vila rica

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2020


Lição 02: Origem e natureza da Bíblia

Semana: 4 a 10 de abril

Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular, sênior, no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí – RS)

Este comentário complementa o estudo da lição original

www.cristoembrevevira.com – marks@unijui.edu.br – Fone: (55) 3332.4868 WhatsApp : (55)98458.2172

Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

Verso para memorizar: “Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a DEUS: é que, tendo vós recebido a Palavra que de nós ouvistes, que é de DEUS, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a Palavra de DEUS, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes” (1 Tes. 2:13).

Introdução de sábado à tarde

 Pois, então, como interpretar as Escrituras? Ou, como obter delas o conhecimento e a sabedoria para a salvação e vida eterna?

O que não devemos fazer? A Bíblia não se lê e não se estuda como um livro científico porque ela não é um livro científico. Nem como um livro de contos ou de história, porque ela é mais que isso. Ela é a Palavra de DEUS para todas as pessoas, sejam elas simples e pouco letradas, sejam elas doutores e mestres. Ela é um escrito que está ao alcance de todos. Como pode ser assim?

A Bíblia se abre aos que procuram algo nela. Ela mesma se explica, mas isso não é automático. É o ESPIRITO SANTO que dá a explicação, e as pessoas com grande dificuldade de compreensão conseguem obter conhecimentos maravilhosos na Bíblia.

É evidente que, quem tem bem desenvolvida a sua mente por meio do estudo, leva vantagem, mas o outro não fica às escuras; todos conseguem obter o que precisam para sua santificação. Ninguém vai se perder se estiver procurando algo para si na Bíblia, mesmo se mal souber ler e escrever. Mesmo o analfabeto consegue importantes lições na Bíblia somente ouvindo.

Mais uma vez, como pode a Bíblia ser assim?

Quando temos o desejo de ser transformados, e é para isso que a Bíblia foi escrita, ela se revela para a pessoa. Digamos assim, DEUS dá um jeito. Tomemos por exemplo uma pessoa analfabeta, como ocorre a revelação da Bíblia para ela. Da mesma maneira como para todas as pessoas.

Temos uma compreensão mínima ao estudarmos a Bíblia inicialmente. Esse mínimo devemos colocar em prática. A partir disso, temos novas compreensões para que as coloquemos em prática. Se assim o fizermos, teremos sempre novos acréscimos de compreensões, sempre conduzidas pelo ESPÍRITO SANTO.

O analfabeto obterá novos conhecimentos bíblicos ouvindo; o que tem o ensino médio, lendo, estudando e ouvindo; o teólogo, lendo, estudando com profundidade e ouvindo, e assim por diante. Cada um irá em frente com as ferramentas que possui. O importante aqui é aprender e não ficar na mesma situação; é permitir ser transformado, que daí virão novas revelações. É DEUS trabalhando no caráter da pessoa.

Os israelitas, quando nada da Bíblia ainda estava escrito, teriam recebido de DEUS novas revelações se pusessem em prática o que já haviam aprendido. Mas eles, embora tivessem todo tempo do mundo lá no deserto, queriam voltar para trás. Isto dificultou em muito o processo de aprendizagem pelo qual se tornariam vencedores contra o inimigo. “Durante este período de espera [por Moisés que subira o Monte do Sinai para receber os Dez Mandamentos], houve tempo para meditarem na lei de Deus que tinham ouvido, e prepararem o coração para receber novas revelações

[que Moisés traria do monte, e muito mais]

que Ele lhes poderia fazer. Não tinham tempo demasiado para este trabalho; e se houvessem estado assim a procurar uma compreensão mais clara dos mandamentos de Deus, e a humilhar seus corações diante Dele, teriam sido protegidos contra a tentação. Mas não fizeram isto; e logo se tornaram descuidados, desatentos e desordenados” (Patriarcas e Profetas, 315). De alguma forma, a experiência no deserto pode repetir-se conosco se formos relaxados em praticar o que já sabemos. Se fizermos isto, a Bíblia se fechará a nós e pararemos de obter novos conhecimentos, mesmo ouvindo sermões todos os sábados, domingos e quartas-feiras.

