Lição 10 – Regras de engajamento |
Destaques do Pastor Eber Nunes #?lesadv |
“Antes, digo que as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios” (1ª Co 10:20). |
• Um dos pecados mais denunciados e combatidos na Bíblia é a idolatria. O homem caído cria ‘deuses’ a sua imagem e semelhança, isto é, define ‘deus’ e procura adequá-lo as suas conveniências. A idolatria é blasfema e degradante. Em caráter e conduta, os idólatras caem abaixo do nível das coisas que adoram. Não é sem razões que os 2 primeiros mandamentos da lei de Deus a combatem diretamente (Ex 20); |
• Os escritos antigos mostram que a idolatria era sedutora, pois se tratava de materialismo. Usando modos de adoração com os quais as pessoas se identificavam, os idólatras honravam forças que, segundo sua crença, proporcionavam fertilidade e prosperidade; |
• Paulo, em 1ª Coríntios 8:4, reconheceu que um ídolo não é nada no mundo. Em 1ª Coríntios 10:20, ele não está dizendo que os ídolos são na verdade demônios. Ele está dizendo que espíritos demoníacos se aproveitam da adoração de ídolos para enganar e escravizar as pessoas. Sem saber, os adoradores de ídolos estão glorificando demônios; |
• Os idólatras da antiguidade acreditavam que adoravam seres divinos poderosos por meio de imagens ou símbolos deles, mas por trás dos falsos “deuses” das nações, existiam, na verdade, demônios disfarçados; |
• Os idólatras estão do lado de Satanás no Grande Conflito. |
Um anjo atrasado |
“No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome é Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão. Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante 3 semanas” (Dn 10: 2 e 3). |
• Embora nenhuma razão aparente seja dada no capítulo em si para a angústia de Daniel, as circunstâncias históricas da Palestina da época podem nos dar a resposta; |
• A situação se deu no 3º ano de Ciro (535 a.C). Cerca de 1 ano antes, os cativos judeus haviam recebido autorização para que regressarem à terra de Israel onde deviam reconstruir o templo de Jerusalém (Ed 1:1-4); |
• Satanás não queria o cumprimento dessa profecia e levantou uma tremenda oposição através dos samaritanos contra os judeus (Ed 4:1-5), e ao que tudo indica, Daniel, um ancião com quase 90 anos de idade, ouviu sobre essa oposição o que lhe trouxe profunda angústia e ele orou intensamente; |
• Daniel 9 e 10 começam com o desespero de que profecias poderiam não se cumprir. Nos 2 casos Daniel demonstra seu pesar em um gesto de constante contrição e por fim nos 2 casos o anjo Gabriel aparece para explicar. |
“Desde o 1º dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras… eu vim” (Dn 10:12). |
• Daniel fez uma oração que demorou a receber resposta. O silêncio do Céu parecia denunciar uma espécie de indiferença divina. O que Daniel não sabia é que, desde a 1ª linha de sua oração, suas palavras haviam sido ouvidas. O mensageiro veio mostrar o que acontecia nos bastidores celestiais. |
“Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por 21 dias” (Dn 10:13). |
• Fica claro ao leitor que esse “príncipe da Pérsia” não é uma mera figura humana, pois homem nenhum teria poder suficiente para resistir a um anjo tão poderoso como Gabriel; |
• A tradução de Daniel 10:13 em português oferecida pela Bíblia Hebraica traduz a palavra “príncipe” (sar) como “representante celeste” dos reis da Pérsia. É interessante notar que o termo ‘príncipe’ no livro de Daniel nunca faz referência a seres humanos, mas sempre a seres espirituais, como em Daniel 8:11. Esse “príncipe da Pérsia” é uma denominação usada para representar forças satânicas, ou mesmo o próprio Satanás, que exerciam poder de controle e influência sobre Ciro e sobre os governantes humanos persas (identificados no texto como “reis”) contra os judeus e a obra de restauração; |
