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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2020


Lição 02 - Origem e natureza da Bíblia

Sábado, 4/4/2020

› Introdução

Bíblia ou Escrituras Sagradas, definida no estudo anterior como “Palavra viva de Deus”, escrita por mais de quarenta autores que o fizeram a partir de uma revelação supranatural em sonhos, visões ou diálogos com seres celestiais, ou por pesquisa de fontes e fatos históricos, sempre em obediência à ordem de registrar o que foi revelado. Traz como conteúdo profecias, história, ensinos e sabedoria, sendo constatado que é fonte de um poder transformador de vidas.

O leitor e pesquisador da mensagem da Bíblia, deve fazê-lo consciente de que a atuação transformadora somente acontece se ela, a Bíblia, for recebida, aceita, ouvida, estudada e compreendida como Palavra de Deus que é, porque ela opera, com eficácia e eficiência na mente e coração dos que creem (I Tessalonicenses 2:13).

As reflexões desta semana serão dedicadas a considerar a “Origem e natureza da Bíblia”, lendo, pesquisando e meditando nos tópicos sobre “A revelação divina da Bíblia”, através do “O processo da inspiração” originada no Espírito Santo e que se expressa em “A Palavra escrita de Deus”. Há ouras formas de revelação da Palavra de Deus ao coração humano, mas é na Palavra escrita que se pode conhecer e entender “O paralelo entre Cristo e as Escrituras”, o que somente pode acontecer se estivermos “Compreendendo a Bíblia pela fé”.

Reflexão: Qual o impacto a leitura da Palavra de Deus tem em sua vida?

Pense: “O Senhor emitiu Sua voz em Sua santa Palavra. Aquelas páginas abençoadas acham-se plenas de instruções e de vida, em harmonia com a verdade. São perfeita regra de conduta. São dadas instruções e estabelecidos princípios que se aplicam a todas as circunstâncias da vida, mesmo que não seja mencionado nenhum caso particular. Não é deixada por revelar coisa alguma que seja essencial a um completo sistema de fé e um curso correto de procedimento. Todo dever que Deus requer de nossas mãos é tornado patente… Ninguém que humilde e sinceramente tome a Bíblia como guia, tomando-a como base de todo conselho, desviar-se-á do caminho do direito” (EGW, AV [MM, 30/01/1962], p. 31).

Desafio: Somente abrir a Bíblia após pedir a luz do Espírito Santo e acatá-la com fé.

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Domingo, 5/4/2020

› A revelação divina da Bíblia

Paulo, estudioso e consciente de seu poder de convicção e influência, declara que a palavra bíblica, na profecia, significando ensinos, doutrinas, princípios e valores e, até mesmo, visões e revelações antecipadas de fatos que só Deus poderia conhecer, é confirmada pela atuação da iluminação da escuridão da mente humana, que não é produzida por vontade humana ou explicações pessoais, mas pessoas separadas, falaram inspiradas pelo Espírito Santo (II Pedro 1:19-21).

E o apóstolo afirma também que não criaram ou seguiram “fábulas artificialmente compostas”, mas ele e seus companheiros foram testemunhas da majestade do Homem Deus, Jesus Cristo (II Pedro 1:16) , afirmando categoricamente que a profecia é de origem divina. As palavras bíblicas são a Palavra de Deus manifestando Sua vontade à humanidade.

Decorre daí, que sendo Deus o autor da Bíblia, esta contém a autoridade de Deus em si, sendo por isso denominada de Sagradas ou Santas Escrituras (Romanos 1:2), como Paulo a ela se referiu ao dizer a Timóteo que ele as conhecia desde sua infância (II Timóteo 3:15).

Paulo esclarece que a Bíblia tem utilidade e aplicação direta no ensino, na resposta ao questionamento opositivo, na correção, na instrução de justiça e para o aperfeiçoamento da pessoa que deseja praticar boas obras (II Timóteo 3:16-17).

Todos os ensinadores e reveladores das verdades de Deus são chamados de profetas, e a eles, Deus revela seus segredos, suas instruções, seu conhecimento onisciente de passado, presente e futuro (Amós 3:7).

Reflexão: Há alguma parte das Escrituras Sagradas você classifica como menos inspirada?

Pense: “Em nosso tempo, como na antiguidade, as verdades vitais da Palavra de Deus são substituídas por teorias e especulações humanas. Muitos professos ministros do Evangelho não aceitam toda a Bíblia como a Palavra inspirada. Um sábio rejeita esta parte, outro duvida daquela. Elevam sua opinião acima da Palavra; e as Escrituras que eles ensinam, repousam sobre a autoridade deles próprios. Sua autenticidade divina é destruída. Deste modo é semeada largamente a semente da incredulidade; porque o povo é confundido e não sabe o que crer… A Bíblia deve ser apresentada como a Palavra do Deus infinito, como o termo de toda polêmica e o fundamento de toda fé”. (EGW, PJ, p. 11).

