vila rica

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Auxiliar da Lição 11
O santuário da nova aliança

Foco do estudo: Hebreus 9:15

ESBOÇO

O santuário terrestre simboliza a obra de salvação que ainda perdura. Cristo desempenha o papel de nosso Sumo Sacerdote, mediando diante de Deus no lugar santíssimo. Sua pureza é digna diante de Deus no lugar de nossa natureza pecaminosa indigna.

COMENTÁRIO

Por meio do sistema do santuário, o novo relacionamento de Israel com Yahweh era um indicativo de como o Calvário se tornaria um amortecedor carmesim de graça que anularia a intrusão furtiva do pecado humano. Esse novo relacionamento se concentraria em rituais cerimoniais salpicados de sangue, que se tornariam o portal redentivo do qual o eu poderia ser arrancado de seu trono e crucificado. Esse é o plano da salvação.

Relacionamentos

Quando Cristo morreu na cruz, o pecado foi vencido em nosso favor. Para que vivamos de modo vitorioso devemos, em certo sentido, morrer também. Morrer para nós mesmos e viver para Deus. Quando chamados por Deus a Cristo, realmente somos chamados para “ir ao Senhor e morrer”.

Claro, morrer é considerado ruim. No entanto, nesse caso é morte para tudo o que há de ruim em nossa alma e em nosso caráter, tudo o que nos impede de ter uma estreita relação de aliança com Jesus.

Podemos dizer, então, que todo sacrifício oferecido no serviço do santuário apontava para a morte. Sim, claro, era a morte de Cristo por nós. Mas, ao participar desse ritual, o pecador penitente aceitava o sacrifício em seu favor e estava implícito nisso a aceitação das promessas da aliança oferecidas por Deus ao Seu povo, o que também incluía a morte necessária para o eu em resultado do arrependimento e da tristeza pelo pecado. Tudo isso é revelado, ou ao menos refletido, no serviço do santuário, cujo significado mais completo se observa no Novo Testamento e na nova aliança.

Pecado, sacrifício e aceitação

“O pecador então amarrava as patas dianteiras do animal e, colocando um nó corrediço em torno de suas patas traseiras, juntava as quatro pernas. Imobilizado dessa forma, o animal caía de lado e seu rosto ficava voltado para o lugar santíssimo.

“Em seguida, o adorador colocava ambas as mãos [...] sobre a cabeça do animal para sinalizar a transferência de seus pecados para seu representante. Esse ato retrata o penitente apoiando todo o seu peso sobre a criatura. [...]

“Com as mãos pressionando sua culpa sobre a cabeça da vítima e o rosto voltado para o lugar santíssimo, o penitente silenciosamente confessava seus pecados a Deus, e prometia uma mudança de atitude fazendo a antiga oração hebraica que terminava com as palavras: ‘Eu volto em arrependimento, e que isso seja para minha expiação [literalmente, cobertura]’. [...]

“O pecador então agarrava a faca e cortava deliberadamente a garganta de sua vítima (Lv 1:5, 11). Com esse ato, reconhecia que seu pecado havia sido a causa da morte de seu representante. [...] Sua observância do ritual mostrava que ele aceitava a reivindicação da lei imutável de Deus, admitia que a morte era o resultado de sua transgressão e afirmava que sua única saída seria por meio da morte vicária Daquele que tomaria seu lugar” (Leslie Hardinge, With Jesus in His Sanctuary: A Walk Through the Tabernacle Along His Way [Com Jesus em Seu Santuário: Uma Caminhada pelo Tabernáculo ao Longo do Caminho], p. 371, 372).

A substituição

“Cristo é nosso justo Substituto.

“O plano de enviar um segundo Adão, um Substituto, não foi formulado na época da primeira transgressão, mas foi ‘conhecido antes da fundação do mundo’ (1Pe 1:20).

“O Substituto devia ter êxito onde Adão falhou. Ele deveria provar que Adão poderia não ter pecado, que poderia ter prevalecido sobre a tentação, que os mandamentos são possíveis de serem obedecidos e são proveitosos para a raça humana. [...]

“Adão caiu em um Éden perfeito – Jesus teve sucesso em uma Nazaré perversa. Carregando os fardos da honra de Seu Pai e da redenção de Seu povo, Cristo lutou a batalha do pecado em nossa armadura inadequada, o débil corpo humano.

“E Ele venceu! O Cordeiro prevaleceu!” (Calvin Rock, Seeing Christ: Windows on His Saving Grace [Vendo a Cristo: Janelas de Sua Graça Salvífica]. Hagerstown, MD: Review and Herald, 1994, p. 65-67).

O Sumo Sacerdote da nova aliança

“Quando se fala de Cristo como um [...] Sumo Sacerdote, não é inadequado acrescentar que Ele é nosso único Sacerdote. Ele tem um relacionamento exclusivo com Deus: Ele e nenhum outro pode nos representar. Os sacerdotes da época do Antigo Testamento atuavam como tipos do verdadeiro Sacerdote vindouro. Os apóstolos e ministros da época do Novo Testamento nunca foram chamados de sacerdotes, nem desempenharam funções sacerdotais. Existe apenas um Mediador entre Deus e os homens.

