Lição 6 – Compreendendo o sacrifício
Destaques do Pastor Eber Nunes #?lesadv
Certa vez, um incrédulo disse a um adventista: “Há muitas coisas na Bíblia que aprecio, mas eu jamais poderia ser um cristão, pois há sangue demais no cristianismo. Noto que até os hinos que vocês cantam estão repletos de sangue: ‘Jesus me remiu por Seu sangue’; ‘Oh! Fronte ensanguentada, em sofrimento e dor’; ‘Meu sangue ali verti, provando amarga dor’; ‘Seu sangue tem poder’. Outros hinos falam na morte de Jesus na cruz, na Sua mão ferida, no Seu sacrifício, na Sua angústia e dor.
De fato, no AT lemos a respeito de muitos sacrifícios sangrentos. Por ocasião da dedicação do Templo de Salomão foram mortos 22.000 bois e 120.000 ovelhas (1º Rs 8:63), e é veradde também que em toda a Bíblia são abundantes as expressões sangue de cabritos, sangue de bodes e de bezerros, sangue dos sacrifícios, sangue da aliança, sangue do Cordeiro, e muitas otras. A 1ª menção explícita de um sacrifício na Bíblia, está em Gênesis 4:3-5 (a 1ª evidência implícita da realização de um sacrifício se encontra em Gênesis 3:21) e a última referência a tal assunto a encontramos em Apocalipse 22:14.
No sistema religioso de Israel, existiam diversos tipos de sacrifícios:
1) O holocausto (ou oferta queimada) exigia que todo o animal fosse consumido no altar (Lv 1). Ele representava Jesus, cuja vida foi consumida por nós (Fp 2:5-8);
2) A oferta de cereais demonstrava gratidão pela provisão divina do sustento para Seu povo (Lv 2). Era o único sacrifício em que as carnes não estavam envolvidas. Essa oferta epresentava Jesus, “o pão da vida” (Jo 6:35, 48);
3) A oferta de sacrifício pacífico implicava uma refeição comunitária com amigos e família para celebrar o bem-estar (Lv 3). Representava Cristo, cujo sacrifício nos proporcionou paz (Is 53:5; Rm 5:1; Ef 2:14);
4) A oferta pelo pecado ou oferta de purificação provia expiação pelos pecados (Lv 4:1–5:13). Esse sacrifício enfatizava o papel do sangue do animal – que representava sua vida – para oferecer redenção dos pecados (Lv 17:11) e apontava para o sangue de Jesus, que nos redime dos nossos pecados (Mt 26:28; Rm 3:25; Hb 9:14);
5) A oferta pela culpa ou de reparação (Lv 5:14–6:7) proporcionava perdão nos casos em que a reparação ou restituição era possível. O perdão de Deus não nos livra da responsabilidade de reparar ou restituir, sempre que possível, a quem prejudicamos.
No sistema de sacrifícios, podemos identificar 3 ensinamentos básicos:
1. A consequência do pecado é a morte. Quando uma pessoa comum pecava devia sacrificar uma cabra (Lv 4:27-29). Cada vez que havia um pecado alguém (no caso, a cabra) tinha que morrer por causa desse pecado (Hb 9:22);
2. O pecador precisa de um substituto. Sabemos já que a consequência do pecado é a morte (Gn 2:17, Rm 6:23), mas também sabemos que todos nós somos pecadores e, portanto, estamos todos condenados a morte. Mas o ritual de sacrifício mostra que há um substituto, alguém que toma o lugar do pecador e recebe a penalidade no seu lugar permitindo que o pecador seja perdoado e viva;
3. O horror do pecado. Sem dúvida o ritual do sacrifício era uma experiência dramática. O próprio pecador devia matar o animal sacrificado (Lv 4:27-29) salientando dessa forma que a vítima inocente morria pela sua causa.
Sacrifícios inúteis?
“Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes” (Is 1:2-15).
• No tempo de Isaías, os filhos de Judá estavam mergulhados nas águas mornas de uma religião de aparências. Frequentavam o templo, ofereciam sacrifícios, observavam as festas e os sábados, faziam orações, mas estavam completamente destituídos de poder. Enquanto ostentavam a posição de povo eleito de Deus, Deus rejeitava suas “ofertas vãs” (Is 1:13). Essa trágica situação não foi a 1ª em que Deus rejeitou sacrifícios.
“Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou” (Gn 4:4 e 5).
• Gênesis 4, traz o 1º nascimento no planeta Terra e o 1º ato de violência e morte. Os eventos dão uma ideia de como seria a vida humana após a queda, ou seja, mistura de vida e morte;
• Em Gênesis 4 a atenção se volta para Caim, seu nome é citado 16 vezes, em 7 dessas, Abel é identificado como seu irmão;
• Pelo fato de ser o filho primogênito, Caim era especial.
“Deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Senhor” (Gn 4:1).
