprir o “valor” do resgate. O resgate foi provido através do Cordeiro de Deus, sem defeito ou mancha, que derramou seu precioso sangue (1Pe 1:18-19).
O pecado resultou em escravidão e condenação à morte, mas em Cristo temos a vida eterna (Rm 6:23), como garante João em Sua carta à “11... Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho” (1Jo 5:11 e 13).
A liberdade dada na criação, de vida, domínio sobre a natureza e toda a criação, de conhecer cada vez mais, somente seriam readquiridos pelo preço inestimável da justiça existente apenas no Criador, de valor infinito e único com poder para restaurar a brecha que o pecado trouxe para o Universo.
Nenhum ser humano criado poderia recuperar essa comunhão quebrada e entregue voluntariamente ao inimigo de Deus, apenas o dom da graça e fé, oriundos em Deus poderiam pagar o preço do resgate, com o sacrifício da própria vida e sangue, o sangue de Cristo, o Filho amado da Trindade é que seria aceito como resgate. Este foi o sacrifício predito na aliança eterna de Deus.
Pense: “Maravilhoso ̶ quase maravilhoso demais para que o ser humano o compreenda ̶ é o sacrifício do Salvador em nosso favor, simbolizado em todos os sacrifícios do passado, em todos os rituais do santuário típico. E esse sacrifício era exigido. Quando reconhecemos que Seu sofrimento era necessário para assegurar nosso bem-estar eterno, nosso coração fica tocado e enternecido” (EGW, ME, v. 1, p. 309).
Desafio: Para compreender o sacrifício de Cristo, reflita, diariamente, algum tempo nas cenas finais de Sua vida na Terra.

 

Terça-feira, 15 de junho
A fé do patriarca Abraão: parte 1
Jesus respondeu aos saduceus “errais não conhecendo as Escrituras” (Mt 22:29). Muitas vezes o erro está na leitura apressada ou descuidada das Escrituras. É comum não atentar para pormenores nas narrativas bíblicas sobre personagens, ou extrair o texto do contexto, apondo suas próprias ideias, ou, ainda, concluir que uma palavra ou frase define uma doutrina. Não é assim. Deve-se examinar toda a Bíblia para formar conceitos e compor doutrinas. Conhecer alguns modos de leitura interpretativa para melhor proveito.
Por exemplo, a verdade da justificação pela fé não está em Romanos, mas desde Éden. Quando Deus anunciou a primeira aliança, com Eva e Adão (Gn 3:15), garantiu a salvação, portanto a justificação, pela fé. Depois quando anunciou que Abraão receberia bençãos incontáveis através de sua descendência, “E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça” (Gn 15:6), reiterou a justificação pela fé.
Abraão é tido como o “pai da fé”, porque creu em Deus ao obedecer à ordem de sair de sua parentela e ir para um lugar não declarado, por caminhos desconhecidos; creu na promessa de uma descendência mais numerosa que as estrelas visíveis do céu. Mas nem sempre e nem em todos os momentos de sua vida ele foi fé e obediência. Por diversos momentos falhou em sua confiança em Deus para livrá-lo das ameaças aparentes de sua vida e peregrinação.
No entanto, Abraão é excelente representante da fé porque, através dele podemos entender que as boas novas do evangelho não estão restritas à etnia que descendeu dele, mas a todo que como ele, crer em Deus, Seu plano e propósito para a vida, enfim, todos nós, se crermos que a promessa e aliança também nos alcança e, atuando sobre nós, nos redime (Rm 4:16).
Pense: “Pela fé – fé que renuncia a toda confiança própria – o necessitado suplicante precisa apropriar-se do poder infinito” (EGW, RC [MM 1986, 03/09], p. 252).
Desafio: Ter fé em Deus e Sua Palavra, dessa forma, adquirindo o poder infinito que Deus nos concede.

 

Quarta-feira, 16 de junho
A fé do patriarca Abraão: parte 2
Estudo e compreensão das Escrituras, ensinou Jesus ser “semelhante a um pai de família que tira do seu depósito coisas novas e coisas velhas” (Mt 13:52, NAA). Por exemplo, na expressão “imputado” (Gn 15:6) a palavra hebraica é “hasab” que também pode ser traduzida “creditar” (NVI); “considerar” (NVT) na referência como Labão tratava suas filhas após casá-las com Jacó: “nos considera como estranhas” (Gn 31:15); também “atribuir”, “contar” ou “computar” como na referência ao dízimo destinado ao levita (Nm 18:30).
Mesmo nos rituais dos sacrifícios a ideia de “imputar”, “creditar” ou “considerar” era expressa. Se a oferta pacífica não fosse consumida em três dias, todo o sacrifício seria considerado abominável e não era “imputado” ou “atribuído” ao ofertante (Lv 7:18) e o mesmo sentido é dito sobre o animal sacrificado dentro ou fora do arraial, mas, não apresentado no tabernáculo, o sangue derramado seria imputado ao que o sacrificasse como pecado (Lv 17:1-4).
Alusões sobre como Deus procederia quanto ao atribuir, imputar, considerar, contar, creditar Sua justiça à humanidade, e que nos ensinam que não há mérito para o ser humano, ainda que humanamente possa ser aceita como obra à missão de Deus. Mas, segundo as Escrituras, o correto para os procedimentos humanos é que testemunhem a filiação à família de Deus, pela graça e fé. Fé e obediência.
Deus nos considera justos por nos amar e assegurar em todas as formas possíveis e imagináveis que é Seu amor, Sua graça e a fé a nós concedida como dom que nos proporciona obedecê-Lo e sermos restaurados à Sua imagem e semelhança.
Pense: “Temos que aprender na escola de Cristo. Somente Sua justiça pode dar-nos direito a uma única das bênçãos do concerto da graça. Por muito tempo desejamos e procuramos obter essas bênçãos, mas não as recebemos porque temos acalentado a ideia de que poderíamos fazer alguma coisa para nos tornar dignos delas” (EGW, ME, v. 1, p. 351).
Desafio: Examine a Bíblia sob a luz do Espírito Santo e adquira a compreensão da fé que salva.

