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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Lição 11 – O santuário da nova aliança
Por Gerson Benedito Prado
Sábado, 05 de junho
Introdução
O Antigo e o Novo Testamentos apresentam a doutrina do santuário celestial. Há detalhes sobre sua estrutura e serviços, sempre como centro da atividade de comunhão e adoração. Ou seja, na “superior aliança” o santuário é o lugar que concretiza e explicita o plano de Deus para toda Sua obra criadora. Confirmando a validade do sinal de Sua aliança, o sábado, da oferta pelo pecado, da justiça de Seu domínio, baseado em Sua Lei eterna. Esse santuário da nova aliança tem como Sumo Sacerdote o próprio Cordeiro de Deus, Mediador para que a promessa da restauração se cumprisse (Hb 9:15).
Nesta semana refletiremos sobre esse “santuário da nova aliança”, quanto ele evoca o chamado divino para nos relacionarmos com Ele, pois o pecado nos afastou Dele, mas Seu sacrifício nos torna novamente membros de Sua família, pois Ele, como Cordeiro de Deus, é o substituto do pecador na condenação que o pecado trouxe.
No santuário terrestre cada sacrifício, da manhã e da tarde, e os voluntários que cada pecador apresentava, eram oferecidos por um sacerdote, e anualmente, no dia da Expiação, pelo sumo sacerdote, em nome do povo, e também pelo altar e para purificação do Santo e do Santíssimo, porém, no santuário celestial, esse evento será único, sem repetir-se uma única vez, após consumado, por que o sumo sacerdote da nova aliança não necessita de ser purificado por sacrifício de animais, mas Ele próprio é a oferta e o ofertante, sem pecado, e Seu ministério celestial é em prol de toda humanidade, para Sua honra e glória.
Pense: “A pergunta ‘O que é o santuário’ é claramente respondida nas Escrituras. O termo ‘santuário’, conforme empregado na Bíblia, refere-se, primeiramente, ao tabernáculo construído por Moisés, como figura das coisas celestiais; e, em segundo lugar, ao ‘verdadeiro tabernáculo’ (Hb 8:2), no Céu, para o qual o santuário terrestre apontava” (EGW, GC, p. 417).

Desafio: Esforçar-se para corresponder ao convite para adorar ao SENHOR no santuário celestial.

 

Domingo, 06 de junho
Relacionamentos
O objetivo divino para que fosse construído um santuário - o tabernáculo, entre os israelitas não era para vaidade e orgulho exclusivista de um povo ou etnia. Mas para que todos os povos que presenciassem o caminhar pelos desertos e montanhas rumo à terra prometida testemunhassem o “caminhar” do Deus Único, Verdadeiro, Supremo e Criador junto com o povo escolhido. Foi isso que o próprio Deus declarou ao determinar a construção do tabernáculo (Lv 26:11-12).
O santuário foi construído para ser a “habitação” de Deus no meio do povo (Êx 25:8), caminhando, dia e noite, com eles. Suprindo, mantendo, protegendo e guardando os que confiassem e obedecessem aos termos da aliança proposta.
O santuário era demonstração da presença de Deus entre eles, mas, também, de que eles eram o povo do SENHOR, escolhido e abençoado por Ele, para ser benção entre as nações. A aliança sempre foi para restaurar a imagem e semelhança de Deus na humanidade e, também, para a missão de informar ao mundo que a única forma de participar dela é mostrando o amor, misericórdia, justiça e compaixão de Deus pelo ser humano.
Acima de tudo, o santuário indica a dedicação Divina para restaurar o relacionamento com a humanidade, afastada pelo pecado. É Deus provendo os meios e caminhos para todos alcançarmos o status de filhos de Deus, novamente.
Pense: “Apesar de todas essas evidências, o inimigo do bem cegou o entendimento das pessoas, de modo que elas passaram a olhar para Deus com medo e a considerá-Lo inflexível e incapaz de perdoar. [...] Foi para remover essa sombra escura e revelar ao mundo o infinito amor de Deus que Jesus veio viver com a humanidade. [...] O Pai nos ama, não por causa da grande propiciação, mas Ele proveu a propiciação porque nos ama. Cristo foi o meio pelo qual Ele pôde derramar Seu amor infinito sobre o mundo caído” (EGW, CC, p. 14)
Desafio: Permitir que o Espírito Santo nos reconduza ao relacionamento de filhos do Deus Altíssimo.

