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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2021


Lição 09 – O sinal da aliança
Por Gerson Benedito Prado
Sábado, 22 de maio
Introdução
Antes de entregar a Moisés as duas tábuas da Lei, o SENHOR ordenou que ele dissesse à Israel a significativa mensagem sobre a solenidade, santidade e sacralidade do sábado, o sétimo dia da semana (Êx 31:12-18).
Nesse texto o sábado é mencionado como uma marca - sinal - que lembra que é o SENHOR que santifica Seu povo (v. 13); é sinal de validade perpétua e é a aliança de Deus, segundo declarou o próprio Deus (v. 16); marca permanente e eterna para lembrar que Deus é o Criador e que fez em seis dias “o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou, e achou refrigério” (v. 17); e ao terminar essa declaração da santidade e perpetuidade do sábado, o sétimo dia, o SENHOR entregou a Moisés as duas tábuas de pedra com a Sua Lei (v. 18).
Para validar o conceito de perpetuidade do sábado temos que conhecer sua origem, desde quando ele existe e qual sua relação com a proclamação de sua santidade no Sinai. Também devemos refletir sobre que razões há para que seja um sinal apropriado da aliança e quais são os propósitos de santificação desse dia e o que ele pode produzir na vida do crente quanto a seu conhecimento de Deus e Sua Palavra e a necessidade de separação dessa parte do tempo para adoração e comunhão. E no estudo da semana ainda refletiremos para responder à questão o “Lembra-te do sábado” refere-se ao passado, presente ou futuro?
Oremos pedindo a luz, encaminhamento e condução do Espírito Santo para a leitura e reflexão sobre esse sinal da aliança e sua relação com o povo de Deus e a Sua família hoje.
Pense: “O ser humano não deve envergonhar-se de reconhecer como sagrado o que Deus considera sagrado. Não deve envergonhar-se de fazer o que Deus ordenou. A obediência lhe trará o conhecimento do que constitui a verdadeira santificação” (EGW, MS, p. 215).

Desafio: Apreender sobre a sacralidade do sábado e como ele é sinal e marca de Deus em nossas vidas.

 

Domingo, 23 de maio
Origens
Alguns estudiosos discordam quanto a origem do sábado. Discutem se a palavra “descansou” (shabat no hebraico, verbo) está ligada ou não ao substantivo “sábado” (shabbat no hebraico) porque essa palavra não aparece em Gênesis 2:2-3. O entendimento a respeito é que há intencionalidade do autor em afirmar que Deus abençoou e santificou o sétimo dia como sábado (veja G. F. Waterman, The Zondervan Pictorial Encyclopedia of Bible, Grand Rapids, MI: Zondervan, 1975, v. 5, p. 183). Assim, essa passagem ensina que a origem do sábado é ser a última obra de Deus na semana da criação.
O próprio SENHOR confirma esse ensino ao reinserir Seus Mandamentos como lei máxima de Seu Governo explicitando que o sábado foi estabelecido como dia de descanso, abençoado e separado para a alegria da criação e comunhão com o Criador (Êx 20:11).
Como ensinou Jesus o sábado não foi criado porque Deus estava cansado ou necessitando de repouso, mas “foi estabelecido por causa do homem” (Mc 2:27). Isto é, o propósito da separação de um dia na semana para descanso é pelo bem-estar e regeneração da humanidade e confirmação da comunhão necessária entre esta e Seu Criador e com seus semelhantes. Para Deus não havia necessidade, como confirmou Jesus ao curar e mudar a visão do que é ou não lícito fazer no sábado, declarando “meu Pai trabalha até agora” (Jo 5:17) no dia de sábado. Isto é, Deus não necessita de descanso e as atividades que aliviem o sofrimento e dores causadas pelo pecado são lícitas de serem praticadas no dia de sábado.
Pense: “O sábado do sétimo dia não está envolto em incerteza. É o memorial de Deus de Sua obra de criação. Foi estabelecido como monumento comemorativo dado pelo Céu, para que fosse observado como sinal de obediência. Deus escreveu toda a lei com o Seu dedo em duas tábuas de pedra” (EGW, ME, v. 3, p. 318).
Desafio: Descobrir o propósito do sábado: descanso, santificação, benção, alegria, comunhão, paz, saúde. harmonia etc.

