Lição 7 — Fundamentos proféticos — Comentário da Lição da Escola Sabatina
Publicado em 9 de maio de 2025 por Ligado na Videira
Sábado — Fundamentos proféticos.
Para iniciar nossas considerações, permitam-me fazer um link entre dois títulos que já estudamos. O Primeiro está na Lição 1 — segunda-feira, 31 de março — “Deus deseja ser conhecido”. Pelo que estudamos, só tem um jeito de Deus ser conhecido: Ele Se revelar; Ele Se tornar conhecido; Ele Se aproximar de nós. E assim foi feito, através de Jesus Cristo. Sendo assim, a profecia é dada por Deus, e Deus precisa nela ser visto.
O segundo título está na Lição 6 — quinta-feira, 8 de maio — “Porque criaste todas as coisas”. Pelo que estudamos, vimos que somente Deus poderia nos salvar. Ele nos criou, e é o único capaz de nos recriar. E isso Ele o fez, através de Jesus Cristo. Interessante é que a Lição abordou a incapacidade de Isaías e de João em se apresentarem diante de Deus, mesmo em visão. A glória de Deus foi tremenda! Mas, Deus fez questão de mantê-los em pé para que pudesse por eles ser conhecido.
Agora, com a Lição 7, vamos avançar um pouco mais nesse tema.
Domingo — Eis-me aqui, envia-me a mim.
Vocês estão lembrados do verso “o amor de Cristo nos constrange”? Pois, então! Esse “nos constrange” significa “nos impulsiona”, “nos leva a reconhecer”, “nos faz ter a perspectiva correta”, “nos atrai como se fosse um ímã”. Eu traduziria assim: O amor de Cristo nos faz amá-lo também.
Quando Isaías, mesmo em visão, viu o Trono de Deus, e viu e ouviu os anjos serafins falarem “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos”, isso o constrangeu a reconhecer o quão pó ele próprio era; um ser insignificante; um pecador pronto para morrer.
Nesse instante, um anjo tirou uma brasa viva que estava no altar, e com ela tocou os lábios do profeta, e lhe disse: “A tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado”.
Irmãos, toda atração de Deus é para a salvação. Toda vez que Ele Se manifesta, é para a nossa salvação. Abram a Bíblia, orem, e estejam nos cultos na igreja, sempre tendo em mente que Deus deseja salvar.
Mas a Lição não parou aí. Ela aproveitou a visão dada a Isaías para nos colocar na perspectiva correta: Deus deseja nos salvar, mas também deseja salvar as pessoas com quem nos relacionamos. Nesse caso, quem Ele enviará para convidar essas pessoas para o caminho da salvação? Um anjo missionário tocou em nossos lábios — Quem tocará nos lábios das pessoas com quem nos relacionamos? Quem será “anjo” para as pessoas com quem nos relacionamos?
Na visão, Isaías ouviu Deus perguntar: “A quem enviarei, e quem há de ir por Nós?” Diante do amor e santidade de Deus, o profeta foi motivado e impulsionado a responder: “Eis-me aqui, envia-me a mim”.
Irmãos, em profecia, um dos fundamentos é Deus Se revelar. Outro, é o recebedor da revelação ser o porta-voz da revelação. Recebe e corre anunciar ao mundo!
Estudar, entender, e guardar para si, com certeza não é uma coisa boa.
Segunda — Os dois querubins.
Na segunda-feira, olha que texto lindo a Lição nos apresentou. Originalmente está no livro Patriarcas e Profetas: “À porta do paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória divina. Adão e seus filhos iam ali para adorar a Deus”.
Irmãos, eu não gosto da palavra “expulsão”. Ela tem um peso muito negativo. Sendo assim, prefiro dizer que Adão e Eva “foram levados para fora do Éden” — mas, por estarem vestidos com uma roupa feita por Deus, não foram para fora sem a esperança de um retorno; não saíram desanimados. Ao contrário, saíram na garantia de retorno dada pelo próprio Senhor Jesus Cristo.