Desafio: Aceitar a Bíblia toda e não pensar que pode questionar a inspiração de partes que não entenda.

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Segunda-feira, 6/4/2020

› O processo da inspiração

A unidade que se conclui da Bíblia resulta de Deus ser seu autor, movido o Espírito Santo entre os seres humanos, inspirando-os ao escrever e proteger a mensagem, bem como providenciar para que suas expressões humanas pudessem portar raios de luz, clareza, simplicidade e ser inteligível a todos leitores. Exemplifica essa unidade que a mesma mensagem de Gênesis 3:14-15 sobre a disputa entre a serpente e o descendente da mulher é replicada em Apocalipse 12:17, que reflete essa disputa como “guerra” entre o dragão e o remanescente da mulher.

O processo de inspiração se dá pela atuação direta do Espírito Santo em pessoas escolhidas, que revelam o desejo de Deus de que todos sejam salvos, conforme II Pedro 1:21. A Palavra é útil para o ensino, à argumentação aos opositores da verdade, à correção e formar pessoas justas (II Timóteo 3:16). O profeta chamado, recebe de Deus o pensamento que deve ser expresso e não as palavras “ipsis litteris” (Deuteronômio 18:18).

A inspiração também pode conduzir o profeta a ter acesso e considerar outras fontes, como outros profetas bíblicos (Daniel 9:2), autores não inclusos no canon bíblico (Josué 10:13), buscar documentos ou testemunhas oculares de fatos e eventos (Lucas 1:1-3). Esses auxílios não diminuem a inspiração divina do texto bíblico, ao contrário, confirmam a inspiração a toda a Escritura (II Timóteo 3:16), e como registrou Paulo “tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito” (Romanos 15:4). Que resulte na mente de cada leitor das Escrituras que toda ela é inspirada por Deus (II Timóteo 3:16).

Reflexão: Que sabedoria e conhecimento tem qualquer ser humano para julgar a inspiração e autoridade da Bíblia?

Pense: “Ninguém é capaz de explicar as Escrituras sem o auxílio do Espírito Santo. Mas quando tomais a Palavra de Deus com o coração humilde e dócil, os anjos de Deus estarão a vosso lado para impressionar-vos com as evidências da verdade. Quando o Espírito de Deus repousa sobre vós, não há sentimento de inveja ou ciúme ao examinar a atitude alheia; não haverá espírito de acusação e crítica, como o que Satanás inspirou ao coração dos líderes judeus contra Cristo… Tendes de ter o molde divino antes de poderdes discernir as sagradas reivindicações da verdade”. (EGW, ME, v. 1, p. 411).

Desafio: Reconhecer que a inspiração divina percorre a toda Bíblia.

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Terça-feira, 7/4/2020

› A Palavra escrita de Deus

A frase final do texto que contém a ordem para escrever dá a razão dessa ordem “porque conforme ao teor destas palavras tenho feito aliança contigo e com Israel” (Êxodo 34:27). “Aliança”, tratado ou contrato, isto é, o texto seria um documento, definindo responsabilidades e direitos, e sendo escrita poderia ser consultada, estudada, recordada em todo tempo e por todos, além das pessoas ao alcance da voz de Moisés.

Outro motivo para o registro escrito da Palavra de Deus é que se torna um “livro de memória”, onde cada palavra registrada tem significado legal e de comprometimento (Êxodo 17:14), e cabe ao profeta cumprir a determinação de Deus, como o fez Moisés “Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR” (Êxodo 24:4). Josué também obedeceu a ordem divina de escrever tudo em um livro, que ele definiu como “livro da lei de Deus” (Josué 24:26). Também Jeremias, porque Deus cumpriria tudo que antecipara nas visões dadas a Seu servo (Jeremias 30:2).

João, apóstolo e profeta, quando recebeu a visão que originou o livro do Apocalipse, também recebeu essa ordem acrescida da determinação para enviar o que fosse escrito a igrejas “escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia” (Apocalipse 1:11). E que escrevesse a visão pois aconteceriam “as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” (Apocalipse 1:19), reforçada pela ordem de escrever a promessa de que Cristo fará “novas todas as coisas” e porque todas as palavras eram fidedignas “Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis” (Apocalipse 21:5). Deveria registrar que ninguém poderia acrescentar ou tirar nada do que foi escrito na Palavra de Deus (Apocalipse 22:18-19).