 

Segunda-feira, 07 de junho
Pecado, sacrifício e aceitação
O pecado estabelece separação entre a humanidade e o Criador, e pela Lei Universal, essa separação leva à morte. Após o primeiro pecado Deus já apresentou Seu Plano de Redenção, que uma pessoa Divina tomaria o lugar do transgressor, transferindo para Si o pecado e para ele Sua justiça e pureza, restaurando-o à santidade.
Hebreus esclarece que, inicialmente, o meio de se livrar da culpa era o sacrifício de animais (Hb 9:22) e, para didatizar o Plano da Salvação, Deus ordenou que se efetuassem atividades representativas de Seu amor, graça, misericórdia e insistente busca para prover o retorno da humanidade à Sua comunhão, através do sacrifício de animais, cujo sangue - símbolo de vida, representava o substituto à punição que era, de direito, do pecador. Uma parte desse significado é exposto na profecia do Servo Sofredor (Is 53:4-12), mas, como exposto em Hebreus “é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados” (Hb 10:4).
Levítico 1 a 7 descreve os vários rituais de sacrifícios, no total dez, e as leis para torná-los aceitáveis como substitutos do pecador. As ofertas detalhadas são: holocaustos - gratidão a Deus; manjares - reconhecimento de Deus como Criador e Mantenedor; pacíficos - para lembrar a aliança e a comunhão de Deus com Seu povo; pelos pecados por ignorância:  de toda a congregação;  de um príncipe - um líder ou chefe de clã ou tribo;  de qualquer pessoa; pelos pecados ocultos; pelo sacrilégio - pecado de desonrar o sagrado; pelos pecados de ignorância e pelos pecados voluntários. Esta listagem denuncia a atenção e interesse de Deus para que todo pecado tivesse provisão em Seu plano. JEOVÁ-JIRÉ!
Pense: “O Salvador predito nas Escrituras do Antigo Testamento devia oferecer-Se como um sacrifício em favor da raça caída, cumprindo assim cada requisito da lei quebrantada. Nele os tipos sacrificais deviam encontrar seu antítipo, e Sua morte na cruz devia emprestar significado à inteira dispensação judaica” (EGW, AA, p. 228).
Desafio: Entender e aceitar o significado do sacrifício de Cristo em nosso lugar.

 

Terça-feira, 08 de junho
A substituição
A substituição no Antigo Testamento era vista no didatismo dos sacrifícios que apontavam o sacrifício de Cristo, doando vida abundante e eterna aos que creem. Tema central no Novo Testamento essa doação de vida ao pecador arrependido. “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl 1:4).
A decisão de substituir o pecador foi totalmente pessoal e voluntária de Jesus Cristo, que suportou todas as tentações e provações para ser exemplo e amparo à humanidade. A morte de Cristo, conforme Ele mesmo ensinou, dá a cada um a justificação divina e eterna, perdoando e salvando dos pecados passados, provendo a força, resistência e perseverança para vencer o pecado no presente e assegurar a vitória sobre todas as provações e tentações que enfrente até receber a vida eterna. Essa é a “troca” efetuada, a morte que merecíamos pela vida de Cristo, salvadora e eterna.
O sacrifício de Cristo é por todos, de Adão ao último vivente, mas Seu sangue só tem efeito remidor para “muitos” (Mt 26:28) e não todos, porque é necessário que o ser humano se aproxime e se aproprie dos efeitos salvíficos do “sangue de Cristo” (Ef 2:13), único meio de purificar “das obras mortas a vossa consciência” (Hb 9:14), visto que em toda a história humana apenas Ele, Deus-homem, perfeito, tem Seu sangue “como de um cordeiro sem defeito e sem mancha” (1Pd 1:19).
Pense: “Esse foi um sacrifício voluntário. Jesus poderia ter permanecido ao lado de Seu Pai. Poderia ter mantido a glória do Céu e as homenagens dos anjos. No entanto, preferiu entregar o cetro nas mãos de Seu Pai e descer do trono do Universo, a fim de trazer luz àqueles que viviam em trevas, e vida aos que estavam quase a perecer” (EGW, DTN, p. 23).
Desafio: Buscar a luz, o perdão, a graça e a vida que são oferecidas em Cristo Jesus aos que creem.

