vila rica

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2021


Auxiliar da Lição 6
Brincando de Deus

Foco do estudo: Isaías 13; 14; 24–27


Esboço

Isaías 13 e 14 exploram a ideia do juízo, incluindo o tema do Dia do Senhor. O juízo é uma iniciativa divina que pode trazer o anúncio de uma era de angústia ou o começo de uma nova era de experiência alegre. Poderia vir sobre uma nação estrangeira (como ocorre com Babilônia, em Isaías 13 e 14) ou sobre o povo de Deus. Isaías 24 nos diz que o juízo do Senhor tem aplicação universal. Isaías 25 e 26 fazem parte de um cântico que anuncia restauração para Judá, mas também contém significado escatológico para os redimidos no fim dos tempos. O capítulo 25 foi dividido em três partes: (1) Louvor a Deus pela vitória (v. 1-5); (2) Um banquete para o povo de Deus (v. 6-8); e (3) A vitória do Senhor sobre os inimigos (v. 9-12). Isaías 26 fala das características dos remidos como nação fiel (em vez de uma nação pecaminosa, como no capítulo 1); e permanecem fiéis, entre outras características. Três tópicos principais são explorados neste estudo: (1) Os juízos divinos, (2) A garantia da vitória e (3) A nação fiel.

Comentário

Juízos divinos

A ideia do juízo é um tema recorrente na literatura profética bíblica. Ele poderia trazer o fim de uma era de angústia e o começo de uma nova era de experiência alegre (Is 42:1). Ou poderia trazer, ou anunciar, destruição futura, como ocorre nas profecias de Isaías 13, 14 e nos capítulos seguintes. Esses dias de juízo às vezes são anunciados com a expressão “o Dia do SENHOR”, como é evidente na primeira metade do livro de Isaías.

O Dia do Senhor pode ser um dia de restauração: “Naquele dia, chamarei o Meu servo Eliaquim, filho de Hilquias. Eu o vestirei com a túnica que você usava, irei cingi-lo com a faixa que era sua e lhe entregarei nas mãos o poder que você tinha. Ele será como um pai para os moradores de Jerusalém e para a casa de Judá.

Porei sobre o ombro dele a chave da casa de Davi. Ele abrirá, e ninguém fechará; fechará, e ninguém abrirá” (Is 22:20-22).

No entanto, o Dia do Senhor pode ser um dia de destruição, como ocorre em Isaías 13 e 14, que se refere à devastação de Babilônia e da Assíria. O juízo (incluindo a referência ao “dia”) também podia ter implicações negativas para Judá (Is 2:12; Is 3:13, 14, 18), mas esse recurso é mais comum no juízo contra nações estrangeiras.

O juízo é uma iniciativa divina: “Eu dei ordens aos Meus consagrados, sim, chamei os Meus valentes, os que exultam com a Minha majestade, para que executem a Minha ira” (Is 13:3). Não é padrão no idioma hebraico iniciar uma frase com um sujeito, mas sim com um verbo; no entanto, uma exceção acontece nesse verso. O “Eu” é enfatizado nesse caso. Por outro lado, a linguagem do verso destaca também o atributo notável de Deus como Soberano sobre os poderes terrestres. Também é enfatizado em Isaías 14: “O Senhor dos Exércitos jurou, dizendo: ‘Como pensei, assim será, e, como determinei, assim acontecerá” (Is 14:24). Por outro lado, referindo-se ao “Deus poderoso” de Isaías 9:6, em Isaías 13:3 é utilizada a palavra g?ibbw?r (valente), referindo-se aos Seus valentes. Eles são “os instrumentos da Sua indignação” (Is 13:5).

Outro elemento importante do juízo é a iminência. Por exemplo, “pois o Dia do SENHOR está perto” (Is 13:6) ou “Eis que vem o Dia do Senhor” (Is 13:9). Uma imagem de um exército pronto para uma batalha é descrita aqui: “O Senhor dos Exércitos reúne as tropas de guerra” (Is 13:4). Seria um dia de ira. O Senhor diz: “Chamei os Meus valentes, os que exultam com a Minha majestade, para que executem a Minha ira” (Is13:3), “Eis que vem o Dia do Senhor, dia cruel, com ira e ardente furor” (Is 13:9), “e a terra será sacudida do seu lugar, por causa da ira do Senhor dos Exércitos e por causa do dia do Seu ardente furor” (Is 13:13).

Outro elemento notável do juízo divino é a razão de um acerto final de contas e de um dia de destruição: “Castigarei o mundo por causa da sua maldade, e os perversos, por causa da sua iniquidade. Farei cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei o orgulho dos violentos” (Is 13:11). Todos esses pecados estão incorporados na Babilônia literal e espiritual.

A garantia da vitória

Embora as profecias de Isaías 13 e 14 focalizem Babilônia e Assíria, sendo que esta aparece no fim do capítulo 14, toda a terra está incluída na predição: “Este é o plano que foi elaborado para toda a Terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações” (Is 14:26). Não há dúvida de que as implicações escatológicas das profecias de Isaías incluem o Universo inteiro. Essa noção também é desenvolvida em Isaías 24: “Eis que o Senhor vai devastar e desolar a Terra” (Is 24:1). Portanto, “a maldição consome a Terra, e os que habitam nela se tornam culpados” (Is 24:6), “a sua transgressão pesa sobre ela” (Is 24:20). É claro que a questão não é contra a Terra como um elemento da criação, mas contra a transgressão que ocorre nela. A boa notícia é que no fim “o Senhor Todo-Poderoso reinará no monte Sião, em Jerusalém. E, na presença dos líderes do Seu povo, Ele mostrará a Sua glória” (Is 24:23, NTLH).