  1. Primeiro dia: A revelação divina da Bíblia

A Bíblia foi escrita por profetas, porém, é de autoria divinaO conteúdo tem origem na mente de DEUS e, exceto os Dez Mandamentos, tudo o mais foi escrito por seres humanos especialmente escolhidos por DEUS, chamados profetas. Profeta é um homem ou uma mulher mais dedicada a DEUS do que em geral as pessoas são, por isso DEUS escolhe essas pessoas para serem suas mensageiras e as classifica como profetas. Também a Bíblia foi escrita não em linguagem dos anjos, mas humana. Assim, a Bíblia pode conter pequenas incongruências, seja por causa da pessoa que escreveu ou que traduziu, seja por causa da linguagem humana que é imperfeita, seja por causa de quem a lê. Mas seu conteúdo é confiável a ponto de servir como guia à nossa vida. Se não pudesse ser confiável, DEUS buscaria outra maneira de Se comunicar conosco. Os detalhes que estão na Bíblia e que por vezes causam alguma confusão são perfeitamente identificáveis pelas pessoas, especialmente pelos teólogos honestos. Acontece que por ter um autor único que é DEUS, a Bíblia, assim como qualquer outro livro, não pode ter contradiçõesA Bíblia tem muitos escritores, mas tem um único Autor, essa é a razão de sua coerência em todo o conteúdo. Havendo alguma, é só pesquisar melhor, que se encontra a interpretação correta daquela parte.

O que há de tão confiável na Bíblia? Ela não é um livro científico, por exemplo. Os livros científicos contêm muitas informações excelentes, mas nem todas são verdadeiras. De tempos em tempos os cientistas vão mudando suas concepções sobre determinado assunto, e vão corrigindo. Na Bíblia nunca houve nem nunca haverá necessidade de correções.

Ela também não é um livro de filosofia, que é o modo mais profundo do pensamento humano. A filosofia também é um profundo modo de desenvolvimento mental da humanidade, mas contém muito conhecimento não verdadeiro, que são as ideias de um filósofo ou de um grupo de filósofos. A filosofia não tem o rigor metodológico da ciência, por isso ela contém mais disparates que aquela. Ela é mais para debate entre intelectuais, mas não serve de guia seguro a ninguém. A Bíblia é um guia seguro a todos.

A Bíblia contém o que ela mesma chama “a verdade”. O que é essa verdade? É a explicação confiável da origem da humanidade, da maldade, da trajetória aqui na Terra e do futuro de todos os seres humanos e do planeta. A humanidade, por exemplo, não surgiu num Big Beng. Nem o ser humano veio evoluindo a partir de macacos para uma condição cada vez mais perfeita. E sabemos qual será o futuro desse planeta pelas profecias que constam na Bíblia. Sabemos até por quais dificuldades os servos de DEUS passarão, e as que já passaram. Isso é verdadeiro porque vem de DEUS que tem conhecimento de tudo, inclusive tem o conhecimento do que ainda há de vir, e nos revelou por meio dos profetas.

A Bíblia também contém um conjunto de princípios de vida. Os principais estão nos Dez Mandamentos, mas há muitos outros, como sobre alimentação por exemplo. Seguindo esses princípios teremos melhor qualidade de vida e teremos esperança da vida eterna.