• Esse cenário não é exclusivo de Daniel. Isaías aplicou o título de ‘rei da Babilônia’ para um poder maligno sobrenatural que estava por trás do rei histórico de Babilônia (Is 14:3-21). Ezequiel também empegou o termo ‘rei’ para se referir à entidade maligna que estava por trás do príncipe histórico de Tiro (Ez 28:11-19); |
• O mais provável é que, a expressão: “o príncipe do reino da Pérsia”, represente Satanás. Jesus o chamou de “príncipe do mundo” (Jo 12:31; 14:30). Paulo o chamou de “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2:2). |
“Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória” (Dn 10:13). |
• Se o príncipe da Pérsia representa Satanás, quem é Miguel? |
• O Nome próprio Miguel em referência a um ser sobrenatural é usado 3 vezes no livro de Daniel (Dn 10:13, 21 e 12:1), e 2 vezes no NT (Jd 9 e Ap 12:7); |
• Quando Miguel aparece na Bíblia, isso sempre acontece em contextos de conflito. Em Daniel 10, Ele lutou contra o maligno príncipe da Pérsia; em Daniel 12, Ele Se levanta para livrar o povo de Deus nas cenas finais do grande conflito; em Judas, Ele contende com o diabo pelo corpo de Moisés; e em Apocalipse 12, Miguel lutou contra o dragão. Desse modo, fica claro que Miguel é o guerreiro celestial que representa as forças do bem contra os poderes do mal; |
• Gabriel sozinho não conseguiu vencer as forças satânicas em operação na mente de Ciro, mas Miguel foi Aquele que veio em seu auxílio e derrotou não apenas as forças espirituais que agiam sobre os reis Persas, mas garantiu a vitória também sobre o “príncipe da Pérsia” e todos os poderes satânicos que exerceriam ainda influência futura sobre os monarcas persas (Dn 10:13); |
• Miguel é tão poderoso e singular porque Ele não é apenas uma criatura celestial, Ele é o “primeiro dos primeiros príncipes” (Ahad HaSarim HaRishonim), o “Principal dos príncipes”. A mesma ideia de supremacia única é expressa em outra expressão cunhada no Novo Testamento para Ele – o “Arcanjo” Miguel (Jd 9). A Bíblia jamais apresenta essa palavra no plural, “arcanjos”, como uma referência a uma classe hierárquica de anjos. Arcanjo é sempre singular, é uma palavra formada por outras duas palavras gregas: “Arkô” (principal, chefe) e “angelos” (anjo). Arcanjo é uma definição ontológica de Miguel, cujo nome significa “Quem é como Deus?”, retratado como Chefe dos anjos, o verdadeiro “dono dos Anjos”. Somente Ele é como Deus, pois participa da natureza divina. Somente o “Arcanjo” pode enfrentar as forças do mal utilizando Seu nome como uma repreensão direta àquele que um dia intentou usurpar o lugar de Deus (Is 14:12-14). Somente Miguel pode exercer o poder divino de dar vida e ressuscitar a humanidade redimida no dia final, vencendo o último inimigo do povo de Deus – a morte (1Ts 4:16, 17; 1Co 15:26); |
• De acordo com a Bíblia, Miguel é o próprio Cristo; |
• Jesus Cristo veio pessoalmente batalhar em resposta à oração de Daniel; |
• Satanás, representado na profecia pelo príncipe do reino da Pérsia, foi expulso e a obra de construção do santuário pôde seguir avante. Terminada a obra, os sacrifícios voltaram a acontecer e, no tempo determinado, Jesus veio cumprir os simbolismos e trazer salvação para o Seu povo; |
• Algumas pessoas pensam que ao identificarmos Jesus com o Arcanjo Miguel significa que nós achamos que Ele é um ser criado e que Ele não é Deus. Essa é uma conclusão equivocada. Nós acreditamos que Jesus é eterno e divino. O nome Arcanjo é um título, e não uma descrição de sua natureza. |
