Lição 10 – Para quem o fim tem chegado
Destaques do Pastor Eber Nunes #?lesadv
Várias histórias do Velho Testamento funcionam como sombras, paralelos proféticos que apontam para eventos ligados ao fim do mundo, por exemplo:
O dilúvio (Gn 6–9). Jesus o compara com Sua 2ª vinda (Mt 24:37–39);
Sodoma e Gomorra (Gn 19) é um vislumbre do juízo súbito (Mt 24);
As pragas do Egito (Ex 7-12) antecipam as 7 pragas do Apocalipse (Ap 16);
A adoração do bezerro de ouro (Ex 32) adverte contra a adoração à besta (Ap 13).
Essas histórias do passado nos preparam para os eventos finais e antecipam como será o desfecho da história humana.
A ira do Cordeiro
“Escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro (Ap 6:12-17).
Em sua soberania, Deus estabeleceu que nosso destino eterno estivesse vinculado à pessoa de Seu Filho. Qualquer um se salva ou se perde em função de sua relação com Cristo. Não há outra opção. João afirmou: “Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no Seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1ª Jo 5:11, 12). Por essa razão, o Apocalipse apresenta a alternativa: ou o sangue do Cordeiro (Ap 7:14) ou a ira do Cordeiro (Ap 6:17). Aquele que aceita o sacrifício de Cristo e O abraça como Seu Salvador pessoal recebe a vida eterna e não sofrerá a ira do Cordeiro quando esta se manifestar. Assim como os israelitas, às vésperas do êxodo do Egito, foram protegidos pelo sangue do cordeiro que marcava as portas dos lares daqueles que creram em Deus (Êx 12:21, 22), no final, os que estiverem apegados a Cristo estarão seguros, enquanto os demais perecerão.
“Porque chegou o grande Dia da ira Deles, e quem poderá subsistir?” (Ap 6:17).
Esse versículo descreve o Dia do Juízo e mostra o terror dos ímpios diante da ira de Deus e do Cordeiro. Nenhuma imagem seria mais antagônica: um cordeiro irado, e com ira divina! Afinal, todos sabemos que o cordeiro, ao contrário do carneiro adulto, que pode eventualmente ficar enraivecido, é um animal dócil. Como ele pode ficar irado? A estranheza da expressão “ira do cordeiro” torna-se ainda maior quando lemos o texto em grego. Ali, o termo está no diminutivo, ou seja, o Apocalipse fala da ira do “cordeirinho”. A forma diminutiva, que é peculiar do Apocalipse, fica ainda mais evidente quando contrastada com o anúncio de que “o leão da tribo de Judá” teria condições de abrir os selos. Só que, quando o profeta olha, não há leão algum, apenas um cordeirinho frágil e degolado, mas que está sentado triunfalmente no trono de Deus Pai;
Muitos questionam o aparente contraste entre o Deus do AT, irado, vingativo, belicoso, e o suposto Deus do NT, gentil, pacífico e incapaz de ficar irado. Ora, essa imagem apocalíptica mostra que não se trata de 2 deuses em oposição. O Deus do Sinai é o mesmo do Calvário;
Deus nunca age de maneira destemperada, é claro. No entanto, é importante entender que a ira de Deus é uma resposta apropriada e amorosa diante da injustiça. Todos nós queremos um Deus irado em certos momentos. Por exemplo, quando nos questionam: “Onde estava Deus quando aquela garotinha foi violentada?”, precisamos entender que justiça e misericórdia precisam uma da outra. Justiça sem misericórdia é tirania, mas misericórdia sem justiça resulta em abuso.
“Assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24:34-44).
Por ocasião do dilúvio, as pessoas ignoraram o aviso do juízo divino, elas viviam indiferentes aos sinais que as cercavam;
Noé pregou por 120 anos (Gn 6:3) alertando sobre o juízo e foi ignorado;
O dilúvio veio de repente;
O dilúvio destruiu toda a humanidade ímpia (2ª Ts 1:7–9; Ap 19);
Noé e sua família foram salvos na arca (Ap 14:12; 7:3–4);
Um dia a porta da arca se fechou (Gn 7), um dia a porta da graça se fechará (Ap 22).
O contexto do dilúvio além de ser um fato histórico, é um espelho do contexto da 2ª Vinda de Cristo.
O evangelismo de Noé
“Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gn 6:5).
Num período de 1.656 anos (10 gerações), vamos da criação ao dilúvio;
A linguagem humana dificilmente poderia fornecer uma imagem mais contundente da depravação humana por ocasião do dilúvio;
Não havia mais nada de bom no homem; ele estava ‘podre até a medula’ (Review and Herald Publishing Association, vl 1, 251);
Falsa adoração, poligamia, brigas entre famílias e comportamentos pecaminosos alcançaram uma escala universal de corrupção e violência.