 

Segunda-feira, 24 de maio
O sábado antes do Sinai
Ao sair do Egito e caminhar por um mês e meio, os israelitas demonstraram como a servidão e a idolatria os fizeram vacilar, não confiando em Deus, apesar das manifestações de cuidado de Deus. Em menos de três meses de caminhada mostraram desconfiança diante do mar vermelho, ao faltar água e falaram em saudade das carnes e pães egípcios, em constantes reclamações e acusações a Moisés e Arão e a Deus.
O SENHOR fez do mar um caminho seco e aplainado e o transtornou para o exército de Faraó; transformou as águas de amargas em doce; deu-lhes carne para saciar o desejo e o maná para saberem que o SENHOR é Criador e Mantenedor, de Sua Palavra e aliança. Tudo isto aparece no suprimento do maná, numa lição de constância e proporcionalidade, além da manutenção de sacralidade e benção do sábado, a cada semana, quando o maná não era disponibilizado.
O maná, portanto, é didático e pedagógico sobre a relação de Deus com Sua criação, porque lembra do sábado e da preparação para desfrutá-lo, e que nenhuma atividade de interesse pessoal ou familiar deve ser feita (Êx 16:23-28). Disponibilizado uma porção para cada dia por pessoa, exceto no sábado, quando não havia maná, porque no sexto dia era dado em porção dobrada. O maná deteriorava se guardado de um dia para outro exceto do sexto para o sétimo dia.
Êxodo 16 ensina ainda que (1) o dia de preparação para o sábado é o sexto dia da semana; (2) o sétimo dia da semana é o sábado; (3) a origem do sábado vem desde o momento final da criação; (4) o sábado é desde a criação um dia de descanso, abençoado e santificado por Deus; (5) Não se exigia jejum no sábado, pois o próprio Deus lhes ordenara que comessem o que haviam colhido no sexto dia; (6) E, o sábado seria tido como demonstração de lealdade ao SENHOR e Seus Mandamentos.
“O sábado estava incluído na lei dada no Sinai, mas não foi nesse momento que se tornou conhecido como dia de descanso. O povo de Israel tinha conhecimento disso antes de chegar ao Sinai. No caminho para lá, o sábado já era guardado” (EGW, DTN, p. 283).

 

Terça-feira, 25 de maio
Sinal da aliança
O sábado é definido na Escritura como “sinal” da aliança entre Deus e Seu povo, para manter em mente que o SENHOR é o Criador (Êx 31:16-17). Também como sinal de que é Deus quem santifica cada ser humano (Êx 31:13), repetida essa afirmação em Ezequiel 20:12, porque neste sinal o SENHOR estabeleceu descanso e refrigério (Êx 31:17), e registrando a consciência de que o SENHOR é Deus (Ez 20:20).
Como já referido anteriormente, o sábado é o sinal da aliança de restauração do relacionamento entre Deus e a humanidade, estabelecendo esse dia especial de comunhão, quando o SENHOR cessa suas ações criativas para conceder tempo dedicado e exclusivo para o recém-criado casal humano, fazendo assim do sábado um dia de alegria, comunhão, conhecimento, instrução, separação e santificação, através da adoração e salvação pela graça e não por obras humanas (Gn 2:3; Hb 4:1-4).
Entendendo que o sábado é sinal da aliança da graça, porque não há mérito humano em nenhuma obra que o ser humano faça para que se lhe assegure a salvação, mas, única e exclusivamente pela graça, então o mandamento para a guarda do sábado, cuja origem, no final da semana da criação, foi também um ato de criação de Deus, deve ser estendido graciosamente a todos com quem nos relacionamos ou apenas passam pelas nossas vidas (Dt 5:13-15).
Pense: “Antes de começar o sábado, tanto a mente como o físico devem desembaraçar-se de todos os negócios seculares. Deus colocou o sábado ao final dos seis dias de trabalho para que o homem nele se detenha e considere o que lucrou, durante a semana finda, em preparativos para aquele reino de pureza onde nenhum transgressor será admitido. A cada sábado, devemos fazer um balanço para verificar se a semana finda nos trouxe lucro ou prejuízo espiritual” (EGW, TI, v. 6, p. 356).
Desafio: Fazer do sábado dia de alegria, de comunhão com Deus e a família e de regeneração espiritual.

 

Quarta-feira, 26 de maio
Sinal de santificação
Deus designou o sábado como sinal da aliança, validando-o como perpétuo, sob Sua autoridade de YAHWEH, SENHOR, Criador e Santificador da humanidade, aos que obedeçam a Lei. O sábado também é sinal de santificação (separação, consagração à uma relação pessoal com Deus) e de conhecimento do SENHOR do sábado, não se tratando de um mero dia de descanso físico, das atividades laborais, mas de separação de todos os aspectos não espirituais e de relacionamento com Deus. (Êx 31:12-17).
O sábado é dia santo e sagrado, dia para conhecer melhor o Criador, como aconselhou Davi a seu filho Salomão e esse conhecimento implica em “servi-Lo” de toda vontade e coração perfeito (1Cr 28:9); o repouso sabático traz a unção do Espírito de Deus, manifestado em sabedoria e entendimento, fortaleza e aconselhamento, resultado de “conhecer e temer” o SENHOR (Is 11:2); porque sendo Deus único e eterno merece a deposição de nossa fé (Is 43:10); por isso, devemos confiar e O buscar (Sl 9:10), invocando Seu nome (Jr 10:25).
O sábado é conhecimento e santificação que propicia bençãos do SENHOR e Sua Palavra: do Seu serviço; do Seu temor; de crer Nele; confiar em Deus; buscá-Lo e invocar Seu nome. Assim se tornando separado dos demais que não creem e não observam o sábado do sétimo dia como dia de repouso e comunhão, isto é, santificação. E é Deus que santifica todo o Seu povo (Lv 20:8).
O sábado é sinal também da graça, pois é sinal de que o povo a quem o SENHOR santifica, não é santificado porque guarda e observa o sábado, mas porque o SENHOR os escolheu como Seu povo (Dt 7:6).
Pense: “Dado ao mundo como o sinal do Criador, o sábado é também o sinal de Deus como nosso Santificador. [...] E o sábado é o sinal da obediência. Aquele que de coração obedecer ao quarto mandamento obedecerá toda a lei. Será santificado pela obediência” (EGW, TI, v. 6, p. 350).
Desafio: Escolher a santificação e a obediência ao quarto mandamento, sinal de Deus na criação.