Pelo que Deus lhes havia dito em Gênesis 3:15, e durante o sacrifício que houve para se retirar a pele do animal que serviu de matéria-prima para se fazer a vestimenta (3:21), Adão e Eva saíram convictos de que voltariam para o Éden. Confiavam plenamente nessa promessa Divina.
Sendo assim, no portão do Jardim, olhando para dentro, onde estavam os querubins, a primeira família ia para prestar culto de gratidão — mas não era para os querubins. O louvor e a adoração eram para Deus. Que coisa espetacular!
Quanto aos “querubins”, um dos fundamentos proféticos é entender que, em havendo a presença deles, temos o indicativo da presença de Deus — de Sua glória, de Sua autoridade. Isso é muito claro quando se estuda o Lugar Santíssimo do Santuário. Ali estava o móvel que guardava a Tábua dos Dez Mandamentos — a Arca da Aliança. Sobre o móvel, dois querubins de ouro puro. A famosa palavra “shekinah” significa “habitação de Deus” — o “tabernáculo de Deus”. Ele Se manifestava exatamente nesse local. É como se fosse “a sala onde está o trono de Deus”.
Terça — Como brasas vivas.
Além de Adão e Isaías, o profeta Ezequiel também viu querubins. É provável que Adão os tenha visto presencialmente. Isaías e Ezequiel viram em visões.
Isaías teve a visão uns 150 anos antes do cativeiro babilônico. E o sentido da visão era a santidade de Deus. O povo deveria andar em santidade constante diante de um Deus Santo. Ezequiel viu os querubins durante o cativeiro. Ele era um dos cativos. Enquanto Daniel estava no palácio do rei, Ezequiel estava numa cidade no interior de Babilônia. E o sentido da visão dada a Ezequiel era a glória e a presença de Deus entre eles, cativos. Eles não estavam abandonados. Porém, a presença de Deus indicava a Sua autoridade. Deus não Se manifestava à toa. Assim como o povo devia andar em santidade, também deveria reconhecer a autoridade Divina, e a Ele se submeter.
Em Isaías 6:6, o querubim traz uma brasa viva para o profeta, e toca em seus lábios. Em Ezequiel 1:13, o querubim é a brasa viva. Qual a diferença? Nenhuma. É só uma questão de interpretação. Mas, ambas as visões mostram Deus e a Sua obra de expiação de nossos pecados. Mostra o Santo Deus nos purificando de nossos pecados.
Dada a condição de pecado do povo de Deus, os profetas foram levados a ver o movimento de Deus através do movimento dos anjos. Os anjos foram instrumentos de Deus.
De vez em quando, diante de uma boa obra que vocês fazem, o beneficiado diz: “Você é um anjo enviado por Deus”. Ou seja, ele reconhece a obra de Deus através da obra de vocês. A obra de vocês é a obra de Deus.
Quarta — Deus no meio de Seu povo.
Em Números 33, Moisés deixou registrado os lugares em que o povo ficou acampado. A mudança de um lugar para outro só acontecia depois da manifestação de Deus. Ele estava numa nuvem. Se a nuvem se movimentava, era Deus Se movimentando. Era Deus dando ordem para se mudarem. Assim, juntavam seus pertences, e caminhavam. Quando a nuvem parava, era Deus parando. Era Deus dando ordem para nesse local se instalarem.
A arrumação do acampamento era algo espetacular. Os viajantes que passavam ao longe avistavam a organização, e ficavam fascinados. Dos doze filhos de Jacó, a família de Levi ficou responsável pelo serviço religioso, e a de José ficou dividida entre os filhos Efraim e Manassés. Então, tira Levi e José, mas acrescenta os dois filhos de José — e assim se formam as doze tribos de Israel.
No centro do acampamento, o Tabernáculo — a habitação de Deus. Para cada um dos quatro lados do Tabernáculo, três tribos. Sobre todos, a nuvem protegendo durante o dia, e aquecendo durante a noite.