“Enquanto Satanás estava procurando influenciar as mais altas autoridades no reino da Média-Pérsia para que não mostrassem favor ao povo de Deus, anjos trabalhavam no interesse dos exilados. Era uma controvérsia na qual todo o Céu estava interessado. Por intermédio do profeta Daniel, temos um vislumbre dessa poderosa luta entre as forças do bem e os poderes do mal” (PR, 571). A oração de Daniel, que parece para nós tão pequena e fútil, teve, na verdade, repercussões cósmicas. |
Uma das razões pelas quais Deus ordena que seu povo ore por aqueles que ocupam cargos de autoridade é que a vontade de Deus e não de Satanás se cumpra na vida desses líderes (1ª Tm 2). Mais de uma nação viu seu destino ser mudado pelas orações fervorosas do povo de Deus. |
Embora Satanás e Cristo estivessem trabalhando pela mente do rei persa, nenhum deles podia forçá-lo. O livre-arbítrio humano, embora seja um dos maiores dons que recebemos, custou um preço terrível: a morte de Jesus na cruz. Se não tivéssemos livre-arbítrio, não poderíamos ter pecado, e se não tivéssemos pecado, não teria havido a cruz, porque não haveria necessidade dela. |
Daniel 10 mostra também que Deus, que poderia destruir Satanás e todos seus anjos com uma só palavra, permite que eles atuem por um tempo. Contudo, o fato de Deus não ter destruído o mal por completo, não significa que Ele não o fará. |
O dragão do Apocalipse |
Apocalipse 13 introduz 2 novos personagens na guerra introduzida em Apocalipse 12: uma besta do mar e uma da terra. Cada um dos 2 novos animais tem uma introdução, incluindo uma descrição visual, seguida por um resumo de sua história anterior. Após suas apresentações, as duas bestas se aliam ao Dragão e desempenham um papel na guerra. |
“Vi emergir do mar uma besta” (Ap 13:1). |
• Águas do mar simbolizam “povos e multidões, nações e línguas” (Ap 17:15); |
• Besta é símbolo de poder dominante, civil ou eclesiástico (Dn 7:17). Cada detalhe desta revelação mostra que essa besta não é um poder civil, mas sim eclesiástico. |
“E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (Ap 13:2). |
• A besta do mar recebe poder e autoridade do dragão, assim como Cristo recebeu do Pai (Ap 13:4; Ap 2:26, 27); |
• Essa besta do mar é descrita com o mesmo número de cabeças e chifres do dragão (Ap 13:1; 12:3), sendo um paralelo da unidade do Pai com o Filho (Jo 14:9). Jesus disse: “Quem Me vê a Mim vê o Pai” (Jo 14:9); |
• A besta do mar experimenta uma ressureição de sua ferida mortal (Ap 13:3), o que é uma contrafação da morte e ressureição de Cristo; |
• Os 42 meses proféticos (Ap 13:5) ecoam os 3 anos e meio do ministério terrestre de Jesus; |
• A expressão “quem é como a besta?” (Ap 13:4) é uma paródia do nome Miguel (Ap 12:7), que significa: “quem é como Deus?”; |
• Tanto Cristo como a besta têm diademas na cabeça (Ap 19:12), e ambos têm seguidores com inscrições em suas frontes (Ap 13:16; 14:1); |
• A besta ainda recebe autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação, o mesmo território em que será pregado o evangelho de Cristo (Ap 14:6). Portanto, a besta do mar oferece um “evangelho” rival da tríplice mensagem angélica; |
• A besta do mar é, portanto, uma contrafação de Jesus; |
• O dragão (Satanás, Ap 12:9) opera por meio de reinos e instituições terrestres. No texto em questão, ele transfere seu poder de Roma pagã para Roma papal. “Esta profecia, que é quase idêntica à discrição da ponta pequena de Daniel 7, refere-se inquestionavelmente ao papado” (GC, 439). Essa besta é a Igreja Católica Romana, a história comprova isso. Muitos membros e líderes dessa igreja, seja no passado ou no presente, são pessoas sinceras, por isso, no final, essas pessoas sairão dela (Ap 18:4). |
“Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias” (Ap 13:5-8). |
