Leia: O ANO BÍBLICO com a bíblia NVI e a Meditação Matinal - Maranata, O Senhor Vem! - Ellen G.White

LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA - PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2019

Resumo da Lição 6
O povo de Deus selado

RESUMO DA LIÇÃO 6 – O povo de Deus selado

PARTE I: ESBOÇO

TEXTO CHAVE: Apocalipse 6:17

FOCO DO ESTUDO: Apocalipse 7 responde à pergunta de Apocalipse 6:17: Quem subsistirá à segunda vinda de Jesus?

INTRODUÇÃO: Apocalipse 7 revela a importância de ser selado a fim de sobreviver às calamidades que acompanham a segunda vinda de Cristo.

TEMAS DA LIÇÃO: A lição e a passagem em foco introduzem os seguintes temas:

I. O significado dos selos e do selamento

Documentos são selados para ocultar ou validar seu conteúdo. As pessoas são seladas como um sinal de propriedade ou de proteção.

II. Efésios 4:30 e o conflito cósmico

No contexto, a tristeza do Espírito é uma versão localizada do conflito cósmico.

III. O número 144 mil é literal ou simbólico?

A lição interpreta o número como simbólico, o que é sustentado no tema III, na parte 2.

IV. Os 144 mil e a grande multidão são dois grupos diferentes ou duas maneiras de descrever o povo de Deus no fim dos tempos?

A lição é ambígua quanto à resposta a essa pergunta. Veja a discussão adicional sobre esse assunto na seção “Comentário”, na parte II.

V. Romanos 3:19-24 e o significado da expressão “não têm mácula” (Ap 14:5).

A lição faz referência a Romanos 3 para argumentar contra uma interpretação perfeccionista para a expressão “não têm mácula”. Esse argumento é explanado na parte II da seção Comentário.

APLICAÇÃO PARA A VIDA: Os membros da classe são convidados a refletir sobre a restrição divina do mal no mundo de hoje, e acerca dos significados das figuras militares em Apocalipse 7:1-8 e do novo cântico que somente os 144 mil podem cantar (Ap 14:3).

PARTE II: COMENTÁRIO

O capítulo 7 é inserido como um parêntese entre o sexto (Ap 6:12-17) e o sétimo selos (Ap 8:1). O capítulo 6 termina com os opositores de Deus chamando os montes e os rochedos para escondê-los da face de Deus e da ira do Cordeiro (Ap 6:15, 16). Então, eles concluem com a declaração comovente: “porque é vindo o grande Dia da Sua ira; e quem poderá subsistir?” (Ap 6:17; ARC). Essa pergunta é respondida no capítulo 7 com o surgimento de dois grupos, os 144 mil (Ap 7:4-8) e a grande multidão (Ap 7:9-14). A fim de sobreviver às calamidades que acompanham a segunda vinda de Jesus, é necessário ser selado (Ap 7:1-3). O resultado final é um povo que permanece sem mácula diante do trono de Deus (Ap 14:5), e O serve em Seu templo (Ap 7:15). O propósito de Apocalipse 7 e 14, dentro de seu contexto mais amplo, é identificar como será o povo de Deus antes da segunda vinda de Jesus.

EXPLICAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMAS DA LIÇÃO 6:

I. O significado dos selos e do selamento

No mundo antigo, selar um livro tinha dois propósitos principais. Alguém selava um livro para esconder de vista seu conteúdo (Is 29:11; Ap 10:4) ou para validar o conteúdo como autêntico ou oficial (1Rs 21:8, Et 8:8; Jr 32:44). O propósito básico de selar o livro em Apocalipse 5 parece ser ocultar seu conteúdo. O livro já era validado por estar em posse de Deus. Romper os selos e abrir o livro mostraria seu conteúdo.