Reflexão: As Escrituras são impactantes, transformadoras e benção a todas as gerações humanas, sendo acessíveis a todos.

Pense: “Conquanto a Reforma fizesse as Escrituras acessíveis a todos, o mesmíssimo espírito que Roma manteve impede também as multidões nas igrejas protestantes de examinarem a Bíblia por si mesmas. São instruídas a aceitar os seus ensinos conforme são interpretados pela igreja; e há milhares que não ousam receber coisa alguma contrária ao seu credo, ou ao ensino adotado por sua igreja, por mais claro que esteja revelada nas Escrituras” (EGW, GC, p. 596).

Desafio: o entendimento da Palavra de Deus pelo Espírito Santo e por si mesmo.

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Quarta-feira, 8/4/2020

› O paralelo entre Cristo e as Escrituras

A identidade Divina de Cristo, “LOGOS”, (grego significando “Verbo, Palavra, Razão”), portanto, o poder realizador da Divindade. Se o “LOGOS” de Deus é a ação, realização do pensar, geração do visível oriundo do invisível, então “Elohim”, Criador é Divindade única, formado pelas pessoas do Deus “EU SOU” – a realidade total e inexplicável; do “LOGOS” – pensamento e palavra que expressa transformação em realidade física e espiritual; e do “PNEUMA” – que permite o movimento de toda a criação, animada ou inanimada. Essa Divindade se manifesta na criação, nos movimentos da criação, na permissão de autodefinição pelo livre-arbítrio, e na recriação de cada uma das espécies, pela doação do poder criativo inato aos seres criados.

Jesus Cristo, o “VERBO” de Deus que criou todas as coisas, encontra seu paralelo nas Escrituras, pois através delas o SENHOR recria na humanidade um coração novo e um Espírito reto (João 1:14).

Jesus Cristo, o “VERBO”, a Palavra que define a ação, sendo Ele próprio a ação, ao ressuscitar confirmou a Palavra que ensinara e as que se referiam a Ele nas Escrituras (João 2:22). Conclamou Seus discípulos a permanecerem em Sua Palavra, ou seja, Nele, porque, sendo a Verdade, traz libertação. Pede ao “EU SOU” que separe (santifique) Seus seguidores Nele (João 8:31-32, 17:17).

Hoje, não há a Palavra presencial e audível de Jesus, mas está escrita, mostrando Jesus como único Salvador através da Bíblia, a qual revela que em Seu nome há salvação (Atos 4:12), e o “VERBO” que se fez humano (João 1:14) restabelece a unidade pretendida na criação com o ““A natureza da experiência religiosa de uma pessoa revela-se na espécie dos livros que ela prefere em seus momentos de lazer. Para possuir um saudável tono mental, bem como sãos princípios religiosos, a mocidade deve viver em comunhão com Deus por meio de Sua Palavra. Indicando o caminho da salvação mediante Cristo, é a Bíblia nosso guia para uma vida mais elevada e melhor. Contém as mais interessantes e instrutivas histórias e biografias que já foram escritas” (EGW, MCP, v. 1, p. 108).

Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1:26)

Reflexão: A Bíblia, sua mensagem e seu estudo são fundamentos da fé cristã.

Pense: “A natureza da experiência religiosa de uma pessoa revela-se na espécie dos livros que ela prefere em seus momentos de lazer. Para possuir um saudável tono mental, bem como sãos princípios religiosos, a mocidade deve viver em comunhão com Deus por meio de Sua Palavra. Indicando o caminho da salvação mediante Cristo, é a Bíblia nosso guia para uma vida mais elevada e melhor. Contém as mais interessantes e instrutivas histórias e biografias que já foram escritas” (EGW, MCP, v. 1, p. 108).

Desafio: No emaranhado de conhecimentos e filosofias do mundo, escolha o guia da eternidade, a Bíblia.

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Quinta-feira, 9/4/2020

› Compreendendo a Bíblia pela fé

A mente humana, contaminada por milênios de especulações sugeridas por Satanás, perdeu a fé em Deus e Sua Palavra. Mas, o SENHOR não obriga ao acatamento compulsório de Sua Palavra, ao contrário, procura o diálogo. Desde Adão (Gênesis 3:9) Ele permite que o ser humano escolha livremente seus valores e princípios de vida e a quem oferecerá, racionalmente, sua adoração (Isaías 1:18, 55:3, Romanos 12:1-2).

Escolhendo Deus e Sua Palavra, o fará com base na fé, porque, “sem fé é impossível” agradar a Deus e até a criação, como narrada por Deus, não é considerada pela mente secularizada, pois, raciocina que é impossível que tudo tenha origem apenas na Palavra de Deus, como descrito em Gênesis.