“Noé era homem justo e íntegro... Noé andava com Deus” (Gn 6:9).
O significado hebraico do nome Noé é: “Deus traz conforto”;
Noé não foi um mero coadjuvante na história; ele é citado 50 vezes em 9 livros da Bíblia;
Não se conhece nada sobre os primeiros anos de Noé. Ele aparece pela 1ª vez nas Escrituras com 500 anos de idade (Gn 5), seu bisavô foi Enoque (que foi trasladado, Gn 5); seu avô foi Matusalém (o homem que mais viveu, Gn 5). Seu pai era Lameque (descendente de Sete e, aparentemente, religioso, Gn 5:29);
Com Noé vemos a palavra ‘justo’ aparecendo pela 1ª vez na Bíblia;
O fato de Noé ser ‘justo’ não significa que ele era sem pecado, pois exceto Jesus Cristo, ninguém viveu aqui na Terra sem pecado (1ª Pe 2:21);
A conduta de Noé era tal que seus vizinhos não tinham como encontrar nele qualquer motivo de repreensão;
No contexto do dilúvio, em meio a uma escuridão moral, a vida de Noé brilhou;
Noé estava rodeado de incrédulos malvados que riam de seu trabalho. Ele converteu-se em motivo de zombaria, no entanto, manteve sua fé e continuou seu trabalho ano após ano, tarefa que para seus vizinhos parecia indicar que ele ficara louco;
Considerando o ambiente de Noé, a grandiosidade da obra para a qual foi chamado, e tantos anos de trabalho árduo, ele se destaca como insuperável, ou talvez inigualável, entre todas as personagens bíblicas com fé persistente;
Noé admoestou e exortou o povo, enquanto trabalhava na arca (2ª Pe 2:5). “Toda batida de martelo na arca de Noé era uma mensagem de advertência” (CBA, vl 7, 1198);
Noé é um tipo dos crentes fiéis no tempo do fim;
Se “a vinda do Filho do Homem” será assim como foi nos dias de Noé, conforme predisse Jesus (Mt 24), podemos esperar, portanto, que haverá um povo que andará com Deus, agindo, pela fé e por obediência, de acordo com a palavra de Deus;
Haverá Enoques e Noés que farão parte do povo remanescente final de Deus, descrito no livro do Apocalipse - um povo que se recusará a adorar os ídolos de seu tempo e que “guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). O remanescente viverá numa relação de aliança redentiva com Deus, e o último compromisso dele será seguir “o Cordeiro por onde quer que [Ele] vá” (Ap 14:4);
O livramento de Noé e sua família dá certeza aos justos, àqueles que andam com Deus e guardam Seus mandamentos, de que, em seu último estado terreno, eles também serão preservados para a vida eterna;
“A Palavra de um homem contra a sabedoria de milhares! Não queriam dar crédito ao aviso. [...] Cristo declarou que haveria idêntica incredulidade quanto à Sua segunda vinda [...] quando a ostentação do mundo se tornar a ostentação da igreja; quando os sinos para casamentos estiverem tocando, e todos olharem para o futuro esperando muitos anos de prosperidade temporal, subitamente, como no céu brilha o relâmpago, virá o fim de suas ilusões e falsas expectativas” (GC, 338, 339).
Na última semana de pregação de Noé, os animais entraram de 2 em 2 na arca, mas nem isso despertou a consciência dos pecadores.
A história de Sodoma e Gomorra
“E, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína completa, tendo-as posto como exemplo a quantos venham a viver impiamente” (2ª Pe 2:6).
