Leia: O ANO BÍBLICO com a bíblia NVI e a Meditação Matinal - Maranata, O Senhor Vem! - Ellen G.White

LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA - SEGUNDO TRIMESTRE DE 2019

Lição 04 - Como lidar com a solidão

Comentário por Gerson Benedito Prado

 

Sábado, 20/4/2019 

› Introdução

Deus não criou o ser humano como indivíduo isolado, mas social, que necessita viver em relacionamentos com seu ambiente e outros seres e a declaração divina no início da vida humana comprova essa intenção contrária à solidão “Não é bom que o homem esteja só” (Genesis 2:18, NVI).

Solidão não significa ausência de pessoas, mas,isolamento pela ausência de contato, de diálogo, de comunhão. É perigosa e traiçoeira, pois pode transformar-se em agressividade contra si mesmo ou o próximo.

Estudos recentes (Universidade de Tecnologia de Swinburne, Austrália) demonstrou que a solidão leva ao isolamento gerando a ansiedade (ou fobia) social podendo degenerar em paranoia e com muitas outras consequências psicossomáticas.Em reportagem exibida em 28 de maio de 2017, o programa jornalístico “Domingo Espetacular” apresentou depoimentos e estudos mostrando a depressão como uma doença que atinge a todos - pobres, multimilionários, letrados, analfabetos, urbanos, rurais, favelados, moradores de palácios, e utilizando-seda expressão criada por François René de Chateaubriand (1768-1848) “mal do século” declara que a sintomatologia da depressão já é considerada o mal do século 21.

Deus conhecia o resultado que a solidão poderia trazer. O ser humano tem necessidade de conviver com outros seres humanos, além de usufruir da companhia de outras criaturas como animais e plantas. E a separação entre os humanos e entre estes e as demais criaturas acontece somente após a entrada do pecado. O pecado é o promotor do isolamento, da solidão, da depressão, da aversão ao convívio social idealizado por Deus.

Nas famílias, a solidão pode ocorrer por não saber desfrutar o companheirismo dos familiares, pela solteirice, pelo fim de um relacionamento marido-mulher, ou pais-filhos, pela morte de um dos membros da família, ou pela falta de comunhão de ideais, fé e crenças entre os pares da família. Estas serão as nossas considerações nesta semana.

Pense: “Devemos ter a tal ponto no coração o amor de Cristo, que nosso interesse nos outros seja imparcial e sincero. Nossas afeições devem ter amplitude e não se centralizar apenas em alguns que nos lisonjeiam por confidências especiais. A tendência de tais amizades é levar-nos a negligenciar os que se acham em maior necessidade de amor do que aqueles a quem concedemos nossas atenções”. (EGW, AV [MM 1962, 10/09],p. 256.2).

Desafio: Ter comunhão com Deus, com a família, com amigos e outros para que a solidão não nos apanhe.

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Domingo, 21/4/2019 

› Companheirismo

Todos sentem necessidade de companheirismo. Alguns tem maior tendência a preferir mais momentos de introspecção, de estar só consigo mesmo, em completo silêncio externo, embora intimamente possa estar em monólogos calmos e tranquilos ou agitados e agressivos.

O desenvolvimento do ser humano é complexo, pois tanto necessita viver momentos introspectivos quanto de convívio social, comungando com outras criaturas. Ninguém chega à vitória e ao sucesso de forma solitária e isolada. Sempre há pessoas que dividiram conhecimentos, práticas, instruções, correções, culturas, táticas e estratégias para o dia-a-dia ou até alegrias, sorrisos, companhia e comunhão de tempo e calor humano. Nem mesmo o maior ou melhor virtuose em sua área negará a participação de outra pessoa em suas vitórias.

Por isso a Palavra de Deus declara que “Melhor é serem dois do que um”, pois os resultados serão melhores, desde melhor pagamento ou o apoio num momento de tropeço ou fracasso, ou quando a frieza do mundo atinja o âmago do lutador, pois, “o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Eclesiastes 4:9-12)

Embora a presença de outros ao redor é muito bom sempre existirão momentos em que a solidão será imposta, por situações internas ou externas à vontade de cada um e a melhor companhia será a certeza de que, como Jesus sabia que o Pai estava com Ele, e como Ele disse, essa certeza pode pertencer a cada um e dá paz e garante a vitória (João 16:32-33).