• A palavra grega blasphemia significa calúnia, difamação, linguagem injuriosa. Os oponentes de Jesus O acusaram de blasfêmia porque afirmava ser Deus (Jo 10:33). Os fariseus também acusaram Jesus de blasfêmia porque Ele perdoava pecados (Lc 5:21). Todo indivíduo, exceto os membros da Divindade, que afirmar ter o poder e o direito de perdoar pecados é blasfemador; |
• O Papa Leão XIII escreveu em 20 de junho de 1894: “Nós [os papas] ocupamos na Terra o lugar do Deus Onipotente” (The Great Encyclical Letters of Pope Leo (Nova Iorque: Benziger, 1903), p. 304); |
• A Bíblia diz que Jesus é o único Mediador e Intercessor perante Deus (1 Tm 2:5). Igrejas cristãs afirmam que os santos já estão no céu e intercedem pelos vivos. Portanto, escutam orações como se fossem oniscientes e onipresentes; |
• Jesus disse que os mortos ressuscitarão apenas no último dia (1Ts 4:15-17; Jo 6:39, 40, 44, 54 e 12:48). Babilônia declara que os santos já estão no céu e ainda ensina que se deve orar pelos mortos. |
“Autoridade para agir quarenta e dois meses” (Ap 13:5-8). |
• Esses 42 meses são identificados como 1260 dias (ou anos), e é o mesmo período representado pela expressão “um tempo, dois tempos, e metade dum tempo” de Daniel 7:25. Apocalipse 12 já identifica os 1260 dias como “um tempo, tempos, e metade de um tempo”. Portanto, os 42 meses representam os três tempos e meio. Esse é o período de 1.260 anos da supremacia papal (538 d.C. a 1798 d.C.). Essa fase terminou quando uma das cabeças da besta foi mortalmente ferida, causando a morte temporária da besta. |
Fica muito claro que no Grande conflito existem limites claros para Satanás e seus agentes, incluindo limites de tempo. “O diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12). |
O caso de Jó |
“Homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1-3). |
• Normalmente quando nos referimos a uma pessoa, temos a tendência de destacar o status social dessa pessoa, seu poder financeiro, sua formação acadêmica, sua função, tudo isso nos impressiona e temos a tendência de valorizar as pessoas por esses elementos, mas com Deus é diferente. Aos olhos de Deus, o grau de importância de alguém está no que esse alguém é, não no que tem ou no que alcançou. |
“Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás… Perguntou ainda o Senhor a Satanás: Observaste o meu servo Jó?” (Jó 1:6-12). |
• A palavra hebraica para Satanás (sa¯ta¯n) no AT é traduzida como adversário. Especialmente no livro de Jó, essa palavra é utilizada para descrever o adversário de Deus, o diabo (Jó 1:7-9, 12; Jó 2:1-4, 6, 7). Em todos esses versículos, Satanás aparece como uma pessoa muito real, indicando a sua parte ativa no grande conflito; |
• Muitos cristãos negam a realidade da existência de um diabo literal e de seus anjos maus, eles dizem que o diabo e os anjos eram apenas símbolos de uma cultura primitiva para designar o mal humano e natural; |
• É difícil imaginar como a Bíblia poderia fazer sentido sem a crença na realidade do diabo e de seus anjos. |
Perguntas: |
• O livro de Jó é o livro das perguntas. Nenhum livro da Bíblia tem tantas delas; |
• A 1ª pergunta do livro é de Deus: “Donde vens?”. Satanás tem que prestar contas, contudo ele é atrevido e sua resposta é um desafio: “de rodear a terra e passear por ela” ( Jó 1:7). Lá na terra eu ando passeando, lá é o meu terreno, lá eu mando, lá eu sou o soberano. Deus então faz uma 2ª pergunta: “observaste meu servo Jó?” (Jó 1:8). Deus afirma que no quintal de Satanás, Ele tinha um servo. “Então, respondeu Satanás ao Senhor: Porventura, Jó debalde teme a Deus?” (Jó 1:8-11). Satanás reconheceu que Jó era fiel, ele o tinha observado, havia procurado nele algo vulnerável, mas sem sucesso. Como ele não podia questionar sua vida, pois contra fatos não há argumentos, ele questionou a sua motivação. As duas primeiras perguntas do livro foram feitas por Deus que