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LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA - PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2019

Lição 12: 16 a 23 de março

“Juízo sobre Babilônia”

Autor: Érico Tadeu Xavier

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Apocalipse 17 se divide em duas partes. A primeira é a visão simbólica de João nos versos 3 a 6. A segunda é a explicação da visão, nos versos 8 a 18. A visão trata principalmente do julgamento da mulher impura vista sentada numa besta. Na explicação, dez versos falam sobre a besta e apenas um verso tratam da mulher.

1. A visão da mulher e da besta (Ap 17:1-8)

Em Apocalipse 17:1, é declarado que a mulher "se acha sentada sobre muitas águas". O verso 15 explica que as águas representam as massas humanas nas nações da Terra. O verso 2 indica que reis colocam sua autoridade e recursos à disposição dessa mulher descrita no verso 3 como estando sentada numa “besta escarlate” – Satanás e seus representantes terrestres. O quadro de seu poder mundial e da fonte da qual ele provém nos deixa perplexos, como aconteceu com o apóstolo João (Ap 17:6).

“A principal diferença entre as bestas de Apocalipse 13 e 17 é que a primeira, identificada com o papado, não faz distinção entre os aspectos religioso e político do poder papal, ao passo que, na segunda, os dois são distintos: a besta representa o poder políticoe a mulher, o poder religioso” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 944)A cor da besta é um símbolo do pecado. (Ver Isaías 1:18; Apocalipse 12:3.)

Os habitantes da Terra embriagados – Compare os textos de Apocalipse 14:8 e 18:3. “Babilônia tem estado a promover doutrinas venenosas, o vinho do erro. Esse vinho do erro é composto de doutrinas falsas” (Testemunhos Para Ministros, p. 61).

O cálice de ouro na mão da mulher – O cálice é belo, mas está cheio de falsas doutrinas e enganos. A ideia é que ele representa o irresistível fascínio das falsidades que a mulher apresenta ao mundo. Sua habilidade para seduzir e sua impureza moral são representadas pelas vestes de púrpura e de escarlata que ela está usando. A mulher adotou as cores da realeza, mas na realidade é uma meretriz. Que contraste com a noiva do Cordeiro descrita em Apocalipse 19:7, 8!

A mãe das meretrizes – “No Apocalipse, ‘Babilônia, a Grande’, designa, de maneira especial as religiões apostatadas unidas no fim do tempo. [...] Babilônia mística é chamada de ‘a grande cidade’. [...] Porque o capítulo aborda mais especificamente o grande esforço final de Satanás para garantir a lealdade da humanidade por meio da religião” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 944).

“As filhas dessa ‘mãe’ representam os vários grupos religiosos que constituem o protestantismo apostatado” (Idem, p. 945).

2. Explicação da visão (Ap 17:8-18).

Algumas ideias que têm sido apresentadas por expositores adventistas do sétimo dia:

Em Apocalipse 17, a besta de sete cabeças é mais semelhante ao dragão de sete cabeças em Apocalipse 12. Os dois são vermelhos. Em sua aplicação primária, o dragão vermelho é identificado como Satanás (Ap 12:9). No sentido secundário, o dragão pode ser identificado como Roma pagã, pois foi por meio desse poder ou “cabeça” que Satanás agiu para destruir Jesus.

As cabeças da besta –“Ao que tudo indica, elas representam os sete principais poderes políticos por meio dos quais Satanás tentou destruir o povo e a obra de Deus na Terra” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia,v. 7, p. 947).

Os principais conceitos sobre a identidade desses poderes:

a) Alguns acham que essas cabeças representam oposição a Deus e Seu povo através da História, sem qualquer identificação de poderes políticos específicos.

b) Outros identificam as cabeças como sete nações mencionadas nos livros de Daniel e do Apocalipse. As quatro primeiras são as nações de Daniel 2 e 7: Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma. A quinta cabeça representa o mesmo poder que é representado pela ponta pequena de Daniel 7 e 8, bem como pela besta semelhante a leopardo, de Apocalipse 13 (o papado). Acredita-se que a sexta cabeça tenha sido a França revolucionária (Ap 11:7). A sétima cabeça é identificada como a segunda besta de Apocalipse 13 – os Estados Unidos da América.

c) Outro conceito considera as cabeças da perspectiva do tempo do apóstolo João (96 d.C.). As cinco nações que já haviam caído são identificadas como o Egito, Assíria, Babilônia, Média-Pérsia, Grécia. A que “existe” referia-se a Roma pagã. A que estava para vir seria o papado.

Nota: De acordo com o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, as evidências são insuficientes “para fazer uma identificação final” (v. 7, p. 948).

É ela própria o oitavo – Essa é a besta em seu estado restaurado, no período do ‘mas aparecerá’, depois de emergir do ‘abismo’. ... Alguns consideram o oitavo poder como unicamente o papado; outros sugerem que ele represente Satanás. Os que adotam o último ponto de vista salientam que, no tempo indicado aí, Satanás procurará personificar a Cristo.

Um dos sete – Literalmente: ‘procede dos sete’. A própria besta – ‘o oitavo’ – era, ao que parece, a mesma besta à qual tinham sido atribuídas as sete cabeças. ... No texto grego, a ausência do artigo definido antes da palavra ‘oitavo’ denota que a própria besta seria a verdadeira autoridade por trás das sete cabeças, e que ela seria, portanto, mais do que meramente outra cabeça – a oitava numa série. É a sua totalidade e clímax – a própria besta” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 856).

Os dez chifres – As evidências indicam que eles representam nações modernas que dão apoio político às exigências religiosas de “Babilônia” (Ap 17:13). O verso 16 denota que, por fim, as nações representadas pelos dez chifres se voltarão contra a meretriz por reconhecerem que ela os enganou (VerO Grande Conflito, p. 659-661).

Conclusão – Apocalipse 18 é uma lamentação pela ruína da grande cidade de Babilônia, durante a sétima praga (Ap 16:19). A lamentação sobre a destruição de Babilônia se divide em três partes: 1) o lamento dos reis da Terra – os poderes políticos (Ap 18:9, 10); 2) o lamento dos mercadores que negociam com ela – as forças econômicas envolvidas (verso 11-17); 3) o lamento dos capitães de navios que também mantiveram relações comerciais com ela (versos 18, 19).

Conheça o autor do comentário: Érico Tadeu Xavier tem graduação em Teologia Pastoral (1991) e mestrado (2000) pelo Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia; Doutorado (PhD) pelo South African Theological Seminary (2011)