Para o crente em Deus, a Escritura é “Lâmpada para os… pés… e luz para o caminho” (Salmo 119:105). Apresenta a infalível vontade de Deus, guia por Sua Lei e confirmação de Sua Palavra (Isaías 8:20). Assim, a Palavra de Deus é o padrão de caráter. Como disse Cristo, nela se encontra a santidade e a verdade (João 17:17). É um processo, não um evento, pois a Palavra está, continuamente, “operando eficazmente” (I Tessalonicenses 2:13). Essa obra – Jesus Cristo habitando o coração - ocorre pelo ensino, pela defesa da fé, pela correção e instrução na justiça, levando o filho de Deus ao aperfeiçoamento ao praticar boas obras (II Timóteo 3:16-17). Isto ocorre na medida que a Palavra, pelo Espírito Santo, penetre mente e coração, lógica e emoção, raciocínio e compaixão, dando discernimento das intenções do coração (Hebreus 4:12).

Reflexão: Abrir a Bíblia sem a presença do Espírito Santo e sem fé em seus registros é julgar a Deus, tendo o mesmo raciocínio e atitude que Lúcifer antes da queda (Isaías 14:14).

Pense: “Devemos estudar a Bíblia com humildade de coração, nunca perdendo de vista nossa sujeição a Deus. Ao mesmo tempo em que nos devemos guardar constantemente contra os ardis de Satanás, cumpre com fé orar sempre: ‘Não nos deixes cair em tentação’” (EGW, GC, p. 530).

Desafio: Abrir a Bíblia somente após pedir a presença e atuação do Espírito Santo em sua mente e coração.

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Sexta-feira, 10/4/2020

› Pontos para reflexão

Nesta semana estudamos “origem e natureza da Bíblia”. Que Deus tenha aprofundado seu conhecimento da Palavra de Deus e Seu Plano. Nestes últimos seis dias foram expostas diante do observador que a Palavra é Cristo, mas a Bíblia não é Cristo porque tem a participação humana em sua produção. Traz a revelação divina em si, pois ilumina a mente das pessoas que se envolvem e a acatam com fé, como a Palavra de Deus. Contém História, doutrina e profecia como vidência.

Mais de quarenta autores a escreveram, num espaço de tempo de mais de 1500 anos, a partir da Ásia, Europa e África. Seus escritores foram inspirados diretamente pela revelação falada ao escritor, recorrendo a outros autores e por informações de testemunhas dos eventos registrados.

Na cultura ancestral o conhecimento era transmitido oralmente, porém, para registro, testemunho e recorrência à leitura, estudo e confiabilidade do que foi dito, o próprio Deus determinou que escrevessem o que lhes era revelado.

Desde a criação, quando pela Palavra Deus tudo se originou, há um paralelismo entre Cristo, “LOGOS”, e a Palavra escrita de Deus. Por isso, pela criação, divina e miraculosa, é preciso que ao se aproximar de Deus e de Sua Palavra, o ser humano exerça a fé.

Na próxima semana refletiremos sobre o tema “A visão de Jesus e dos apóstolos acerca da Bíblia”, considerando o “está escrito”, a relação entre “Jesus e a Lei” e “Jesus e todas as Escrituras” e, ainda consideraremos sobre “Jesus e a origem e história da Bíblia” e “os apóstolos e a Bíblia”. Mentes e corações abertos paara que o Espírito Santo fale conosco em cada ponto de es“Nada existe de egoísta ou estreito na religião de Cristo. Seus princípios são difusivos e progressivos. Ela é por Cristo representada como a luz brilhante, como o sal que conserva, como o fermento que transforma. Com zelo, fervor e devoção, os servos de Deus procurarão propagar perto e longe o conhecimento da verdade; contudo, não negligenciarão o empenho pelo fortalecimento e unidade da igreja”. (EGW, TS, v. 2, p. 79).

tudo.

Reflexão: Conhecer a Bíblia pode auxiliá-lo a propagar as verdades bíblicas e as boas-novas da salvação?

Pense: “Nada existe de egoísta ou estreito na religião de Cristo. Seus princípios são difusivos e progressivos. Ela é por Cristo representada como a luz brilhante, como o sal que conserva, como o fermento que transforma. Com zelo, fervor e devoção, os servos de Deus procurarão propagar perto e longe o conhecimento da verdade; contudo, não negligenciarão o empenho pelo fortalecimento e unidade da igreja”. (EGW, TS, v. 2, p. 79).

Desafio: Saber expor a origem e natureza da Bíblia, de forma a mostrar Jesus como o “LOGOS” de Deus.

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Gerson Benedito Prado

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