Sodoma e Gomorra são exemplos do que acontecerá com os que vivem impiamente;
A Bíblia nos fornece indicações sobre os pecados de Sodomo a Gomorra. Elas eram: “orgulhosas porque tinham muita comida e viviam no conforto, sem fazer nada; porém não cuidaram dos pobres e dos necessitados. Elas foram orgulhosas e teimosas e fizeram as coisas que Eu detesto; por isso, Eu as destruí, como você sabe muito bem” (Ez 16:49);
“Em Sodoma havia regozijo e orgia, banquetes e bebedice. As mais vis e brutais paixões não eram refreadas. O povo desafiava abertamente a Deus e à Sua lei, e deleitava-se em ações de violência” (PP, 105);
Na época de Sodoma e Gomorra, o povo: “entregou-se à satisfação sensual” (PP, 105);
Segundo o dicionário Houaiss, a 1ª vez em que foi utilizado o termo sodomia foi no século XII, referindo-se à relação homossexual. Os navegadores espanhóis relatam que os nativos das Antilhas e da Flórida eram ‘sodomitas’, ou seja, em algumas ocasiões os marinheiros presenciaram indivíduos do sexo masculino praticando sexo com outros homens. A interpretação e a identificação de Sodoma com a homossexualidade (ou, ao menos, a certas práticas associadas a ela) tornou-se tão forte que algumas versões da Bíblia traduziram em 1º Reis 15:12 como ‘sodomitas’ para se referir aos que praticavam a prostituição de santuário e foram expulsos pelo rei Asa;
Não sabemos quantas pessoas viviam nas em Sodoma e Gomorra, mas entre todos que viviam lá, apenas 4 pessoas deixaram a cidade e apenas 3 foram salvas;
O mundo atual é muito parecido com Sodoma e Gomorra tanto na maldade quando na imoralidade. Além disso, a cada dia, as pessoas parecem ficar com o coração mais duro em relação a Jesus, e muitos assumem a postura de chacota em relação à Bíblia;
“A última noite de Sodoma estava a aproximar-se. Já as nuvens da vingança lançavam as sombras sobre a cidade condenada. Os homens não perceberam. O último dia foi como todos os outros… passavam de um lado p outro, preocupadas com os prazeres daquela hora” (PP, 106);
A última noite da história desse mundo se aproxima.
O Juiz de toda a Terra
“Disse o Senhor: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer” (Gn 18:17).
Abraão foi bem-informado sobre a situação em Sodoma e Gomorra, onde alguns de seus parentes residiam. Por amor a eles, Abraão se colocou diante de Deus e refletiu a misericórdia Dele ao desafiar Seu veredito, implorando ao Juiz divino por Seu perdão;
Observe a tenacidade e perseverança de Abraão em Sua oração: “Abraão ainda permaneceu na presença do Senhor” (Gn 18:22). Mas observe também a sensibilidade de Abraão à severidade do mal e à necessidade de justiça e graça: “Será que vais destruir o justo com o ímpio?” (Gn 18:23);
Uma lição também deve ser tirada das ações de Deus, que não apenas desce e compartilha Sua visão com Seu servo humano, mas também parece encorajar sua ousadia. Podemos até dizer que Deus aprecia ser confrontado pelo argumento de Abraão porque a defesa de Abraão ecoa Seu próprio senso de misericórdia. De fato, notamos que a última resposta de Deus é a da graça: “Não a destruirei por amor aos dez” (Gn 18:32);
O número “10” na Bíblia simboliza a ideia do mínimo necessário para fazer algo;
Observe também a soberania de Deus. “Quando acabou de falar com Abraão, o Senhor Se retirou” (Gn 18:33). Ou seja, a decisão ainda pertence a Deus. Independentemente do zelo humano, isso, em última análise, não deterá a vontade de Deus;
Com humildade, Abraão responde ao veredito divino: “Abraão voltou para onde estava antes” (Gn 18:33).
Essa experiência de Abraão com o Senhor apresenta uma sequência lógica do conflito final:
O Senhor e 2 anjos aparecem a Abraão. São 3 mensageiros celestiais. Isso te lembra a última mensagem a ser dada ao mundo: as 3 mensagens angélicas (Ap 14:6-12);
Abraão teve pressa em preparar tudo. A última mensagem a ser dada ao mundo requer urgência e diligência (Ap 14:6);
Foi dada uma promessa a Abraão e Sara, dizendo: “Certamente voltarei a ti” (Gn 18:10). O último povo de Deus aguarda a promessa do retorno de Jesus: “Certamente, venho sem demora” (Ap 22:20).
“Abraão e Sara eram já velhos, avançados em idade” (Gn 18:11). A promessa pode requerer um longo tempo de espera, mas “se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará” (Hc 2:3);
Sara riu e questionou. A demora pode causar desânimo. “E, tardando o Noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram” (Mt 25:5);
A Abraão foi dada instrução acerca de como viver na presença de Deus com sua casa, guardando o caminho do Senhor e praticando a justiça e o juízo. Do último remanescente de Deus, está escrito: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12);
Jesus desceu para ver o que estava acontecendo em Sodoma e Gomorra (Gn 18:21). O Espírito Santo está aqui, vendo o que acontece em toda a Terra;
“Abraão permaneceu ainda na presença do Senhor” (Gn 18:22). A perseverança é uma das características do remanescente de Deus. Jesus declarou: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24:13);
Ao declarar que o Senhor é um justo juiz e que Ele não destrói o justo com o ímpio, Abraão apontou para a sacudidura. O Senhor faz separação entre justos e ímpios e assim o será até ao tempo do fim, quando veremos “a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não O serve” (Ml 3:18);
A intercessão de Abraão aponta para as últimas intercessões em favor do mundo. E sua última tentativa, para o último chamado de Deus à humanidade;
Findo o diálogo, “retirou-Se o Senhor” (Gn 18: 33). Assim também, o Espírito Santo “não agirá para sempre no homem” (Gn 6:3). Logo, Ele irá Se retirar da vida dos ímpios, mas jamais da vida dos que, como Abraão, permanecem em Sua presença.
