vila rica

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Auxiliar da Lição 12
Fé da aliança

Foco do estudo: Gálatas 3:11

ESBOÇO

Não importa o que façamos, nossa natureza humana é pecaminosa e indigna em comparação com a pureza da justiça divina. Ao aceitar a morte substitutiva de Cristo por nós por meio da aliança, tornamo-nos dignos aos olhos de Deus. No entanto, por mais que Ele nos limpe, mude a nossa vida e nos transforme em reflexos de Sua imagem, devemos sempre ter Jesus como nosso Substituto perfeito. Essa é a essência do evangelho e nossa grande esperança, nossa esperança da aliança.

COMENTÁRIO

Antes que a nova aliança pudesse ser ratificada, devia haver derramamento de sangue. Logo, conforme delineado e predito nos arquivos das profecias messiânicas, aquele sangue vivificante, que jorrou do Calvário, validou a nova aliança.

Reflexões sobre o Calvário

Precisamos da graça divina para nos limpar, nos libertar de nossa presunção e pecaminosidade que, embora estejam conectadas a nós, não precisam nos dominar. E quem não anseia por se livrar do ciúme mesquinho, da inveja, da amargura, da ira e da desonestidade que causa culpa, inerentes a todos nós? Tudo isso e muito mais é o que Deus fará por Seu povo da aliança, se apenas cumprirem a aliança e descansarem Nele e em Suas promessas.

“Seu estado é realmente grave. Não conseguem se limpar do seu pecado (Pv 20:9) nem justificar-se diante de Deus por nenhuma obra da lei (Rm 3:20; Gl 2:16). Daí a necessidade da expiação, para fazer pelos pecadores o que precisava ser feito e teve de ser feito por outra Pessoa em seu favor. Cristo é completamente abnegado, até mesmo na morte. Ele é o meio de retornarmos para Deus. Por Ele temos acesso ao Pai (Ef 2:18), um acesso que pode ser ser obtido pela fé (Ef 3:12), fé Naquele ‘a quem Deus propôs, no Seu sangue, como propiciação, mediante a fé’” (Rm 3:25; Raoul Dederen, “Cristo: Pessoa e Obra”, em Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia]. Casa Publicadora Brasileira, 2012, p. 196).

A fé do patriarca Abraão: parte 1

É incrível que o Antigo Testamento, muitas vezes visto como exemplo definitivo do que é o legalismo, seja na verdade a expressão fundamental da promessa da aliança de salvação pela fé. Em Gênesis 15:6, observamos isso no famoso verso: “Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi atribuído para justiça”. Isso é evidente ao falar sobre Abrão (seu nome ainda não tinha sido mudado para Abraão). O hebraico é claro: Abraão cria “no” Senhor; isto é, ele não apenas acreditava que Ele existia, mas acreditava em Suas promessas, mesmo nas que pareciam impossíveis, como a de que um dia seria o pai de uma grande nação.

E quanto a outras promessas de Deus que parecem impossíveis? Cremos na promessa de que nós, embora pecadores, podemos ser considerados justos, e até mesmo justificados, aos olhos Dele? Isso realmente é crer no impossível!

A fé do patriarca Abraão: parte 2

“A fé come seu maná e não deixa sequer uma migalha para que os vermes se reproduzam. [...]

“A fé de Abraão foi capaz de conduzir fileiras de camelos e rebanhos de ovelhas de Harã para Canaã. Sua fé foi capaz de cravar o pino da tenda em um solo estranho ou de guardar a lona e desmontar os acampamentos. [...]

“É uma fé prática, ativa, viva e diária. Para falar em termos gerais e claros, direi que precisamos de uma fé de pão com queijo, [...] uma fé que acredita que Deus, que alimenta os corvos, nos enviará o pão de cada dia; uma fé [...] que [...] não vive no terreno da ficção” (Charles Spurgeon, “Hearken and Look”, Spurgeon’s Expository Encyclopedia, v. 1, 2, [“Escutem e Olhem”, Enciclopédia Expositiva de Spurgeon]. Grand Rapids, MI: Baker Books, 1996, p. 43, 47, 48; ver Is 51:2).

Descansando nas promessas

“Como pode a Divindade arriscar tanto em favor da humanidade? Como Deus pode declarar íntegras (perfeitas) pessoas que, embora estejam no processo, não alcançaram totalmente a perfeição? Como Ele pode afirmar que são aceitas pessoas que por natureza são inaceitáveis? Como pode a Divindade arriscar Sua reputação estendendo tal graça ousada?

“A resposta é tríplice.

“Primeiro, Deus faz isso porque aceita nossas orações sinceras e esforços em direção à maturidade espiritual como perfeição. [...] “Em segundo lugar, Cristo é capaz de realizar tal ação porque a fé que Ele vê em nós não é realmente nossa; vem Dele. Ele vê Sua fé em nós e honra essa fé. É nossa no sentido de que somos os recipientes de Seu amor, os objetos de Sua graça. Mas é Dele porque a fé salvadora é de origem divina, não humana. [...]