Para entendermos a Bíblia, em adição ao que escrevemos ontem, como foi DEUS quem inspirou os profetas, deve também ser Ele a nos guiar nos estudos desse livro. Isso pode acontecer de duas maneiras: direta ou indiretamente. Será diretamente se, quando estudarmos a Bíblia, o ESPÍRITO SANTO estiver conosco nos dando a iluminação sobre o texto. Será indireta se obtivermos a explicação por outro ser humano que já teve iluminação do ESPIRITO SANTO, ou que já aprendeu de outro ser humano iluminado. Por isso, toda vez que estudarmos a Bíblia, podemos nos valer de outros escritos de homens ou mulheres honestos que explicam o texto, pois elas já tiveram essa explicação e estão partilhando com todos por meio de seus escritos, palestras ou outros meios. Mesmo assim, lendo diretamente na Bíblia, ou lendo textos de outros sobre a Bíblia, precisamos do ESPIRITO SANTO para entender, assimilar e colocar em prática. Conhecer bem a Bíblia e não colocar em prática nos torna semelhantes a satanás. Ele conhece muito bem a Palavra de DEUS, mas não pratica nada do que ali está escrito, pelo contrário, influi a muitos para que profiram mentiras sobre a Bíblia, para levar pessoas a erro. Assim existem muitos cometendo grandes erros com a Bíblia na mão, lendo-a todos os dias. Portanto, muito cuidado, temos a Bíblia de origem divina, mas também existe satanás que é o grande inimigo com interesses maldosos.

  • Segunda: O processo de inspiração

Mesmo após o pecado, e após a raça humana decair significativamente, DEUS continuou a Se comunicar conosco. Fazia e faz de maneira indireta, por meio de profetas, pessoas mais dóceis a DEUS que os outros pecadores. Há três maneiras de DEUS falar com a humanidade: por revelação, por inspiração e por iluminação.

Na revelação DEUS comunica ao profeta conhecimento Dele. Na inspiração, o profeta é dotado por Deus de capacidade para comunicar a outros a mensagem de forma fiel e verdadeira. Na iluminação o poder do ESPÍRITO SANDO auxilia os seres humanos que não são profetas a compreender o conteúdo da revelação divina. O mesmo Espírito que fala por meio dos profetas fala àqueles que ouvem ou leem a mensagem do profeta.

Por exemplo, ao lermos a Bíblia, o ESPÍRITO SANTO nos ilumina no entendimento correto. Faz isso de diversas maneiras, diretamente à nossa mente ou indiretamente, ao ouvirmos explicações de outras pessoas que já entenderam o assunto, ou ao lermos, etc. Mas quando alguém quer interpretar por si mesmo, vai criar algo que é uma mentira.

A revelação pode ser por sonhos e visões. No sonho o profeta está dormindo e recebe a mensagem de DEUS enquanto sonha. Não é um sonho comum, é enviado por DEUS, como foi com Nabucodonosor, mas ele não chegou a ser profeta. Já na visão o profeta está acordado, não respira, fica indiferente ao ambiente, olhar fixo, mas está vivo e acordado. Visões são de caráter sobrenatural em que o profeta exibe sinais de estar sob o controle de um poder sobre-humano. Ele vê algo como um filme se passando e pode até interagir com DEUS ou com um anjo, falar, fazer perguntas e ser instruído. A visão é um diálogo com a Divindade ou com anjo, já o sonho é somente uma comunicação unilateral de DEUS com o profeta. Visões são tão reais aos profetas que às vezes é difícil para eles distinguir entre a visão e a realidade. Eles podem dizer para as pessoas “Eu vi o Senhor” e “Eu ouvi a voz do Senhor” (Isa 6:1, 8).