O juízo pré-advento
“Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou” (Dn 7:9-10).
O juízo começa com a frase: “Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite” (Dn 7:7), e com a sentença: “Continuei olhando”, que introduz o chifre pequeno (Dn 7:9). A estrutura da visão claramente situa o juízo antes do fim da história. É necessário esclarecer que o evento descrito em Daniel 7:13 e 14 não é a 2ª vinda de Jesus, mas um evento que ocorreria no Céu quando o Filho do homem entrasse na presença do Ancião de Dias. O versículo 26 até parece colocá-lo imediatamente após os 1.260 anos (portanto, depois de 1798): “Os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo.” O texto, então, acrescenta: “Mas, depois, se assentará o tribunal” (v. 25,26). Será após os 1260 anos, ou após 1798 d.C. Em algum momento após esse período, o julgamento celestial faria justiça ao povo de Deus, destruiria o poder do 4º animal;
A natureza do juízo é transmitida pela frase “assentou-se o tribunal, e se abriram os livros” (Dn 7:10). A menção dos livros no tribunal divino também implica juízo. A função deles é registrar todas as ações passadas e servir como testemunhas silenciosas durante o juízo (Êx 13:9; 17:14). É por isso que o profeta Malaquias fala de um “memorial escrito” (Ml 3:16-18). Do mesmo modo, “será salvo o Teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro” (Dn 12:1). É também nos livros de Daniel que há a testemunha a execução do chifre pequeno (Dn 7:11, 12). O momento no qual os livros se abrem, contudo, não coincide com a execução da sentença. O que Daniel vê nos livros é apenas o veredito, seja culpado ou não. A sentença vem depois;
Como o juízo em Daniel 7 envolve o exame de livros, foi apropriadamente chamado de “juízo investigativo”. Além disso, a imagem do Filho do Homem vindo nas nuvens do céu está claramente ligada à do sumo sacerdote, cercado por uma nuvem de incenso, entrando no lugar santíssimo no Dia da Expiação. Mas a pergunta é: Quem está sendo julgado? Primeiramente, o fato de que “o Ancião de Dias [...] fez justiça aos santos do Altíssimo” (Dn 7:22) indica que o juízo deve incluir o povo de Deus. De fato, um dos principais propósitos desse julgamento é fazer uma revisão das decisões tomadas pelos que professaram ter aceitado Cristo e, assim, determinar se eles entrarão no reino de Deus. Portanto, quando Cristo vier. Ele vai entregar as recompensas (Mt 16:27) que foram determinadas nesse juízo investigativo. Esse entendimento quanto ao juízo descrito em Daniel 7 é exclusivo dos adventistas do 7º dia. Para a maioria dos cristãos, não existe espaço para um juízo investigativo. Principalmente por acreditarem que, após a morte, a pessoa é imediatamente julgada e então vai para o Céu ou para o inferno. Logo, um juízo anterior à 2ª vinda de Cristo, feito para tomar tais decisões, faz pouco sentido para eles. O testemunho bíblico, no entanto, ensina claramente que há um juízo investigativo antes da 2ª vinda de Cristo;
O juízo dos vivos só acontecerá quando terminar o tempo da graça e as 7 últimas pragas começarem a ser derramadas sobre Babilônia (Ap 15; 16);
Daniel considera o juízo o evento mais importante da profecia. E, sendo que o capítulo 7 está no meio do livro de Daniel, segue-se que o juízo é o centro de todo o livro de Daniel. A tradição bíblica lembra o profeta em ligação com o juízo divino. O livro de Ezequiel (Ez 14:14-20), o único outro livro do AT que se refere a Daniel, associa o profeta com Jó e Noé, duas figuras centrais do tema do juízo divino, em um contexto de juízo (Ez 14:13, 17:22). Do mesmo modo, no NT, a única passagem referente a Daniel lida como grande dia do juízo (Mt 24:15-21, 38, 39). Por fim, o próprio Daniel testemunha da importância do juízo divino em seu próprio nome: “Daniel significa precisamente “juízo de Deus”;
O juízo é o cumprimento das esperanças e anseios da humanidade. Em nossa mente, ele transmite a ideia de crime e castigo, inspirando medo e apreensão. A Bíblia, contudo, vê o juízo do ponto de vista dos oprimidos, vítimas do sofrimento e, assim, coloca-o no contexto de salvação e vitória sobre o opressor e o mal. Na explicação da visão (Dn 7:26-27), o juízo assume 2 aspectos: um negativo, contra o chifre pequeno, que é derrotado e eliminado (v. 26), e outro positivo, para os santos, que recebem o reino de Deus (v. 27). A cena do juízo é dominada pelas imagens e “trono”, “Ancião de Dias” e “livros”;
“Ancião de Dias”, é uma expressão estranha, não encontrada em nenhum outro lugar na Bíblia. A ideia conduzida aqui é a eternidade do Rei-Juiz, um conceito reforçado pela imagem do cabelo branco. Cercado por multidões de servos que O assistem, o Ancião de Dias representa o próprio Deus (Sl 68:28; Hb 12:22). De acordo com o padrão do pensamento bíblico, a idade avançada qualifica melhor alguém como juiz. Idade é sinal de sabedoria. Ele é um juiz que não pode ser subornado.