“Terceiro, Deus age com tamanha confiança porque, em última análise, não é em nós que o Pai Se concentra; é na justiça do manto de Cristo que nos cobre” (Calvin Rock, Seeing Christ: Windows in His Saving Grace [Vendo Cristo: Janelas para Sua Graça Salvadora], p. 158, 159).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Para reflexão: Você está salvo? Para responder a essa pergunta, é importante entender o que é salvação. Salvação é um substantivo que sugere ação. Salvar é a raiz, que é um verbo. Que ação está envolvida na salvação?

As diferentes religiões veem a salvação de maneiras diferentes. Os batistas colocam a salvação no passado. É um evento que aconteceu na cruz. Todos os pecados foram perdoados naquele ponto. As pessoas que acreditam na predestinação colocam a salvação no “Concílio Santo”, em que certas pessoas foram designadas para ser salvas ou perdidas. Os católicos romanos colocam a salvação no futuro, depois que uma pessoa que morre acreditando em Jesus é purificada no purgatório. Essas são visões pontuais da salvação, o que significa que a salvação ocorre em determinado momento.

Os adventistas do sétimo dia, entretanto, têm uma visão linear da salvação. A salvação tem passado, presente e futuro. É um processo – uma série de atos divinos e respostas humanas.

Deus sabia desde o início que Adão e Eva O rejeitariam. Ele os criou com livre-arbítrio – a capacidade de escolher entre o certo e o errado. Ele assumiu a responsabilidade de retificar o mal que provocaram. Jesus deu um passo à frente e disse: experimentarei a segunda morte no lugar deles.

Deus estabeleceu uma aliança com Seu povo e nunca mudou as condições desse pacto. Todas as interações entre o Senhor e Seu povo foram estabelecidas na aliança. Deus ilustrou o plano de salvação por meio dos serviços do santuário e, em última instância, por meio do sacrifício de Jesus.

A contribuição mais significativa que podemos dar ao mundo agora é compartilhar com os outros quem é Jesus, o que Ele fez, o que está fazendo e o que fará. Ele não está de férias ou fazendo uma pausa de 15 minutos. Agora mesmo é o momento mais importante em nossa salvação.

O que a salvação significa para você? Qual será a sua resposta quando alguém perguntar se você é salvo?

1. Pergunte aos membros da classe: Você está salvo? O que as respostas revelam sobre a nossa compreensão do plano da salvação e de como ele funciona, considerando que somos membros da igreja. Por que os adventistas parecem ter dificuldade com essa pergunta?

2. Ellen G. White disse que Deus ama cada um como se fosse o único ser humano vivo. O que isso ensina sobre o amor divino? Pense nas implicações dessa ideia e por que ela é tão esperançosa.

3. Uma crença básica de alguns da época de Cristo era que uma pessoa deve “ganhar” o favor de Deus. Um pensamento fundamental dos cristãos é que tudo o que se pode fazer é confiar na palavra de Deus. Considerando a diferença entre esses dois pensamentos, por que Paulo usou Abraão como o maior exemplo de fé (Rm 4:1-8)?

4. No estudo de quinta-feira vimos que, quando alguém passa em revista sua vida antes de morrer, vê quão vã e fútil foram suas atitudes para ganhar a salvação. Quais são os elementos da vida que nos fazem sentir que devemos depender de nós mesmos mais do que de qualquer outra pessoa ou qualquer outra coisa? O que podemos fazer para levar uma vida que demonstre que Jesus está no controle? Como sua vida espiritual reflete quem ou o que está no controle?

5. “Deus não Se desanima conosco por causa de nossos pecados. Podemos cometer erros e ofender o Seu Espírito, mas quando nos arrependemos e vamos ter com Ele com o coração contrito, Ele não nos faz voltar. Há empecilhos a ser removidos. Têm-se cultivado sentimentos errados, e tem havido orgulho, presunção, impaciência e murmurações. Tudo isso nos separa de Deus. Os pecados devem ser confessados; tem de haver mais profunda obra da graça no coração. Os que se sentem fracos e desanimados podem tornar-se fortes varões de Deus e fazer nobre trabalho pelo Mestre” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 35). Como podemos aprender a viver por essas palavras?

6. Todos já sentimos a rejeição e a dor de uma promessa quebrada. A Bíblia, entretanto, está cheia de promessas com as quais podemos contar completamente. No entanto, em nossa desobediência, saímos de nosso relacionamento de aliança. Tendo conhecido a dor de um relacionamento quebrado, o que podemos fazer para não desprezarmos nossa aliança com Deus?

7. Jesus Se sacrificou porque tínhamos uma dívida que não podíamos pagar. Por que Deus não perdoou simplesmente a dívida? Se Deus não pôde fazer isso, Ele está sujeito à Sua própria lei?

8. Em 1 Pedro 1:18, 19, lemos que o sangue de Cristo resgatou os cristãos “da vida inútil que seus pais lhes legaram”. Pedro escreveu estritamente sobre a redenção da punição futura? Ou estava se referindo também ao impacto da salvação na vida que seus ouvintes tinham naquela época? Comente.

9. Gênesis 15:6 afirma que a fé de Abraão no Senhor foi considerada justiça. Hoje, a maioria das pessoas associa fé ou crença ao ato de concordar com uma lista de doutrinas ou proposições. É a isso que a passagem se refere? Se não, o que as crenças “corretas” sobre Deus dizem a respeito de nosso relacionamento com Ele?