Apesar de muitas vezes rodeados de pessoas, ainda assim, cada um poderá sentir-se só e carente de companhia, para isso contribuindo, e muito, as situações de falta de bens, conforto, a fome, necessidades, mas, semelhantes a Paulo é possível sustentar que “posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:11-13).

Lembre-se que Adão tinha Deus ao seu lado é o próprio SENHOR disse “Não é bom que o homem esteja só” (Genesis 2:18). O certo é dividir alegrias, esperanças, fé, amor, tristezas, frustrações, medos e ser uma força a mais para a vitória, fazendo da comunhão com Deus e da fé em Cristo a garantia da vitória.

Pense: “Ao pegardes na mão de um amigo, esteja em vossos lábios e coração um louvor a Deus. Isso há de atrair seus pensamentos para Jesus”. (EGW,CC, p. 119.2).

Desafio: Seja o companheiro do aflito, com solidariedade, paz, conforto e esperança em Cristo Jesus.

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Segunda-feira, 22/4/2019 

› A vida de Solteiro

Década de 1970.Um jovem ganhabolsa de estudos para mestrado e doutorado, emaproximadosseis anos,numa universidade de renome naEuropa. Na entrevista o representante da universidade declarou que o valor da bolsa garantiria a sobrevivência de uma pessoa,mas... ele era casado e com uma filhinha de um ano. O representante lhe deu três opções: 1) “deixe-as sob cuidados da família”;2) “leve-as, mas passarão fome e necessidades”;3) “renuncie o presente oferecido, o que seria uma tremenda insensatez”. O jovem desistiu!Dizendo “não me casei para viver separado de minha família e nem para deixá-la aos cuidados de sua anterior família ou levá-la a passar necessidades”. Em algumas situações a condição de solteiro facilita decisões e compromissos futuros.

Outra razão para permanecer solteiro é não ter que passar por sacrifícios e lutas que a vida a dois certamente resulta, como a história acima, real,e porque na experiência religiosa, o solteiro tem maior facilidade de atender aos chamados do SENHOR para cumprir a missão, sem vínculos que reduzam sua utilidade (1 Coríntios 7:25-34).

Em alguns exemplos bíblicos a solteirice é proposta, como Jeremias, aconselhado a não se casar (Jeremias 16:1-3), ou Ezequiel que nãopode atender ao luto da morte da esposa (Ezequiel 24:15-18) eo caso de Oséias, ordenado que se casasse com uma prostituta, devassa, amante das coisas do mundo e, mesmo diante de seu adultério, ainda o SENHOR mandou Oséias buscá-la, resgatá-la de seus exploradores, exemplificando o amor de Deus por seu povo, que mesmo diante do adultério espiritual, os chama ao redil (Oséias 1 a 3).

Mas não é por ser solteiro ou não que definirá o chamado para um ministério. A missão é de todos, solteiros e casados, e todos são advertidos a serem inconformados com os conceitos deste mundo “E não sede conformados com este mundo” e apresentarem os próprios corpos como “em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus ... 2” (Romanos 12:1-2)

Pense: “Temos que aprender a estar de pé sozinhos e depender inteiramente de Deus. Quanto mais cedo aprendermos isto, tanto melhor. Descubram cada um onde falha, e então vigie fielmente, a fim de que seus pecados não o vençam, mas seja ele o vitorioso”. (EGW, PE, p.105.2).

Desafio: Seja você solteiro ou casado, entregue-se ao chamado e à missão de Deus em sua vida

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Terça-feira, 23/4/2019 

› Quando um casamento acaba

Cientistas afirmam que os eventos mais estressantes são a morte de alguém próximo, especialmente familiarese o divórcio.Transiçõesque quase sempre trazem emoções negativas, como autodepreciação, medo do desconhecido, ansiedade, incapacidade para dificuldades, resultando em solidão, depressão e irritabilidade.

Para a morte só a fé em Cristo e de que a pessoa falecida também a tenha tido reduz o estresse. Já para o divórcio os caminhos não são mais fáceis ou amenizadores do problema, mas, pelo menos ajudam a desfazer a intenção e buscar o restabelecimentodo amor e do relacionamentocom os seguintes princípios.