Diz o Pr. Renato Stencel Diretor do Centro White – Brasil UNASP – EC, “Cada profeta que é chamado e escolhido por Deus para esse ofício é único, singular. “Ao fazer um profeta, Deus toma a pessoa inteira – corpo, mente, espírito, inteligência, personalidade, fraquezas, forças, educação, características individuais – e depois procura por meio dessa pessoa proclamar Sua mensagem e realizar uma missão especial”. No entanto, a autoridade da revelação encontra-se na mensagem e não no mensageiro. Todavia, isso não elimina a possibilidade de conhecermos a vida e obra do profeta. Porém, há alguns traços de comportamento que podem ser considerados evidências comprobatórias do ofício profético. Tais aspectos são observados, sobretudo durante o momento em que o profeta vivencia o processo da visão. O Dr. Herbert Douglass relaciona dez características. Os profetas:

“Têm consciência de que uma Pessoa sobrenatural Se comunica a eles; eles sentem um senso de indignidade;

“Frequentemente perdem as forças;

“Às vezes, caem por terra em profundo sono;

“Ouvem e veem acontecimentos em lugares remotos, como se estivessem realmente presentes;

“Às vezes, não conseguem falar, mas, quando seus lábios são tocados, eles conseguem fazê-lo;

“Muitas vezes, não respiram;

“Não têm consciência do que acontece ao seu redor, ainda que tenham os olhos abertos;

“Às vezes, recebem força suplementar durante a visão;

“Recebem força e alento renovados quando a visão termina;

“Ocasionalmente, sofrem algum tipo de lesão física temporária como sequela da visão.

“É necessário compreender que nem todas as características apresentadas acima são observadas a cada visão. Desta maneira, não devemos usar tais fenômenos como a única prova para validar o ofício profético. Sendo assim, a credencial de um profeta deve ser comprovada por vários fatores: (a) seus escritos; (b) o fruto de seu trabalho; (c) a consonância entre a escrita e a prática de vida perante a sociedade, etc.” Veja mais sobre esse tema no artigo do Pr. Renato Stencel, publicado aqui.

Cuidado, porque mensagens não humanas não se originam somente de DEUS. A psicografia, por exemplo, é uma técnica de comunicação com o mundo espiritual vinda de pessoas já falecidas, comumente utilizada por muitos médiuns ou os chamados sensitivos. Ela consiste em realizar uma conexão espiritual com determinada alma desencarnada (de ser humano morto), de modo que essa alma ou espírito conduz a mão do médium ou sensitivo em questão, que atua como uma ferramenta para a transmissão de mensagens, que o médium vai escrevendo. É algo que não vem de sua vontade. É evidente que, então, na psicografia, na verdade as mensagens não vêm de almas desencarnadas, pois elas nem existem, vem de satanás ou de algum de seus anjos, que se passam por pessoas falecidas. Assim, além de enviar mensagens que parecem vir das almas dos mortos, ainda conseguem enganar a muitos, fazendo crer que existe uma alma imortal dentro do corpo das pessoas que se liberta do corpo na morte dessa pessoa. Portanto, longe de crentes em JESUS confundir a inspiração divina com psicografia. São de origens diferentes, a inspiração, visão e sonhos vem de DEUS, a psicografia vem de Lúcifer.

  • Terça: A Palavra escrita de DEUS

Houve a pré-história antes do Dilúvio e por um tempo após ele. Na pré-história não havia escrita, mas os cérebros eram tão poderosos que nem havia necessidade dela. Eles não esqueciam. Os estudiosos começaram chamar o tempo de história quando foi possível registrar o que acontecia, por meio da escrita, mesmo que ainda um tanto precária. Foi somente na antiga Mesopotâmia que a escrita foi elaborada e criada. Por volta de 4.000 a.C., os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. Usavam placas de barro, onde cunhavam esta escrita. Os egípcios antigos também desenvolveram a escrita quase na mesma época que os sumérios, por meio de hieróglifos. Aqui temos alguns exemplos de escrita antiga. O surgimento da escrita é um marco importante na história do mundo por demarcar a separação entre a história e a pré-história, iniciando o registro dos acontecimentos. Por volta do ano 3000 a.C. na Mesopotâmia os sumérios desenvolveram uma escrita silábica para representar a língua suméria falada, método adotado também pelos acádios e que leva a criação dos alfabetos.