já sabia as respostas. Evidentemente, as respostas não foram úteis para Ele, mas para a audiência do livro. Satanás, então, lançou a pergunta central de todo o livro. “Porventura, Jó debalde teme a Deus?” (Jó 1:9). Na verdade, o livro de Jó não busca oferecer respostas para o sofrimento humano, quer do inocente ou do culpado. A questão central é: Por que o homem adora a Deus? O concílio divino havia se transformado numa arena. No meio estavam Deus, Jó e Satanás, e nas arquibancadas estavam os filhos de Deus. O Universo estava expectante. Satanás estava fazendo suas acusações “publicamente”; isto é, diante de outros seres, afinal o grande conflito está se desdobrando diante de todo o Universo (1Co 4:9; Dn 7:10; Ap 12:7-9). Satanás estava dizendo que tudo o que Deus fez foi apenas subornar, era um jogo de interesses. Jó era bem pago. Cada um dava para o outro o que o outro queria. “Satanás insinuou que Jó servia a Deus por motivos egoístas [...] Ele tentou negar que a verdadeira religião brota do amor e de uma apreciação inteligente do caráter de Deus; que os verdadeiros adoradores amam a religião por causa da própria religião e não da recompensa dela; que os que servem a Deus fazem isso porque tal serviço é correto e não meramente porque o Céu é cheio de glória” (CBA, v. 3, 557); |
• De acordo com Satanás, Jó continuaria sendo leal a Deus somente se isso fosse um bom negócio para ele; |
• Deus permitiu que Satanás tocasse no que ele dizia ser a motivação de fidelidade de Jó; |
• “Tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão” (Jó 1:12); |
• “Ele está em teu poder; mas poupa-lhe a vida” (Jó 2:6); |
• Satanás tem permissão para atuar nessa guerra que chamamos: “O Grande Conflito”, mas ele tem limites também. |
Os 2 capítulos iniciais do livro de Jó são um retrato em miniatura do grande conflito, eles revelam alguns pontos cruciais: |
1- Há uma dimensão além do que podemos compreender, uma dimensão celestial com seres celestiais além de Deus; |
2- Há um conflito moral no Céu que está relacionado ao que ocorre neste mundo; |
3- Existem regras de engajamento no conflito; |
4- Existem parâmetros na corte celestial pelos quais as acusações contra o Senhor são respondidas, sem que Ele viole os princípios do amor, o fundamento do governo de Deus e Sua maneira de dirigir o Universo e as criaturas inteligentes. |
O príncipe (temporário) deste mundo |
“Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2:15). Ao dar nome a todos os seres vivos, Adão estava claramente a demonstrar a sua posição de governador do mundo. Em geral, quem tem autoridade sobre uma coisa pode dar-lhe um nome. Quando Adão perdeu esse domínio, Satanás preencheu muito rapidamente esse vazio. “Então, perguntou o Senhor a satanás: donde vens? Satanás respondeu ao Senhor e disse: De rodear a terra e passear por ela”(Jo 1:7). “Rodear a terra e passear por ela”, ou “andar de um lado para o outro”, não é apenas a ação de um turista. Na Bíblia, é um sinal de posse. Quando Deus deu a terra a Abraão, disse-lhe para a percorrer no seu comprimento e na sua largura (Gn 13:17), e o mesmo aconteceu com Moisés e com Josué (Dt 11:24; Js 1:3). Satanás, em certo sentido, vangloriou-se de ser “o deus deste mundo” (2ª Co 4:4). Jesus se referiu a ele como princípe desse mundo: “Aproxima-se o príncipe deste mundo, e nada tem em mim” (Jo 14:30; Jo 16:11; Jo 12:31). |
• Mesmo Satanás tendo usurpado de Adão o direito de representante deste mundo, ele não pode fazer tudo o que quer aqui, se pudesse, certamente já teria destruído tudo, afinal, destruir é o que ele faz de melhor; |
• Deus por outro lado, pode fazer tudo o que quiser, nada pode limitá-Lo, mas Ele não faz por amor a Si e a nós, afinal, se Deus não suporta o pecado e somos pecadores, por natureza Ele nos destruiria agora mesmo; |