Um emprego mais simbólico da palavra selamento tinha a ver com pessoas. Selar alguém podia ser um sinal de propriedade (Ef 1:13; 4:30; 2Tm 2:19; Ap 14:1) ou de proteção (Ez 9:4-6). No judaísmo primitivo, o selamento estava associado à circuncisão. No cristianismo do segundo século, o selamento estava associado ao batismo. Assim, o fato de Deus selar o povo seria um sinal de que eles pertencem a Ele (2Tm 2:19; Ap 9:4) e que o Senhor conhece os que Lhe pertencem. Num sentido espiritual, o selamento confirma que a pessoa está com Deus. Mas o selamento de Apocalipse 7 é diferente. Ali os “servos do nosso Deus” (Ap 7:3, já selados no primeiro sentido) são selados como uma proteção contra as calamidades que acompanham o tempo do fim (Ap 6:15–7:3). Veja o primeiro ponto da seção “Aplicação Para a Vida”.

II. Efésios 4:30 e o conflito cósmico

À luz da discussão exposta acima, alguns podem se surpreender com o fato de que a lição se refere a Efésios 4:30 no contexto desse selamento protetivo no fim dos tempos. O contexto de Efésios 4:30 é uma lista de comportamentos morais que entristecem o Espírito (Ef 4:25–5:2). Mas há um elemento apocalíptico para essa lista de comportamentos. Os crentes não devem “dar lugar ao diabo” (Ef 4:27); em vez disso, devem ser imitadores de Deus (Ef 5:1). Portanto, entristecer o Espírito está no contexto do conflito cósmico entre Deus e Satanás. O crente deve imitar o caráter de Deus (verdade, honestidade, fala amável e encorajadora, bondade, ternura, perdão, amor, sacrifício próprio), em lugar do caráter de Satanás (mentira, ódio, roubo, linguagem abusiva, amargura, dureza de coração, calúnia, ira). Como é o caso do livro do Apocalipse, as pequenas batalhas do trabalho diário de desenvolvimento do caráter estão ligadas ao conflito muito maior no Universo.

III. O número 144 mil é literal ou simbólico?

Deve-se dar preferência à leitura simbólica do número. 1. Em nenhum outro lugar a lista das 12 tribos é apresentada dessa forma; não é uma lista literal. Como prova disso, Judá é listado em primeiro lugar, em vez de Rúben. José (pai de Efraim e Manassés) substitui Efraim. A lista não contém a tribo de Dã, e Levi está incluído (compare Nm 1:5-15; 13:4-15). Eles também não estão listados na ordem de nascimento (Gn 49:3-28).

2. Apocalipse 1:1 nos diz que todo o livro do Apocalipse foi “significado” [notificado, ARA] (em grego: esêmanen, muitas vezes traduzido como “tornado conhecido”) em linguagem simbólica que se refere ao futuro. Assim, no Apocalipse, a melhor maneira de abordar o texto é tratar tudo como símbolo, a menos que seja óbvio que o significado pretendido é literal.

3. Interpretar as tribos como descendentes literais de Jacó contraria o fato de que pelo menos 10 dessas tribos estão essencialmente perdidas para a história. Alguns judeus ainda podem traçar sua linhagem até Judá, Benjamim ou Levi, mas não os demais.

IV. Os 144 mil e a grande multidão são dois grupos diferentes ou duas maneiras de descrever o mesmo povo de Deus no fim dos tempos?

Alguns acreditam que os dois grupos sejam diferentes; outros creem que sejam o mesmo grupo. Nesta lição, veremos dois argumentos que sustentam que os dois grupos são o mesmo.

No Apocalipse, os termos usados para o povo de Deus no tempo do fim são, com frequência, intercambiáveis.

João jamais vê os 144 mil no capítulo 7; ele ouve o número (Ap 7:4), mas, “depois destas coisas”, quando ele olha, vê um grupo que ninguém pode numerar, uma grande multidão (Ap 7:9). Diz-se que esse é um padrão literário no Apocalipse. João ouve uma coisa (Leão), então vê o seu oposto (Cordeiro); mas os dois são maneiras diferentes de descrever uma única realidade (Ap 5:5, 6; veja também Apocalipse 1:10-12; 17:1, 3).