Vários são os fatores que explicam o nascimento da escrita:

  • a necessidade de contabilizar os produtos comercializados, os impostos arrecadados e os funcionários do Estado;
  • registro das genealogias reais e das realizações dos governantes;
  • o levantamento da estrutura das obras, que exigira a criação de um sistema de sinais numéricos, para a realização dos cálculos matemáticos.

No tempo de Abraão, escavações arqueológicas um Ur, na antiga Caldeia, têm comprovado que ele era cidadão de uma metrópole altamente civilizada. Nas escolas de Ur, os meninos aprendiam leitura, escrita, aritmética e geografia.

No tempo de Moises já havia a escrita fonética, alfabética ou silábica. “Estudiosos modernos sustentam que Moisés escolheu a escrita fonética para escrever o Pentateuco. O arqueólogo William F. Albright datou essa escrita como sendo do início do século XV a.C. (tempo de Moisés). Interessante é notar que essa escrita foi encontrada no lugar onde Moisés recebeu a incumbência de escrever seus livros (Êxodo 17:14). Veja o que disse Merryl Unger sobre a escrita do Antigo Testamento: “A coisa importante é que Deus tinha uma língua alfabética simples, pronta para registrar a divina revelação, em vez do difícil e incômodo cuneiforme de Babilônia e Assíria, ou o complexo hieróglifo do Egito”” (Fonte aqui). Moisés por certo sabia escrever na escrita egípcia, conforme Atos 7:22; ele era muito bem estudado, mas também aprendeu a escrever na linguagem silábica dos fenícios, pois se tivesse escrito em hieróglifos, só no tempo de Campolion, em 1822, é que teríamos acesso ao Pentateuco. Nem os discípulos e nem JESUS teriam acesso a esses livros.

No princípio do século XX, nos anos 1904 e 1905, escavações na península do Sinai levaram à descoberta de uma escrita muito mais simples que a hieroglífica, e era alfabética! Com essa descoberta, a origem do alfabeto se transportava da época dos fenícios para a dos seus antecessores, séculos antes, os cananitas, que viveram no tempo de Moisés e antes dele.

“Portanto, foram estes antepassados dos fenícios que simplificaram a escrita. E passaram a usar o alfabeto em lugar dos hieróglifos, isto é, sinais que representam sons ao invés de sinais que representam ideias. Moisés, vivendo 40 anos numa região (Midiã) onde essa escrita era conhecida, viu nela a escrita do futuro, e passou a usá-la por duas grandes razões: a impressão grandiosa que teve de usar uma língua alfabética para seus escritos e que se compunha de apenas 22 sinais bastante simples comparados com os ideográficos que aprendera nas escolas do Egito; Moisés compreendeu que estava escrevendo para o seu próprio povo, cuja origem era semita como a dos habitantes da terra onde estava vivendo, e que não eram versados em hieróglifos por causa de sua condição de escravos” (idem).

Portanto, pouco antes de Moisés escrever, DEUS providenciou a escrita já muito parecida à nossa, a escrita silábica, fonética ou alfabética. Assim o Pentateuco se tornou compreensível a todos e pôde ser traduzido em várias línguas pelos copistas.

A escrita tem a vantagem de perpetuar as ideias e de garantir que elas não sejam deturpadas ou alteradas. Pela escrita o Pentateuco e o livro de Jó chegaram até nós. Pela escrita, hoje, se pode estudar, obter conhecimento, registrar ideias, transmitir conhecimento, ensinar e principalmente educar e ser educado, isto é, transformar caráteres e ter o caráter transformado. O ESPÍRITO SANTO usa a linguagem para nos santificar, seja ela falada, seja escrita. Ele Se comunica com nosso cérebro por meio da linguagem. Assim somos santificados gradativamente, cada dia um pouco mais.

