LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA - TERCEIRO TRIMESTRE DE 2019

Lição 11: Vivendo a esperança do Advento

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Cor 15:58).

Nesse trimestre estamos estudando sobre o serviço aos necessitados e oprimidos. Esse grupo é apresentado no texto bíblico como os pobres, órfãos, viúvas e estrangeiros.  A espera do advento também é apresentada no texto bíblico através da pergunta “Até quando, Senhor?”. A pressa do escritor bíblico para o retorno do Messias está intimamente relacionada não com demandas egoístas, mas pelo desejo de tais homens de que cesse a opressão. A profunda dor interna não é sobre eles, mas sobre o próximo. Sentir a dor do oprimido e pedir para que Deus volte logo parece ser uma marca dos que anunciam o advento no texto sagrado. Vamos ver isso em algumas passagens.

“E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? (Ap 6:10) Segundo Stefanovic (2009, p.240) esse apelo nos lembra o sangue de Abel, que é descrito como clamando a Deus da terra (Gênesis 4:10). Assim como o sangue de Abel clama a Deus por causa de sua morte, os mártires clamam a Deus porque foram perseguidos injustamente e morreram por causa de sua fidelidade a ele. “Os que habitam na terra” são hostis ao evangelho que perseguem cruelmente o povo fiel de Deus (Ap. 6:10; 8:13; 11:10; 13: 8,14; 17:2). Deus é aquele que ouve a voz do inocente injustiçado mesmo depois de morto.

Embora o pedido dos mártires mortos seja um pedido de julgamento sobre seus inimigos, não deve ser considerado um desejo de vingança pessoal, mas um pedido de justiça legal (Lucas 18:3,5). Quanto tempo, ó Senhor, você permitirá injustiça na terra? “Até quando?” deve ser visto como um apelo em que Deus é solicitado a conduzir um processo legal, levando a um veredicto que vindicará sua causa. É ele quem deve julgar, é ele quem deve agir. Ele é a justiça.

Este apelo não é apenas em favor daqueles que são oprimidos e abatidos, mas também para a reivindicação do caráter de Deus aos olhos daqueles que depositaram sua confiança nEle. O grito de até quando tem sido perene do povo oprimido e sofredor de Deus ao longo da história. Esse também foi o grito do salmista em relação aos iníquos que foram autorizados a afligir e assaltar o justo (Sl 79:1-10.) Sentimentos semelhantes foram expressos por Habacuque: “Senhor, até vou pedir ajuda?”. O profeta chorou quando testemunhou como as nações pagãs foram autorizadas a afligir o povo de Deus (Hab. 1: 1-4). Por quanto tempo o lugar santo será pisoteado? pergunta Daniel no exílio (Dan. 8:13; 12: 6-7).

O grito de “Até quando?” dos santos martirizados embaixo do altar em apocalipse é, portanto, um pedido de absolvição na corte celestial daqueles que sofrem. O que pode ser observado aqui é que, quando o povo fiel a Deus proferiu esse clamor, ficou perplexo com a aparente silêncio de Deus, mas nunca duvidou da ação suprema de Deus e da suprema vindicação dos justos. A pergunta não sugeri dúvida mas sim a certeza de que o dono do tempo é também o juiz sobre todos. O Advento é a melhor resposta para a opressão pois todos verão sua justiça. O Advento é a melhor resposta para o “Até quando?”. Se Ele ainda não voltou, Ele continua sabendo o que é melhor e quando é melhor. E quanto a nós? A missão de revelar seu caráter ao mundo através do amor a quem precisa continua.

STEFANOVIC, Ranko. Revelation of Jesus Christ: commentary on the book of Revelation. Andrews University Press, 2009.