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COMENTÁRIOS DA LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2020


Resumo da Lição 13
Do pó às estrelas

RESUMO DA LIÇÃO 13

Do pó às estrelas

ESBOÇO
TEXTO-CHAVE: Daniel 12:3
FOCO DO ESTUDO: Daniel 12; Romanos 8:34; Lucas 10:20; Romanos 8:18; Hebreus 2:14, 15; João 14:29; Apocalipse 11:3

Introdução

Três tópicos na lição desta semana merecem atenção especial porque, nessas áreas, os Adventistas do Sétimo Dia têm visões distintas: O papel e a natureza de Miguel, a natureza específica da ressurreição e as profecias de tempo em Daniel 12.

Temas da lição

1. Miguel, nosso Príncipe

Comentaristas cristãos, em geral, entendem que Miguel nada mais é do que um preeminente anjo. No entanto, há evidências bíblicas significativas que apontam para Miguel como o pré-encarnado Filho de Deus.

2. A ressurreição

A ressurreição descrita em Daniel não é a ressurreição geral, mas uma ressurreição especial que acontecerá imediatamente antes da segunda vinda de Jesus.

3. Profecias de tempo

Várias tentativas foram feitas para interpretar as profecias de tempo mencionadas em Daniel 12 como períodos de tempo literais que se cumprirão no futuro. No entanto, as melhores evidências indicam que essas profecias de tempo coincidem com as profecias de longo alcance de Daniel 7, 8 e 9, e se sobrepõem a elas.

Aplicação para a vida

Considerando que o Deus de Daniel é o nosso Senhor e nós somos o Seu povo, as promessas para o profeta também são nossas. Miguel, a saber, Jesus Cristo, é nosso representante no santuário celestial. Ele é o Deus vivo que dirige a história e cuida de nós. Assim, podemos viver no presente e olhar para o futuro com alegria e confiança.

Comentário

A seguir estudaremos com mais profundidade os três temas da lição resumidos anteriormente:

1. Miguel, nosso Príncipe

Entre todos os personagens retratados no livro de Daniel, um deles merece atenção especial. Esse personagem aparece pela primeira vez para proteger os três hebreus na fornalha de fogo ardente. Seu nome não é mencionado, mas Nabucodonosor, mesmo partindo de uma perspectiva pagã, reconheceu imediatamente que Ele devia ser um “Filho dos deuses” (Dn 3:25). Então, na visão do juízo celestial, vemos o que aparenta ser o mesmo personagem, que Se manifesta como o Filho do Homem (Dn 7:13). Ele desempenha Suas funções como o representante dos santos. E “Foi-Lhe dado domínio, e glória, e o reino” (Dn 7:14). Em seguida, Ele aparece como o “Príncipe do exército” (Dn 8:11), cujo ministério sacerdotal foi usurpado pelo chifre pequeno. Finalmente, esse personagem surge como “Miguel” (Dn 10:13). Ele é chamado de “vosso Príncipe” (Dn 10:21) e “o grande Príncipe” (Dn 12:1). Ele é uma figura tanto sacerdotal quanto militar/real.

Em seu papel militar, esse guerreiro real luta contra as forças do mal simbolizadas pelo chifre pequeno, o rei do Norte e o príncipe da Pérsia. Por exemplo, o chifre pequeno, por usurpação, pretendia ser grande (gdl) para engrandecer-se até ao “Príncipe do exército” (Dn 8:11) e atacar o povo de Deus; Miguel, o grande (gdl) Príncipe, grande por direito, levanta-Se para defender o Seu povo. A extrema oposição entre Miguel e os poderes contrários a Deus faz Dele o representante e expressão do próprio Deus.

Note que a designação de Miguel como “um dos primeiros príncipes” (Dn 10:13) não contradiz as considerações anteriores. O mais provável é que essa expressão aponte para o chamado plural de plenitude, como quando Deus Se dirige a Si mesmo na primeira pessoa do plural – “Façamos” (Gn 1:26; Gn 11:7), “um de nós” (Gn 3:22), “por nós” (Is 6:8) – que indica uma pluralidade de “pessoas” dentro da Divindade. Miguel é, na verdade, um dos principais príncipes, porque, como Filho eterno, Ele é uma Pessoa distinta dentro da Divindade e um com o Pai.

Essa distinção é ainda mais enfatizada no Novo Testamento. Miguel liderou o exército celestial, que expulsou o dragão e seus anjos do Céu (Ap 12:7-9). Miguel, também chamado de “arcanjo”, disputou com o diabo acerca do corpo de Moisés (Jd 9). De maneira surpreendente, a voz do “arcanjo” realizará a ressurreição dos santos na vinda de Jesus (1Ts 4:16). Não é de admirar que Cristo tenha associado a ressurreição com a voz do Filho do Homem (Jo 5:28, 29). Assim, a conclusão inevitável é que Miguel é Jesus.