  • Quarta: O paralelo entre CRISTO e as Escrituras

A Bíblia, ou, as Escrituras, ou, a Palavra são a revelação escrita de DEUS, o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO. JESUS é o Filho, e é o mais revelado nas Escrituras porque Ele é o Criador, ou seja, por meio Dele tudo foi feito, e também é o Salvador, além de ser nosso Advogado e o Juiz no Tribunal celeste. As Escrituras se estendem mais sobre JESUS CRISTO.

Quando Lúcifer intentou assentar-se no trono celeste, onde há três lugares (ver Apoc. 5:6). O Cordeiro assentou-se no meio do trono e tomou o livro da mão direita do Pai, logo Este estava assentado no lado direito do trono visto de frente. Se o trono tem um lugar no meio então é porque tem três lugares, não só dois. Lúcifer queria ocupar o lugar central, que é o lugar do Filho, por meio do qual tudo é criado. Assim sendo, teve Esse, que ocupa o lugar ambicionado por Lúcifer defender o Seu lugar e as Suas criaturas. Portanto, o plano da salvação dependia mais Dele do que dos demais, já que Ele é quem deveria tornar-Se humano para tomar o nosso lugar e assim pagar pelos nossos pecados. Por isso a Bíblia dedica mais linhas a JESUS, nosso Salvador.

JESUS viveu um tempo aqui na Terra. Veio a nós por volta de quatro mil anos de pecado, e agora já se passaram mais de dois mil anos. Viveu aqui por pouco tempo, 33,5 anos. Não é muita coisa em relação a seis mil anos que mais ou menos deverá durar a história do pecado. Isso significa apenas 0,005% de tempo. E se tomarmos o tempo que ele pregou, são apenas 3,5 anos. Bem pouco! Mas o importante na vida de JESUS são três coisas: Seu testemunho de nunca ter pecado; Sua mensagem ou Seus ensinos, e Sua morte com a ressurreição dos mortosPois bem, a Bíblia tem por objetivo principal testemunhar sobre esses 33,5 anos da vida de JESUS e em especial, sobre os Seus 3,5 anos de ação missionária. Claro que a Bíblia tem muitos outros assuntos, mas esse é o seu foco, a nossa salvação por meio de JESUS.

Então, qual é o paralelo entre JESUS CRISTO e as Escrituras? Elas revelam o nosso Salvador, dando-nos suficiente informação para termos o conhecimento necessário a fim de tomarmos uma decisão pela vida, ou desprezarmos conscientemente a salvação.

  • Quinta: Compreendendo a Bíblia pela fé

Tudo o que fizermos precisa ser pela fé para obter bom resultado. Por exemplo, se for construir um banco para o jardim, precisa confiar em quem lhe vai vender as peças, precisa fazer um projeto que possa confiar que as medidas estão corretas etc. Se for estudar uma matéria de aula, vai ter que confiar no professor que aquela matéria é relevante e que o texto de estudo é bom. Se for fazer uma viagem de avião, vai ter que confiar na engenharia do avião, nos pilotos, no mecânico de bordo, no pessoal de terra de apoio ao voo, e muitos mais. Se for fazer uma viagem de automóvel, vai ter que confiar no mecânico que tenha feito uma revisão decente, nos outros motoristas na estrada, na própria estrada, etc. Em todos esses casos, vai ter que sempre confiar em DEUS, que lhe auxiliará em todas as situações.

Para estudar e compreender a Palavra de DEUS, mais que qualquer outro assunto, vai ter que confiar em DEUS, no Autor da Bíblia. Se não confiar não vai avançar muito no entendimento por duas razões: 1ª) Como Ele vai lhe fazer entender se nem mesmo confia Nele? 2ª) Você precisa crer que o texto veio de DEUS, foi inspirado por Ele e escrito por profetas de confiança Dele.

Além disso, que mudança o conteúdo do texto sagrado faria em sua vida se não tem fé nesse texto nem no Seu Autor?

Para tudo na vida em que nos envolvermos para algo significativo há que se ter fé, muito mais ainda ao estudarmos a Bíblia, cuja origem não é de homens, mas é divina.