 

Quinta-feira, 27 de maio
Lembrando do sábado
O quarto mandamento inicia com o imperativo “Lembra-te” (Êx 20:8). Porque o sábado não deveria ser considerado como uma instrução, mas ordenança a receber toda atenção da humanidade. O verbo lembrar conduz a trazer ao presente alguma coisa que já está em nossos registros históricos. E o que lembrar-se? Lembrar-se de que o sábado é:
1º. Dia santificado para realizações diversas das que praticamos nos demais dias;
2º. Um marco que fecha o ciclo da criação;
3º. Comprovação de que somente Deus é o Criador de todas as coisas;
4º. Dia de comunhão e descanso;
5º. Dia de bênçãos Divinas aos observadores e à comunidade.
Mas o “lembra-te” indica a responsabilidade de guardar e observar o dia de sábado com espírito e ações diferentes do dia a dia dos demais dias da semana, separando e tornando-o um dia especial, santificado (Dt 5:12).
E o “lembra-te” infere avançar ao futuro, visto que o sábado é o único dia distinguido como “sinal” da aliança de Deus, a misericórdia da escolha e graça da redenção da humanidade. É sinal que projeta ao futuro para refletir sobre todas as pessoas que estão sob nossa esfera de influência a redenção (Dt 5:14).
Finalmente, o sábado nos lembra que estamos num conflito criado pelo inimigo de Deus, Satanás, que procura impor domínio, destruição e desprestígio aos Mandamentos do SENHOR, especialmente ao único Mandamento que O indica como Deus Criador, SENHOR de toda a criação, Salvador e Redentor.
Pense: “Durante toda a semana, cumpre-nos ter em mente o sábado e fazer a preparação indispensável, a fim de observá-lo conforme o mandamento. Não devemos observá-lo simplesmente como uma questão de lei. Devemos compreender suas relações espirituais com todos os negócios da vida” (EGW, TI, v. 6, p. 354).
Desafio: Lembrar-se de que Deus nos deu uma ordem “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”.

 

Sexta-feira, 28 de maio
Pontos para reflexão
O sábado do sétimo dia, dia especial para descansar porque nele Deus descansou, instituído no Éden e o primeiro dia separado para comunhão entre Deus e Suas criaturas. É dia que lembra a criação e quem é o Criador, além de trazer em si três marcas que o diferenciam dos demais: dia de descanso, abençoado, santificado (separado) (Êx 20:11).
Sinal da aliança entre Deus e a humanidade (Êx 31:17) para lembrar que Deus, é o Criador de “céu e a terra, o mar e tudo o que neles há” (Êx 20:11). Iniciado na criação também será dia de adoração na eternidade (Is 66:23), quando nosso conhecimento de Deus avançará para infinitos horizontes que hoje, nossa mente finita, não pode vislumbrar.
Mas não é a observância externa, física, mecânica de um dia que interessa a Deus. Mas uma comunhão íntima, de coração. Por isso Ele instituiu outra aliança, motivo de nossas reflexões na próxima semana, “a nova aliança” quando meditaremos nas semelhanças e paralelismos entre a antiga e a nova aliança e porque o autor de Hebreus a chama de “superior aliança”, através dos tópicos “Eis aí vêm dias”, “obra no coração”, “a antiga e a nova aliança”, “aliança superior” e “o Sacerdote da nova aliança”. Que a luz e a sabedoria do Espírito Santo estejam presentes em nossas reflexões.
Pense: “No fim dos seis dias da criação, Deus repousou no sétimo dia de toda a obra que fizera; e abençoou o sétimo dia e o santificou, porque nele repousara de toda a Sua obra. O sábado foi instituído no Éden, antes da queda, e foi observado por Adão e Eva e toda a hoste celestial. Deus repousou no sétimo dia, e o abençoou e santificou. Eu vi que o sábado nunca será anulado; antes, por toda a eternidade, os santos remidos e todo o exército celestial o observarão em honra ao grande Criador” (EGW, PE, p. 217).
Desafio: Lutar para que participemos da nova aliança, em que a lei de Deus é escrita em nossos corações.