2. A ressurreição

A primeira referência à ressurreição em Daniel 12:2 declara que tanto os justos como os ímpios ressuscitarão dos mortos ao mesmo tempo. Essa ressurreição acontece dentro da estrutura do tempo do fim, quando Miguel Se levanta para salvar Seu povo (Dn 12:1). Portanto, esse despertar deve ser uma ressurreição especial, porque, como é ensinado em outras partes das Escrituras, a ressurreição dos justos em geral acontecerá na segunda vinda de Jesus e a dos ímpios ocorrerá no final do milênio. No entanto, a Bíblia apresenta evidências de uma ressurreição especial daqueles que crucificaram Jesus (Dn 12:2; Mt 26:63, 64; Ap 1:7) e dos que morreram na fé das três mensagens angélicas (Ap 14:13). Como oComentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia resume de maneira apropriada: “Uma ressurreição especial precede o segundo advento de Cristo. 'Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo' se levantarão nessa hora. Além disso, os que contemplaram com zombaria a crucifixão de Cristo e os que mais violentamente se opuseram ao povo de Deus serão levantados de seus túmulos para ver o cumprimento da promessa divina e o triunfo da verdade (v. 4, p. 969; ver O Grande Conflito, p. 637; Ap 1:7).

Uma segunda referência à ressurreição ocorre em Daniel 12:13, que diferentemente da anterior, acontece no “fim dos dias”. Esse evento é a ressurreição geral dos justos, mencionada em outras partes das Escrituras. Daniel recebeu a promessa de que no “fim dos dias” ele se levantará para receber a sua herança. O termo “herança” (goral) evoca a herança (goral) atribuída a cada tribo depois que o povo de Deus entrou na terra prometida. Esse termo lembra o Êxodo e a promessa da aliança de que Deus daria a terra ao povo. Daniel recebeu a mesma promessa. No final, ele receberá a sua “parte” na nova criação, no novo Céu e na nova Terra. A ressurreição não é a transição de um estado material para um estado imaterial. Na verdade, é a transição de uma condição pecaminosa e degradada para um estado de perfeição. Desfrutaremos a vida em sua plenitude, na realidade concreta dos novos Céus e da nova Terra que Deus trará à existência (Is 65:17; Ap 21:1-5).

3. Profecias de tempo

Ao examinarmos os cronogramas proféticos mencionados em Daniel 12, devemos ter em mente que esse capítulo é uma conclusão e resumo de todo o livro. Três profecias de tempo específicas aparecem em Daniel 12. A primeira previu que “um tempo, dois tempos e metade de um tempo” duraria até que “o poder [yad, mão] do povo santo [fosse] finalmente quebrado” (Dn 12:7, NVI). Essa profecia se refere ao tempo durante o qual os santos estavam na “mão” (yad) da entidade simbolizada pelo chifre pequeno (Dn 7:25), de acordo com Daniel 7. Esse período de três tempos e meio vai de 538 d.C., com o estabelecimento do papado, até 1798, quando o imperador francês Napoleão pôs fim ao governo secular do papado e assim “destruiu” o “poder” (yad)que oprimiu o povo de Deus.

O segundo tempo profético mencionado é o de “1.290 dias”. Essa profecia de tempo devia começar com a remoção do “diário” (tamid) e o estabelecimento da “abominação desoladora” (Dn 12:11). Esses eventos estão relacionados com a obra do chifre pequeno, que removeu o sacrifício diário e estabeleceu a abominação desoladora (Dn 8:9-12). Portanto, esse período profético deve coincidir com os “três tempos e meio” mencionados anteriormente. Seguramente esse tempo se estende até 1798. Nesse caso, remonta a 508 d.C. O principal evento que ocorreu em torno dessa data foi a conversão do rei francês Clóvis à fé católica. Esse importante acontecimento, comparável à conversão de Constantino ao cristianismo, preparou o caminho para a consolidação do poder papal. É interessante que tanto o início como o final desse período profético são marcados pela ação de um líder francês.

Finalmente, o período profético de “1.335 dias” (Dn 12:12) vem com uma bênção aos que estiverem vivos até o final desse tempo (veja tambémAp 14:13). Nenhum ponto de partida ou de término é apresentado. Mas parece que esse período de tempo é uma continuação do período anterior dos “1.290 dias”. Assim, a partir da conversão de Clóvis em torno de 508 d.C. os 1.335 dias chegam a 1843/1844, quando a mensagem do primeiro anjo estava sendo pregada e as 2.300 tardes e manhãs estavam chegando ao fim.

Aplicação para a vida

“Um grupo de estudantes universitários ficou frustrado com a dificuldade de entender o livro de Daniel. Então, decidiram ir ao ginásio jogar basquete. Depois do jogo, eles notaram que um idoso zelador estava sentado no canto lendo. ‘O que você está lendo, João?’, perguntaram. ‘O livro de Daniel’, ele respondeu. 'Oh, você não consegue entender isso’. ‘Sim, eu posso’, respondeu ele. 'É bem simples. Deus vence’” (Adaptado de Bob Fyall, Daniel: A Tale of Two Cities [Daniel: Uma História de Duas Cidades], Great Britain: Christian Focus Publications, 1998, p. 151).

1. Como você lida com o fato de não entender tudo o que lê no livro de Daniel? Quais partes você ainda acha que são confusas e misteriosas? Qual é a principal mensagem de Daniel que você entende claramente?

2. Que diferença faz para sua vida saber que Miguel é o Filho de Deus? O que mudaria se Miguel fosse apenas um ser criado?

3. Como você relaciona as profecias de tempo de Daniel com a ação de Deus na história humana e em sua vida? O que as informações sobre os períodos proféticos revelam sobre o envolvimento de Deus na história humana e em sua vida pessoal?

4. Se você não estiver vivo para suportar os eventos finais que assolarão a terra antes da vinda de Jesus, e se não passar pela sacudidura, a sua experiência seria de segunda categoria? E se o Senhor lhe disser: “Você descansará e, então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe” (Dn 12:13, NVI), não seria isso tudo o que você realmente precisa? Justifique sua resposta.