E o que é a fé da qual estamos falando aqui? Ellen G. White, que foi uma profetiza, poderá dar uma explicação confiável: (Os negritos foram acrescentados.)

“A fé, a fé salvadora, deve ser ensinada. A definição dessa fé em Jesus Cristo pode ser dada em poucas palavras: É o ato da alma pelo qual o homem todo se entrega à guarda e controle de Jesus Cristo. Ele permanece em Cristo e Cristo habita na alma supremamente, pela fé. O crente confia alma e corpo a Deus, e com convicção pode dizer: Cristo é capaz de guardar aquilo que Lhe confiei, até aquele dia. Todos os que isso fizerem serão salvos para a vida eterna. Haverá a certeza de que a alma foi lavada no sangue de Cristo e revestida com a Sua justiça, sendo preciosa à vista de Jesus. Nossos pensamentos e nossas esperanças estão no segundo advento de nosso Senhor. Este é o dia em que o Juiz de toda a Terra recompensará a confiança de Seu povo” (Mente, Caráter e Personalidade, v 2, 531).

“Mediante a fé recebemos a graça de Deus; mas a fé não é nosso Salvador. Ela não obtém nada. É a mão que se apega a Cristo e se apodera de Seus méritos” (O Desejado de Todas as Nações, 175).

“Assim, ela nos conduz a escolher o Seu caminho em vez de o nosso próprio. Em lugar da nossa ignorância, ela aceita a Sua sabedoria; em lugar de nossa fraqueza, aceita a Sua força; em lugar de nossa pecaminosidade, Sua justiça. Nossa vida e nós mesmos somos já Seus; a fé reconhece essa posse e aceita as bênçãos dela. A verdade, correção e pureza, têm sido designadas como segredos do êxito da vida. É a fé que nos põe na posse destes princípios” (Educação, 253).

Leia aqui um capítulo inteiro, 11 páginas, sobre fé, no livro Mente, Caráter e Personalidade, vol 2).

Portanto, funciona assim: Somos seres racionais, isto é, usamos um cérebro com inteligência em tudo o que fazemos. Em tudo quanto nos envolvermos, racionalmente falando, precisamos ter certeza de que o caminho está certo, que vamos conseguir fazer alguma coisa útil. Não podendo haver tal certeza, por certo abandonaremos o projeto ou não nos dedicaremos o suficiente a ele. Essa é uma característica dos seres racionais. Quanto a compreender a Bíblia, mais ainda é assim, pois devemos confiar que temos o Autor bem junto a nós, dando a intepretação que Ele queria ao inspirar os profetas. Além disso, precisamos confiar que DEUS cuidou da Bíblia ao longo dos séculos e que ela ainda é confiável em seu conteúdo. Acima de tudo, precisamos confiar que DEUS existe e que é por nós, que deseja que sejamos libertos da escuridão do que o mundo concebeu em teorias e saberes que mudam a cada pouco porque são insustentáveis no longo prazo.

  • Resumo e aplicação – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
  • Tema transversal

A Bíblia sem a ação do ESPÍRITO SANTO é como qualquer outro bom livro. Serve para muitos bons propósitos, para muitos ensinamentos e transmissão de bons princípios, mas pouco pode fazer pela mudança do caráter. Se, entregues a DEUS a lermos tendo-O como instrutor, como quem falando a nós por meio dos escritos, teremos uma influência divina tão poderosa quando a que criou os céus e a Terra.

Dias atrás falava com uma pessoa muda. Ela escreveu o que queria dizer e eu lia. Assim é a Bíblia. DEUS não ficou mudo, mas nós estamos muito distantes Dele pela nossa pecaminosidade. Então Ele nos fala por meio de Sua Palavra escrita, e se não a lermos simplesmente como lemos qualquer outro livro, por ela DEUS nos transformará e nos transmitirá vida eterna.