“A primeira grande função de um sacerdote era oferecer sacrifícios, ‘fazer propiciação pelos pecados do povo’ (Hb 2:17). [...] O único sacrifício perfeito que [Deus] ofereceu foi a Si mesmo.

“Sua oferta de Si mesmo foi um ato voluntário. Ele deu a vida por vontade própria. [...] (Jo 10:18). Ele Se tornou ‘o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!’ (Jo 1:29), ‘um Cordeiro sem defeito e sem mácula’ (1Pe 1:19). Ele Se fez ‘oferta pelo pecado’ (Is 53:10). [...] “Cristo então ocupou o duplo papel de ofertante e oferta, de Sacerdote e oblação. A oferta sacrifical de Si mesmo como vítima no altar foi um único ato de uma vez por todas ‘para sempre’” (Hb 10:10, 12; 9:26; Walter F. Specht, “Christ’s Session, Enthronement, and Mediatorial and Intercessory Ministry”, The Sanctuary and the Atonement: Biblical, Historical, and Theological Studies, [“Estabelecimento, Entronização e Ministério Mediador e Intercessor de Cristo”, O Santuário e a Expiação: Estudos Bíblicos, Históricos e Teológicos], p. 344, 345).

Ministério celestial

“Na epístola aos Hebreus, em particular, o escritor tenta desviar os olhos dos cristãos judeus do ministério no santuário/templo terrestre para um santuário celestial com um ministério mais perfeito desempenhado por seu próprio Senhor e Salvador ressurreto que ascendeu ao Céu” (Arnold V. Wallenkampf, “A Brief Review of Some of the Internal and External Challengers to the Seventh-day Adventist Teachings on the Sanctuary and the Atonement”, The Sanctuary and the Atonement [Uma Breve Revisão de Alguns dos Desafiadores Internos e Externos dos Ensinos Adventistas do Sétimo Dia sobre o Santuário e a Expiação”, O Santuário e a Expiação], p. 582).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Para reflexão: É incrível como de forma vívida e inequívoca o Novo Testamento, em especial o livro de Hebreus (e até mesmo o de Apocalipse), ensina sobre o santuário celestial e seu lugar central no plano da salvação. O santuário é, de certo modo, o plano da salvação, o evangelho e a aliança expressos de modo amplo e claro. Não se pode entender verdadeiramente do que se trata a aliança sem algum conhecimento do serviço do santuário e o que ele significa.

1. Usando Hebreus 8, incentive sua classe a descobrir os seguintes pontos a respeito do Mediador:

A. Posição do Mediador (Hb 8:1, 2)

B. Desempenho do Mediador (Hb 8:3-6)

C. Promessa do Mediador (Hb 8:6-9)

D. Realizações do Mediador (Hb 8:10-12)

Para cada ponto, peça-lhes que identifiquem a diferença entre a antiga e a nova aliança.

2. Como, especificamente, Cristo torna a nova aliança mais real em sua vida? Quão diferente

seria a sua vida se a nova aliança não existisse?

3. Uma promessa é tão boa quanto a pessoa que a faz. Quando Deus faz uma promessa, ela é ainda mais sólida do que os fatos históricos. Por que, então, é mais fácil questionar a vontade divina do que ir cegamente aonde Ele o levar? Que lições podemos aprender com personagens bíblicos que optaram por questionar em vez de obedecer?

4. Hebreus 8:10 diz que Cristo, o Mediador, coloca a lei de Deus em nosso coração. Como esse ato é parte de nossa experiência espiritual? O fato de termos a lei de Deus no coração nos permite conhecê-Lo mais intimamente? Comente com a classe.

5. Por meio de Cristo, a nova aliança substitui a antiga. Por meio de Cristo, a lei de Deus é revestida de graça e amor. Por que, então, deixamos que o legalismo atrapalhe nosso crescimento espiritual? Com base na nova aliança, o que você pode fazer para desenvolver ou fortalecer seu relacionamento com Deus, mas sem a camisa de força do legalismo?

6. Embora o Novo Testamento nos instrua que os sacrifícios de animais, etc., do período do Antigo Testamento fossem ineficazes em apagar o pecado, é claro que eles foram eficazes em capacitar um indivíduo a continuar na comunhão com o povo de Deus. Por que eles teriam sido eficazes dessa maneira, embora não possuíssem nenhum poder intrínseco? O que isso nos ensina sobre o poder e a importância dos rituais?

7. A ideia de uma expiação é central no texto do Novo Testamento. Por que seria necessário que um Ser justo e inocente morresse para que os culpados fossem resgatados das terríveis consequências do pecado? Como a morte dessa Pessoa inocente pode realizar essa expiação? É uma transação estritamente legal? Explique.

8. No presente, Jesus nos representa diante de Deus porque somos incapazes de estar perante Ele, muito menos de nos defender diante Dele. Isso sugere que em algum momento futuro poderemos ser capazes de comparecer diante de Deus sem um Mediador? Quais são os vários pontos de vista sobre essa ideia? O que significaria estar diante de Deus sem um Mediador?