(1º) Deus não aprova o divórcio pois é um ato de repúdio, e Deus e Seu caráter santo e justo,Ele não nos repudia, apesar de nossos pecados (Malaquias 2:16);
(2º) pedir e chegar ao divórcio pode induzir a outra parte ao adultério (Mateus 5:31-32);
(3º) a permissão para dar carta de divórcio dada por Moises, não é lei de Deus, mas uma resposta Dele à dureza de coração do povo (Mateus 19:8);
(4º) Se o cônjuge não compartilhar a fé em Cristo e Seus ensinamentos, não é motivo para se propor o divórcio (1 Coríntios 7:11-13).

Os cônjuges, a igreja, familiares e amigos devem esforçar-se o possível para restaurar um casamento à margem do precipício do divórcio. É possível estimar quanto Deus deseja isso pela ordem dada a Oséias:procurasse sua esposa,fugitiva do lar e que fora prostituir-se. Ele atendeu, perdoando-a e chamando-a novamente ao lar, como Deus tenta fazer a seu povo (Oséias 3:1-3). Mas se ocorrer a separação, o conselho é: permaneçam sem casar-se novamente (1 Coríntios 7:10-11).

O principal conjunto de princípios é a descrição da superioridade do amor em 1 Coríntios 13:4-7, que declara: o amor é sofredor, benigno, não invejoso, não leviano, não soberbo, decente, sem egocentrismo, não irritado, não propenso ao mal, age com justiça e verdade. Sofre, crê, espera e suporta tudo (1 Coríntios 13:4-7).

Havendo motivo para que uma das partes seja corrigida, seja com mansidão e cuidado para não ser induzido aomesmo erro(Gálatas 6:1).

Pense: “O lar em que habita o amor, e onde encontra expressão nos olhares, nas palavras e atos, é um lugar em que os anjos se deleitam em demorar-se” (EGW, CPPE, p. 115.1).

Desafio: Mesmo que seja difícil para você, submeta suas tendências e humores ao amor de Deus.

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Quarta-feira, 24/4/2019 

› Morte e solidão

Diante desse inimigo é normal o desgosto, infelicidadee somente pela fé e comunhão com Cristo é que somos mantidos em pé. Nenhum pai quer ver seu filho morto, ainda que tenha se tornado “filho de Belial”, como Davi, em desespero, clamando sobre seu filho morto, “Meu filho Absalão, meu filho, meu filho, Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2 Samuel 18:33). O luto não é chorar no momento da morte, mas uma agonia que marca coração e mente por muito tempo, como Jacó ao ouvir da morte de José “rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e lamentou a seu filho muitos dias” (Gênesis 37:34).

Temos a certeza de que embora ainda não totalmente derrotado, mas será, poisquando Cristo vier reinar na nova Terra, os vivos eternamente não mais chorarão a morte, pois ela não mais existirá (Apocalipse 21:4).

Pense: “Que faríamos, sem um Salvador na hora que põe à prova a alma? Anjos ministradores estão ao nosso redor, dando-nos a beber da água da vida, para refrigerar nossa alma nos momentos finais da vida. Há um compromisso dAquele que é a ressurreição e a vida, no sentido de que os que dormem em Jesus, Cristo levará com Ele, da sepultura”. (EGW, ME, v. 2, p. 250.4).

Desafio: Se apegue a Cristo, Sua ressurreição é a certeza de que a morte já é vencida.

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Quinta-feira, 25/4/2019 

› Espiritualmente solteiro(a)

A solidão pode se concretizar pela ausência de companheirismo, pela manutenção do estado de solteiro(a), pelo fim de um relacionamento conjugal por divórcio ou pela morte, mas há situações em que, embora mantida a relação conjugal, existe um divórcio de crenças e fé. Essas pessoas são espiritualmente solteiras.

Esse fenômeno de uma relação que humanamente é incompleta, com ausência de companheirismo, alegria, compartilhamento de vitórias e sucessos e de um caminhar juntos não é privilégio de nenhuma entidade, etnia ou religião. É global.

Se for esse o seu caso, a Bíblia lhe chama para um casamento entre sua alma e Deus. Quer melhor marido - para sua alma, que o SENHOR. Ele é Santo, Redentor, Deus de todos os domínios. Ele te completará e satisfará de forma total e plenamente (Isaias 54:5).