  • Aplicação contextual e problematização

Muitas vezes nós lemos a Bíblia como num campeonato. Para cumprir propósitos ou metas, como lê-la num ano, o ano bíblico. Até eu mesmo já participei (e não faria isso outra vez) de um grande grupo de irmãos que leram a Bíblia toda em uma hora, cada um lia um pouco. Era para o Guines Book. Não é para isso que ela foi escrita nem é assim que se lê a Palavra de DEUS.

  • Informe profético de fatos recentes

Vinte religiosos de diferente credos desfilaram na Mangueira

“Um Jesus de várias faces foi desfilado pela Estação Primeira da Mangueira na noite deste domingo (23/fev), e o propósito foi “denunciar a hipocrisia dos falsos messias”. O enredo “A verdade vos fará livre”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira, abordando todo tipo de preconceito, principalmente a intolerância religiosa, despertou uma série de ataques, mas como o assunto é liberdade religiosa, sacerdotes e lideranças atenderam ao chamado do babalaô Ivanir dos Santos, que a pedido do carnavalesco, levou 20 religiosos de variados segmentos à frente da escola, representando a liberdade religiosa” (Fonte aqui).

“Corona vírus e o crescimento econômico mundial

“Epidemia afeta cadeias globais de suprimentos, abala bolsas, suspende produção, paralisa atividades e eleva preocupações sobre desaceleração da economia na China e no mundo.

“O avanço da epidemia do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais e tem elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da propagação do vírus nas cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na desaceleração do crescimento da economia global.

“Embora o maior número de casos confirmados e os principais impactos ainda estejam concentrados na China, o coronavírus já se espalhou por mais de 40 países de todos os continentes, provocando o fechamento de fábricas, interrupção de produção, fechamento do comércio e a paralisação de atividades também em países como Coréia do Sul, Japão e Itália” (Para ler mais, veja aqui).

   Se esse covid-19, só ele, consegue abalar as bolsas de valores do mundo inteiro e meter medo na liderança global, então imagine como será quando começarem as pragas.

  • Comentário de Ellen G. White

“Cristo veio para revelar perfeição em meio à imperfeição de um mundo corrompido pela desobediência e o pecado. O Verbo eterno apareceu em forma humana, trazendo consigo toda graça, cura e eficiência. Trouxe consigo o Pão da vida que, recebido, será para nós como árvore de vida. A Palavra inspirada declara desse Mestre: “Disse, na verdade, Moisés: O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a Ele ouvireis em tudo quanto vos disser. Acontecerá que toda alma que não ouvir a Esse profeta será exterminada do meio do povo.” Atos 3:22.

“A questão de como obter o conhecimento de Deus é para todos uma questão de vida ou morte. Leia a oração de Cristo a Seu Pai, a qual não se destinava a ser meramente uma importante lição para a educação dos discípulos, mas perduraria ao longo do tempo para benefício daqueles que lessem os escritos inspirados. “Pai”, orou Ele, “é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que o Filho Te glorifique a Ti, assim como Lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que Ele conceda a vida eterna a todos os que Lhe deste. E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17:1-3” (CRISTO Triunfante, MM, 2002, 220).

  • Conclusão

“A operação do Espírito de Deus não afasta de nós a necessidade de exercitar nossas faculdades e talentos, mas nos ensina a empregar toda capacidade para glória de Deus. As faculdades humanas, quando sob a orientação especial da graça divina, são susceptíveis de ser empregadas para os melhores desígnios na Terra. A ignorância não aumenta a humildade nem a espiritualidade de qualquer professo seguidor de Cristo. As verdades da divina Palavra podem ser melhor apreciadas pelo cristão intelectual. Cristo pode ser glorificado melhor por aqueles que O servem com inteligência. O grande objetivo da educação é habilitar-nos a empregar de tal maneira o poder que Deus nos deu, que representemos a religião da Bíblia e promovamos a glória do Senhor” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, 361).