Todo dia, com exceção do sábado, recebiam o maná. Não faltava água. Nem roupa e nem sandália se desgastaram. As pernas não inchavam. Verdadeiramente, algo que fazia os viajantes ficarem fascinados!
Queridos irmãos, Deus cuida de Seu povo. Onde Seu povo está, ali Ele está também. Que ótimo saber disso, não é mesmo? E quando se cumprirem os últimos momentos proféticos, vamos nos lembrar que somos o povo de Deus. Combinado?
Quinta — A queda de Lúcifer.
Lúcifer foi o querubim cobridor. Dentre todos os seres criados, foi o primeiro imediato. Recebia as orientações de Deus, e as repassava aos demais. Mas, não sabemos a razão — e creio que não há razão —, ele se rebelou contra Deus. Ele criou o mal. E foi tirado dessa honrosa posição. Deixou de ser um mensageiro de Deus. Passou a propagar a sua própria mensagem: a mentira.
Hoje, milhões de pessoas estão enganadas pelas mentiras do inimigo. Tem mentira para o gosto de cada uma delas. Milhões e milhões de pessoas — milhões e milhões de mentiras. E nós fomos privilegiados com o convite de levar aos enganados a verdade verdadeira: Cristo salva.
Quase na última linha, a Lição de quinta diz assim: “Não há um ser humano em toda a história da Terra por quem Cristo não tenha morrido”. Isso me fez lembrar de dois textos de Ellen White.
Primeiro — “Pessoa alguma é abandonada por Deus, entregue a seus próprios caminhos, enquanto houver qualquer raio de esperança quanto à sua salvação. O homem se desvia de Deus, não Deus do homem” (O Maior Discurso de Cristo, pág. 93).
Segundo — “Ninguém caiu tão fundo, ninguém é tão vil, que não possa encontrar libertação em Cristo… Nenhum grito de uma pessoa em necessidade, embora deixe de ser expresso em palavras, ficará desatendido” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 258).
Bem, pelo tema geral da Lição, que privilégio conhecer mais uma chave profética. E, para uma aplicação imediata em nossa vida, que privilégio ser um “querubim” — ser um porta-voz da mensagem de salvação.
Sexta — Conclusão.
“Através de séculos de perseguição, conflito e trevas, Deus tem amparado Sua igreja. Nenhuma nuvem sobre ela caiu, para a qual Ele não estivesse preparado; nenhuma força oponente surgiu para impedir Sua obra, que Ele não houvesse previsto. Tudo sucedeu como Ele predisse. Ele não deixou Sua igreja ao desamparo, mas traçou em declarações proféticas o que deveria ocorrer, e aquilo que Seu Espírito inspirou os profetas a predizerem, tem-se realizado. Todos os Seus propósitos serão cumpridos. Sua Lei está vinculada a Seu trono, e nenhum poder do mal poderá destruí-la. A verdade é inspirada e guardada por Deus; e ela triunfará sobre toda oposição.
Durante séculos de trevas espirituais a igreja de Deus tem sido como uma cidade edificada sobre um monte. De século em século, através de sucessivas gerações, as puras doutrinas do Céu têm sido desdobradas dentro de seus limites… É o cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de transformar corações…
Em cada era teve o Senhor Seus vigias que deram fiel testemunho à geração em que viveram. Essas sentinelas apregoaram a mensagem de advertência; e ao serem chamadas para depor a armadura, outros empreenderam a tarefa. Deus pôs essas testemunhas em relação de concerto com Ele próprio, unindo a igreja da Terra à do Céu. Enviou Seus anjos para cuidar de Sua igreja e as portas do inferno não puderam prevalecer contra Seu povo…
Deus, porém, ama Seus filhos com infinito amor. O mais caro objeto na Terra Lhe é a Sua igreja” (A Fé Pela Qual Eu Vivo, pág. 281 — Meditação Matinal de 02/08/1959) .
Deus nos abençoe.
Carlos Bitencourt / Ligado na Videira