Por outro lado, há muitos que acreditam que os 144 mil e a grande multidão são dois grupos diferentes: o primeiro representando o povo de Deus no tempo do fim e o último representando o povo de Deus ao longo da história. Aqueles que apoiam essa visão geralmente apontam as diferenças entre os grupos. Os 144 mil são um número das 12 tribos de Israel que são vistos na Terra e aparecem antes que os quatro ventos sejam liberados. Em contraste com isso, a grande multidão não pode ser contada, procede de todas as nações, é vista diante do trono e aparece após a grande tribulação. Além disso, Apocalipse 14:1-5 também distingue os 144 mil desse grupo.

V. Romanos 3:19-24 e o significado da expressão “não têm mácula” (Ap 14:5)

Romanos 3 deixa claro que não há nada que o ser humano possa fazer para merecer justificação diante de Deus (Rm 3:20). Todos pecaram e, portanto, estão destituídos da glória divina (Rm 3:23). O tempo presente da expressão “carecem” [destituídos estão], (em grego, husterountai) significa que sempre precisaremos de um Salvador e do perdão que o sacrifício Dele nos propiciou. Nada mudará até que os pecados sejam apagados e recebamos o toque final da imortalidade. Portanto, a expressão “não têm mácula” não significa estar sem a necessidade de perdão, mas que as pessoas mantêm um tipo de lealdade em que elas prefeririam morrer a pecar. Os 144 mil confiam em Jesus para conservar suas vestes limpas (Ap 7:14) e são inflexíveis em sua obediência Àquele que os redimiu (Ap 14:4, 5). Afinal de contas, é Sua justiça.

PARTE III: APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. Ao refletir sobre Apocalipse 7:1-3, você crê que estamos vivendo no tempo em que Deus está restringindo as forças do mal ou que elas estão sendo liberadas? Se o Senhor é quem as está restringindo, quem é que está causando todo dano? Quando Deus age em juízo, por que Ele faz isso? Algumas respostas possíveis:

Em muitos aspectos, os tempos turbulentos de hoje fazem parecer que tudo está desmoronando. Por outro lado, em comparação com os horrores do holocausto e da Segunda Guerra Mundial, as vítimas do terrorismo são relativamente menores e a maioria dos lugares parece razoavelmente segura. Então, alguém poderia argumentar que ainda vivemos em um período de restrição.

No livro do Apocalipse, a culpa pelos males do mundo cai claramente sobre Satanás (Ap 9:11; 12:12). Ele, não Deus, é o destruidor.

Quando Deus age em juízo, o propósito geralmente não é destruir, mas disciplinar Seu povo (como em Apocalipse 3:19; Hebreus 12:5-7) ou livrá-lo de danos causados pelas forças do mal (Ap 20:7-10). Satanás é implacável em sua busca pela destruição. Se não fosse pela influência restritiva do Espírito de Deus, as coisas seriam muito piores do que são agora. A execução do juízo final de Deus para destruir o pecado e os pecadores é chamada de “Sua obra estranha” (Is 28:21).

2. Por que há tantas figuras militares na Bíblia? A figura militar também é familiar para as pessoas hoje, dado que as notícias, e os filmes de ação e de suspense mantêm a guerra no centro da consciência de todos. Deus alcança as pessoas onde elas estão, usando uma linguagem familiar para ilustrar verdades espirituais. Uma leitura atenta do Apocalipse nos mostra que as batalhas mais importantes são muitas vezes “uma guerra de palavras e ideias”. A guerra no Céu é entre Cristo e o “acusador dos nossos irmãos” (Ap 12:10, 11). Os que subsistirão à batalha do Armagedom são os que praticam vigilância espiritual (Ap 16:14-16).

3. Qual é o significado de “cântico novo” em Apocalipse 14:3? Por que ninguém pode cantar esse cântico, exceto os 144 mil? Os 144 mil têm uma experiência única, pois passam pelos eventos do tempo do fim que moldam o caráter (Ap 7:1-3, 14:1-5). As tribulações desse tempo desenvolverão neles uma apreciação única por Cristo que não teria acontecido de outra forma. Deus não deseja os problemas do tempo do fim, mas Ele os usa para acentuar a semelhança de Cristo em Seus seguidores. Os crentes do tempo do fim poderão então desempenhar um papel único na eternidade (Ap 7:14, 15; ver tema IV na seção “Comentário”).