“E eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem” (Dn 7:13-14).
“Filho do Homem” é a expressão favorita de Jesus para referir-Se a Si mesmo nos textos dos evangelhos. Essa expressão não é usada somente para designar a sua natureza humana ao encarnar entre nós (nas visões de Daniel, o Filho do Homem não tem origem humana; Ele é um ser celestial), mas para indicar uma série de características únicas que definem a identidade do Messias e Sua obra. O Filho do Homem está unido ao povo na glória e no sofrimento. Assim como os santos do Altíssimo são perseguidos por “três anos e meio” simbólicos (1260 anos) pelo poder religioso romano medieval, vemos nos evangelhos o ministério de Jesus durando exatamente 3 anos e meio e terminando com sua execução na cruz, método romano de execução de criminosos;
A tradição judaica é unânime em reconhecer esse personagem como o Rei-Messias. O NT, e depois a tradição cristã, tem assimilado o conceito de “Filho do Homem” com Jesus Cristo. É dessa passagem que os primeiros cristãos derivavam sua saudação de esperança, Maran atha, “O Senhor vem”. O verbo atha [vem], do aramaico, aparece em nossa passagem para descrever a chegada desse “Filho do Homem” (Dn 7:13).
Deus deu uma visão a Daniel que o habilitaria a ver que, apesar do aumento da violência e da perseguição no mundo, Deus está no controle.
Conclusão:
“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder… E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade” (2ª Tm 3:1-9).
Muito provavelmente nessa passagem Paulo se refere aos incidentes relatados no livro de Êxodo (Êx 7:11,12; 8:7-19; 9:11), contudo, o texto de Êxodo apenas fala da ação de certos mágicos egípcios, não diz quem eram ou quantos eram. Fontes extra-bíblicas indicam que Janes e Jambres eram os nomes desses feiticeiros;
Os nomes Janes e Jambres são citados na Bíblia somente em 2ª Timóteo 3;
Os maiores detalhes e especulações sobre quem foram Janes e Jambres vêm de antigas tradições judaicas, como o Targum de Pseudo-Jônatas, os escritos de Orígenes, Plínio, Apuleio, Justino e o Talmude;
De acordo com essas antigas tradições, ainda foram esses 2 homens que induziram o povo de Israel a fazer um bezerro de ouro para adorá-lo. Contudo, não há nenhuma evidência realmente concreta sobre a veracidade dessas histórias. Dessa forma, talvez o que realmente pode ser dito sobre quem foram Janes e Jambres é que eles eram 2 líderes entre os magos de Faraó. Certamente eles eram enganadores, hipócritas e perigosos, e se opuseram a Moisés, o representante de Deus diante do povo naquele momento histórico;
Talvez seus nomes nem tenham sido esses, mas foi assim que eles ficaram conhecidos na história judaica;
Paulo citou os nomes de Janes e Jambres, cujo exemplo já era bem conhecido entre os judeus e até mesmo entre os cristãos do século 1 d.C. O objetivo principal da narrativa do apóstolo era o de advertir Timóteo contra enganadores semelhantes à Janes e Jambres.
Louvo a Deus pelas maravilhosas lições que podemos aprender de Sua Palavra e é por isso que sou apaixonado pela Escola Sabatina! #lesadv