• O panorama do grande conflito responde à pergunta que ainda nos incomoda: “Porque o mal ainda existe?”; |
• Ele de fato existe, mas tem seus dias contados; |
• O Evangelho de João enfatiza a derrota de Satanás, ocorrida na cruz, ou seja, no fim do ministério terreno de Jesus. Satanás é um governante ilegítimo e temporário de um mundo pecaminoso, um mundo que é paradoxalmente amado por Deus, mas também julgado por rejeitar Jesus (Jo 1:10, 29; 3:16, 17, 19; 9:39; 12:31, 47; 14:17; 15:18, 19; 16:8; 17:9, 14, 16, 21); |
• Satanás é um príncipe/governante deposto ou em processo de deposição. |
Limites e regras |
• “No meio do jardim, perto da árvore da vida, estava a árvore do conhecimento do bem e do mal. Essa árvore havia sido especialmente designada por Deus para ser a garantia de sua obediência, fé e amor a Ele. O Senhor ordenou a nossos primeiros pais que não comessem dessa árvore nem tocassem nela, senão morreriam. Disse que podiam comer livremente de todas as árvores do jardim, exceto daquela, pois, se dela comessem, certamente morreriam” (HR, 24); |
• No Éden havia limites; |
• “A lei de Deus já existia antes que o homem fosse criado. Os anjos eram governados por ela. Satanás caiu porque transgrediu os princípios do governo de Deus. Depois que Adão e Eva foram criados, Deus lhes fez conhecida Sua lei” (CS, 22); |
• A lei de Deus estipula limites; |
• O diabo é limitado pelo tempo (Ap 12:12) |
• A tentação tem um limite (1ª Co 10:13); |
• A natureza tem seus limites e até os pecadores são limitados; |
• Limites são necessários em todas as relações; |
• Deus do barro fez um ser livre e se há livre-arbítrio, há limite, pois se posso escolher, é porque há algo que não devo escolher; |
• Limites, são marcas na criação de Deus: Luz e trevas, águas acima e águas abaixo, terra e mar, dia e noite, criaturas segundo a sua espécie, um dia separado dos outros, uma mulher diferente de um homem. |
Deus não pode ser limitado por nada, mas, Ele decidiu se submeter a algumas regras para mostrar ao universo que as acusações feitas ao Seu caráter são infundadas. |
Quando são apresentadas alegações graves contra alguém que está no poder, a melhor (e talvez a única) maneira de responder a essas acusações é permitir que seja feita uma investigação independente, imparcial e aberta. No caso de Deus, se as acusações ameaçam Seu governo (que está fundamentado no amor), elas não podem simplesmente ser varridas para debaixo do tapete. |
Conclusão: |
Ellen G. White menciona a existência de um conflito cósmico em relação à vida de cada pessoa e destaca a importância da oração nesse contexto. Ela ressalta: “unicamente Deus é capaz de limitar o poder do maligno” (TPI, vl1, 307). E, acrescenta ter visto: “anjos maus contendendo por pessoas, e anjos de Deus a lhes resistirem. A luta era acirrada”. No entanto, acrescenta ela, “não cabe” “aos anjos santos controlar a mente dos homens contra sua vontade. Caso eles cedam ao inimigo e não façam esforços para resistir-lhe, então os anjos de Deus pouco mais podem fazer do que restringir o exército de Satanás para que não destrua, até que seja dada mais luz aos que estão em perigo, a fim de movê-los a despertarem e se voltarem para o Céu em busca de socorro” (TPI, vl1, 310). Nesse contexto, ela destaca que “o grande Comandante do Céu e da Terra limitou o poder de Satanás”; a autora também enfatiza a importância da oração, porque “nosso Salvador escuta a fervorosa oração da fé e envia reforço daqueles anjos magníficos em poder, a fim de” libertar Seus servos (TPI, vl1, 311). |
Louvo a Deus pelas maravilhosas lições que podemos aprender de Sua Palavra e é por isso que sou apaixonado pela Escola Sabatina! #lesadv |