O próprio Deus é quem estende esse convite e chamado de compromisso, como um noivo que pede à noiva que o aceite como seu marido, porque Ele lhe dará um casamento cuja base será justiça, juízo, benignidade, misericórdia, fidelidade e conhecimento íntimo de Deus(Oseias 2:19-20).

Nessa proposta de casamento há uma promessa, garantida seu cumprimento porDeus, que Ele cuidará de todas as nossas necessidades, nos livrará das aflições e desamparo, basta clamarmos (Salmo 72:12).

A situação de solteiro(a) espiritualmente será quanto a ter o cônjuge envolvido e compartilhando a mesma fé e esperança de vida eterna enquanto neste mundo, mas, no Céu não haverá outro(a) companheiro(a) que não seja CRISTO - “Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (Mateus 22:30).

Pense: “Hoje, como nos dias de Cristo, a condição da sociedade apresenta triste comentário do ideal celeste dessa sagrada relação. No entanto, mesmo para os que depararam com amargura e desengano quando haviam esperado companheirismo e alegria, o evangelho de Cristo oferece um consolo. A paciência e a gentileza que Seu Espírito pode comunicar, suavizará a condição de amargura. O coração em que Cristo habitar, estará tão repleto, tão satisfeito com Seu amor, que se não consumirá no desejo de atrair simpatia e atenção para si próprio”. (EGW, MDC, p. 65.4)

Desafio: Entrega tua vida ao SENHOR e seja Ele o seu maior e, se necessário, único companheiro de vida.

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Sexta-feira, 26/4/2019 

› Pontos para reflexão

Todos experimentarão momentos de solidão. O nascimento é solitário. A morte ésolitária. Mas não é preciso viver nossos dias em solidão. Comungue com Deus, com a família, com os amigos e todos que cruzem nossos passos. “Devemos ter a tal ponto no coração o amor de Cristo, que nosso interesse nos outros seja imparcial e sincero”. (EGW, Nossa Alta Vocação [MM 1962], p. 256).

Deus criou a humanidade para ter convívio social. Se necessário, estender a mão ao aflito, antes de dizer qualquer palavra, falar com Deus, louva-Lo pelaoportunidade de estender a mão a outrem e atrai-lo para Jesus.

A infância, a juventude e idade adulta são para aprendera permanecer firmes e dependentes de Deus, vigiando e corrigindo falhas, vencendo debilidades e tendências pecaminosas e conquistando vitórias. Essa é a vida de solteiro.

O casamento é para sempre, mas, pode acabar pela morte do cônjuge ou pelo divórcio. Porém, o desejo de Deus é que sejamfiéis aos compromissos e a Deus. Divórcio nunca foi planjo de Deus. Para não divorciar é necessário submeter tendências e preferências a Deus.

Tanto o divórcio como a morte causam dor e sofrimentos que ferem a alma. Todavia, embora ainda acontecendo entre a humanidade, a morte será extinta. A morte e a solidão não existirão na eternidade. Ali teremos Jesus como Rei e Salvador, eternamente.

Se, por colocar a vida nas mãos de Deus e seguir Sua lei e caminhos, seu casamento se transformar num convívio de obrigação civil e legal, sem o companheirismo e alegria que a união propõe, não se desespere, nem abandone a Jesus, pois só Ele é certeza de vitória, amor e cuidado.

Não se casar é apenas para poucos.A maioria procurecomquem dividir a vida. Constitua família. Escolha a pessoa certa, Deus a tem. Saiba que os filhos serão, em parte, reflexo dos pais. Se necessário, corrija com amor. Saiba conviver com algumas irritações, normais em qualquer relacionamento.Saiba o que precisa para alguém ser considerada “pessoa verdadeiramente rica”. São“conselhos para famílias”, nosso estudo na próxima semana.

Pense: “As circunstâncias podem separar amigos; as ondas desassossegadas do vasto mar podem rolar entre nós e eles. Mas nenhuma circunstância, distância alguma nos pode separar do Salvador”. (EGW, CBV, p. 72.2)

Desafio: Faça de Cristo o amor e companheiro da vida. Não haverá solidão, nem nesta, nem na vida porvir

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