 

Quinta-feira, 17 de junho
Descansando nas promessas
Há pessoas que ao se aproximarem dos momentos finais, vivem a incerteza da salvação, porque confiaram em méritos pessoais e palavras humanas, quando as Escrituras orientam para crer apenas no Deus Criador, Redentor e Restaurador. Não é preciso chegar-se ao final da existência sob angústia do desconhecido, da impossibilidade ao ser humano apresentar-se perante o Rei da Glória sem as vestes nupciais, concedidas aos que aceitaram o convite, obedeceram aos preceitos. Não por si, mas, porque o noivo convidou, preparou a festa e deu vestiduras brancas e apropriadas para as bodas.
Não há méritos em nós. Não há ser humano justo, nem um sequer (Rm 3:10). O único meio de garantir presença entre os que estarão à direita do Rei é aceitar Sua proposta da “nova aliança”, a “superior aliança”, que imputa a justiça da vida de Cristo, sem pecado, e purifica para sempre o pecador, comprovando já nesta vida a bondade de Deus (Sl 34:8).
E conhecendo a Cristo, aceitando Sua Salvação, tomamos Seu jugo que é suave, embora, às vezes, traga o desconforto de mudanças radicais em nossas vidas e relações (Mt 11:30). Pode ser que seguir a Cristo implique em alterar relações pessoais, familiares, mas, daí em diante, sob o jugo de Cristo e tendo Ele tomado nosso pesado fardo de pecados, rebeldias e erros, experimentaremos a paz com Deus, em Jesus Cristo (Rm 5:1).
A maior demonstração de que somos de Cristo é viver como Ele viveu. Andar como Ele andou. Esvaziando-nos de nosso enorme eu, e, tomando a posição de servo, sentirmos glória em, se necessário, levar a cruz que Ele carregou (Fp 2:7-8).
Pense: “Há uma evidência que está ao alcance de todos, desde o mais culto ao mais iletrado – a prova da experiência. Deus nos convida a provar por nós mesmos a realidade de Sua Palavra e a verdade de Suas promessas” (EGW, CC, p. 111).
Desafio: Experimente ao SENHOR e Sua Palavra e você receberá as promessas da aliança em tua vida.

 

Sexta-feira, 18 de junho
Pontos para reflexão
“O justo viverá pela fé” a base da justificação pela fé. Fé que não é humana, mas dom de Deus. Fé que é comprovada pela obediência a Deus e Sua vontade e que não se concretiza na humanidade, apenas pela permissão para que o Espírito Santo opere, transforme, renove, restaure e conduza cada ser humano para a Salvação. E, sendo a fé dom de Deus, a Salvação também o é, porque não resta alternativa de decisão e escolha humana que cubra o preço do resgate, só o precioso sangue de Jesus Cristo.
Em Sua Onisciência, aprouve a Deus apresentar Sua aliança àqueles que desenvolveriam a correspondente fé, sendo excelente representante dessa fé o patriarca Abraão. Creu, desde o princípio que Deus teria a melhor direção para sua vida e os propósitos de Deus eram superiores às suas possibilidades e, por crer na promessa, Deus lhe imputou isso por justiça. A justiça divina, que também está em Cristo, e disponível para ser imputada a todo aquele que crê.
O que Deus deseja em Seus filhos é que tenham fé viva, compartilhada em obras que façam as pessoas erguerem os olhos ao Deus de tudo e todos. O propósito dessas obras de amor é prover aos atendidos o conhecimento para obediência da fé (Rm 16:26).
Encerraremos o tema do trimestre “A promessa: a aliança eterna de Deus” refletindo no assunto “A vida na nova aliança” e considerando os tópicos “Alegria”, “Livres da culpa”, “Nova aliança e novo coração”, “Nova aliança e vida eterna” e “Nova aliança e missão”. Que o Espírito Santo esteja em nossas mentes e corações iluminando nossas reflexões e consolidando o aprendizado
Pense: “A única maneira pela qual [o pecador] pode alcançar a justiça e a fé. Pela fé ele pode apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o SENHOR lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador” (EGW, ME, v. 1, p. 367).
Desafio: Apresente-se como justo diante de Deus porque sua dívida foi paga por Jesus. Creia!