 

Quarta-feira, 09 de junho
O Sumo Sacerdote da nova aliança
O ritual da adoração no tabernáculo terrestre, construído conforme modelo mostrado a Moisés, centralizava-se no sacrifício de animais. Mas, os serviços sagrados não terminavam na morte do animal, mas, na aplicação do sangue sobre o altar, sendo o sangue o verdadeiro e completo elo da aliança. Para aplicar o sangue sobre o altar havia sacerdotes designados, separados para essa oblação, e no tempo designado, no dia do perdão (yom kippur), único dia em que o sumo sacerdote entrava no santo dos santos, provendo a purificação do santuário das máculas de todos os sacrifícios apresentados pelo pecado durante o ano (Hb 8:1-6). (Veja parágrafo terceiro, segunda feira nestes comentários).
No santuário terrestre, apenas ao sumo sacerdote, descendente de Arão, competia fazer esse cerimonial e apenas após apresentar oferta de sacrifício pelos próprios pecados. No santuário celestial, o sumo sacerdote é Jesus, que apresenta Seu próprio sangue, sem mácula e sem pecado. E Jesus não teve descendência em Arão, mas em Davi. E “porque é impossível que o sangue de touros e de bodes tire pecados” (Hb 10:4), somente um sangue de um ser humano satisfaria as exigências para salvação de alguém e de todos e se apresentado no santuário do Céu (Hb 8:2).
Pense: “Como no cerimonial típico o sumo sacerdote despia suas vestes pontificais e oficiava vestido de linho branco dos sacerdotes comuns, assim Cristo abandonou Suas vestes reais e Se vestiu de humanidade, oferecendo-Se em sacrifício, sendo Ele mesmo o Sacerdote, Ele mesmo a Vítima. Como nosso sumo sacerdote depois de realizar essa cerimônia no santo dos santos deixava esse lugar e se apresentava diante da expectante multidão, em suas roupas pontificais, assim Cristo virá segunda vez, trajando os mais alvos vestidos, ‘como nenhum lavandeiro sobre a Terra os poderia branquear’ (Mc 9:3). Ele virá na Sua própria glória, e na glória de Seu Pai, e toda a hoste angélica O escoltará em Seu caminho” (EGW, AA, p. 33).
Desafio: Receber a Cristo como Salvador, sacerdote e sumo sacerdote e testemunhar Sua glória.

 

Quinta-feira

 

Sexta-feira, 11 de junho
Pontos para reflexão
O santuário e seus rituais foram “figura e sombra das coisas celestiais “, prefigurando a realidade do Plano de Deus. Indicavam um futuro em que o Servo do SENHOR habitaria entre os seres humanos, viabilizando a restauração dos relacionamentos entre Deus e a humanidade.
Os sacrifícios indicavam a vontade humana de deixar o peso da culpa sobre o “cordeiro” e viver vida nova, sem pecado e sob aceitação de Deus. Na dispensação israelita, pelo sangue de animais, mas, na nova dispensação pela substituição provida pelo corpo, sangue e morte de Jesus Cristo.
O mesmo Jesus que se apresenta diante de Deus, representando a humanidade, restaurada, pura e santa, declarando “Por estes sofri, por estes morri” (EGW, GC, p. 671). Assim, claramente entendemos que nosso acesso a Deus existe somente através de Jesus (Rm 5:2), de Seu ministério sacerdotal, porque fomos enxertados na oliveira verdadeira (Ef 2:18), o que ocorreu a partir de termos fé em Jesus (Ef 3:12).
A fé em Jesus deriva da “Fé na aliança”, tema da próxima semana, passando pelos tópicos “reflexões sobre o Calvário”, “a aliança e o sacrifício”, “a fé do patriarca Abraão: parte 1”, “a fé do patriarca Abraão: parte 2” e “descansando nas promessas”, para responder as questões: a salvação é um dom? Por que o resgatador precisa ser igual a Deus? Por que Abraão é um excelente representante da fé? O que significa justiça “imputada”? Como encontrar na cruz as promessas e esperança?
Pense: “O mais elevado anjo do Céu não tinha poder para pagar o resgate de uma só pessoa perdida. [...] O substituto e penhor do homem tinha que ter a natureza do homem, ligação com a família humana a quem devia representar, e, como embaixador de Deus, devia participar da natureza divina, ter ligação com o Infinito, a fim de manifestar Deus ao mundo e ser mediador entre Deus e o homem” (EGW, ME, v. 1, p. 257)
Desafio: Ter fé na aliança, nas promessas, no ministério celestial de Cristo e na tua vida eterna.