Isaías 25 é um cântico de louvor pelo favor de Deus no escatológico Dia do Senhor. O capítulo possui três seções claras: 1-5, 6-8 e 9-12. A primeira parte é o cântico de louvor pelo que Deus fez por Seu povo após prolongada dor e sofrimento. Deus realizou o que havia planejado para Seu povo: “porque tens feito maravilhas e tens executado os Teus conselhos antigos, fiéis e verdadeiros” (Is 25:1). Ele derrotou os poderes dos opressores de Seu povo. Ele fez “da cidade fortificada, uma ruína” (Is 25:2). Assim, esse louvor é um sinal de alegria e felicidade pela vitória. Deus é exaltado pelas obras que Ele fez.

A segunda parte desse capítulo abrange os versos 6-8. O conteúdo enfatiza a celebração do povo de Deus. O Senhor restaurou a alegria e a paz em sua terra, removeu o tempo do sofrimento sombrio de sua vida e enterrou suas dores e lágrimas. É hora de um banquete, pois “O Senhor dos Exércitos dará neste monte um banquete para todos os povos. Será um banquete de carnes suculentas e vinhos envelhecidos: carnes suculentas com tutanos e vinhos envelhecidos bem-clarificados” (Is 25:6). A tristeza é eternamente banida: “Tragará a morte para sempre, e, assim, o Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos” (Is 25:8).

A última parte do capítulo começa no verso 9 e termina no 12. Esta seção detalha o cântico de louvor a Deus da primeira seção, louvando-O pelo desempenho esperado. “Naquele dia, se dirá: ‘Eis que Este é o nosso Deus, em Quem esperávamos, e Ele nos salvará; Este é o Senhor, a Quem aguardávamos’” (Is 25:9). Ele “abaterá as torres altas dos seus altos muros e os derrubará; Ele os lançará ao pó da terra” (Is 25:12, NVI). Assim, “‘na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos.’ Porque a mão do Senhor repousará neste monte” (Is 25:9, 10).

A nação fiel

O cântico de Isaías 26 complementa o cântico do capítulo anterior. Particularmente, os versos 1 a 10 enfatizam um tópico importante em relação aos remidos (aplicando-o, em primeiro lugar, à nação de Judá que retorna à sua terra natal do exílio em Babilônia). O tópico da seção é fidelidade. A questão é: “Quem é capaz de entrar nos portões e participar do banquete?”

O cântico descreve a cidade como uma cidade fortificada. Agora, a ordem vem: “Abram os portões, para que entre a nação justa, que guarda a fidelidade” (Is 26:2). A nação não mais é pecaminosa (compare com Isaías 1), mas uma nação justa. A expressão hebraica usada para justa é s?addiqe, de acordo com o léxico hebraico, denota várias coisas: (1) a pessoa correta, que age e lida com sua vida corretamente; (2) a pessoa piedosa, pertencente à comunidade do Senhor; (3) a pessoa que tem prazer nos mandamentos de Deus; e (4) aquele que é considerado justo, correto. Em resumo, s?addiqdescreve alguém justo, reto e devoto (Ludwig Koehler e Walter Baumgartner, The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament [Léxico de Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento], v. 3, p. 1002).

Além disso, esses versos em Isaías 26 apresentam mais detalhes sobre as características dos remidos e também complementam a linha de pensamento anterior: o fiel “guarda a fidelidade” (Is 26:2) ou, como traduz a Nova Versão Internacional, “se mantém fiel”. Outra característica dos remidos é que eles confiam no Senhor, o que é enfatizado duas vezes em Isaías 26:3, 4: “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme, porque Ele confia em Ti. Confiem sempre no Senhor”.

Isaías 26:7 introduz uma nova palavra (um adjetivo neste caso) para descrever os remidos. É a expressão hebraica y?š?r, que descreve uma pessoa “correta ou justa” (Ludwig Koehler e Walter Baumgartner, The Lexicon Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento, v. 2, p. 450). Isaías 26:7 diz: “A vereda do justo é plana; Tu, que és justo, aplanas a vereda do justo”. Isaías 26:8, 9 oferece outros elementos na experiência do povo fiel que entrará na cidade redimida: “Também através dos Teus juízos, Senhor, Te esperamos; no Teu nome e na Tua memória está o desejo da nossa alma. Com minha alma suspiro de noite por Ti e, com o meu espírito dentro de mim, eu Te busco ansiosamente. Porque, quando os Teus juízos reinam na Terra, os moradores do mundo aprendem a justiça”.

Aplicação para a vida

1. A cena do juízo parece ser bastante aterrorizante e horripilante para muitos. Mas, muitas vezes, o medo do juízo iminente impele as pessoas a buscar o Senhor e, finalmente, a entrar no caminho da salvação. Que lição podemos aprender das cenas do juízo no livro de Isaías? Leia especialmente Isaías 24 na formulação de sua resposta.

2. Em Isaías 25, Deus mostrou com antecedência Sua fidelidade para libertar Seu povo da opressão dos inimigos. Ele os derrubará com Seu grande poder e dará paz e alegria ao Seu povo. Ele garantiu a vitória no passado e nos trará vitória no futuro. Deus é a nossa vitória, e podemos ter vitória sobre o sofrimento, a dor e o pecado pelo poder do grandioso Deus. Que esperança isso nos dá ao olharmos para o dia da grande festa escatológica que o Senhor preparou para Seu amado povo?

3. Isaías 26 fornece algumas das características daqueles que vão entrar nos portões da cidade segura: “a nação justa, que guarda a fidelidade” (Is 26:2). Com esses versos em mente, como você descreveria sua experiência de fé?