• Eva associou o nascimento de Caim à presença de YHWH. A mulher foi a 1ª pessoa que mencionou o nome do SENHOR (YHWH). Ela acreditava que o próprio Deus havia descido e Se tornado Aquele a quem ela tinha dado à luz: “Eu dei à luz um menino, o Senhor” (Gn 4:1). É certo que ela se lembrava da promessa de Gênesis 3:15;
• “Depois que Adão e Eva ouviram pela primeira vez a promessa, aguardavam um cumprimento imediato dela. Receberam alegremente seu primeiro filho, na esperança de que fosse o Libertador” (DTN, 31);
• O nome Caim vem da palavra hebraica que significa “redimir” (qanah);
• Caim tinha tudo para dar certo, mas “agradou-se o Senhor de Abel” (Gn 4:2-5).
“Trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste” (Gn 4:2 e 3).
• “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim” (Hb 11:4). Quando Caim negligenciou o sacrifício animal, ele não expressou fé no Salvador vindouro, e “tudo o que não provém de fé é pecado” (Rm 14:23);
• “Esses irmãos… estavam cientes da providência tomada para a salvação do homem, e compreendiam o sistema de ofertas que Deus ordenara. Sabiam que nessas ofertas deveriam exprimir fé no Salvador a quem tais ofertas tipificavam… Sem derramamento de sangue não poderia haver remissão de pecado. Além disso, as primícias da terra deviam ser apresentadas diante do Senhor em ação de graças” (PP, 40);
• A oferta de Caim foi a expressão do esforço humano para alcançar a Deus; a oferta de Abel foi a expressão da necessidade do ser humano da salvação oferecida por Deus. Além disso, estava relacionada à promessa do Cordeiro messiânico de Gênesis 3:15, que seria sacrificado para salvar o mundo, enquanto a oferta de Caim era um ritual vazio;
• “Caim foi perante Deus com incredulidade no coração com respeito ao sacrifício prometido e à necessidade de ofertas sacrificais. Sua dádiva não expressava arrependimento pelo pecado. Preferiu a conduta de dependência própria. Viria com seus próprios méritos” (PP, 72);
• Caim colocou o adorador no centro. É o sentimento que impera. É a cultura que manda. É o que ele acha. É o que ela gosta. É o que ele acredita. É o que ele ama. É o que ele deseja. É o que importa pra ele. É do seu jeito. É inimigo quem se opõe. É cancelado quem o reprova. Esse é o culto de Caim. O culto da vontade própria (Jd 11);
• A oferta de Abel foi uma demonstração de fé. A oferta de Caim, em contraste, foi uma tentativa de obter a salvação pelas obras;
• Muitos anos depois, Moisés prescreveu a oferta de grãos e frutas (Lv 2 e Dt 26), de modo que não temos motivos para acreditar que tais ofertas não eram aceitáveis desde o princípio. Contudo, mesmo que Caim tivesse sacrificado animais e derramado o sangue deles, não teria sido aceitáveis para Deus por causa da condição do seu coração;
• Sem seguir as orientações de Deus, a oferta não será aceita;
• Caim não foi rejeitado por causa da oferta que escolheu, mas sua oferta foi rejeitada por causa de Caim: seu coração não estava em ordem com Deus;
• A adoração genuína é dar a Deus o que Ele pede;
• A melhor maneira de agradar a Deus é fazer o que Ele pede, do jeito que Ele pede, e com um coração sincero;
• “Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar” (1º Sm 15:22);
• Embora não seja revelada a maneira como Deus aceitou a oferta de Abel, ela consistiu na aparição de um fogo celestial para consumir o sacrifício, como ocorreu muitas vezes em épocas posteriores (CBA, vl 1, 225);
“Abel entendeu os grandes princípios da redenção. Viu-se como um pecador, e viu que o pecado e sua pena de morte o separavam da comunhão com Deus. Levou a vítima morta, a vida sacrificada, reconhecendo assim as reivindicações da lei que fora transgredida. Por meio do sangue derramado, olhava para o futuro sacrifício: Cristo morrendo na cruz do Calvário. E, confiando na expiação que ali seria feita, tinha o testemunho de que era justo e que sua oferta seria aceita” (PP, 48).
Sangue de touros e de bodes
“O pecador amarrava as patas dianteiras do animal e, colocando um nó corrediço em torno de suas patas traseiras, juntava as quatro pernas. Imobilizado dessa forma, o animal caía de lado e seu rosto ficava voltado para o lugar santíssimo. Em seguida, o adorador colocava ambas as mãos sobre a cabeça do animal para sinalizar a transferência de seus pecados para seu representante. Esse ato retrata o penitente apoiando todo o seu peso sobre a criatura. Com as mãos pressionando sua culpa sobre a cabeça da vítima e o rosto voltado para o lugar santíssimo, o penitente silenciosamente confessava seus pecados a Deus, e prometia uma mudança de atitude fazendo a antiga oração hebraica que terminava com as palavras: ‘Eu volto em arrependimento, e que isso seja para minha expiação [literalmente, cobertura]’. O pecador então agarrava a faca e cortava deliberadamente a garganta de sua vítima (Lv 1:5). Com esse ato, reconhecia que seu pecado havia sido a causa da morte de seu representante. Sua observância do ritual mostrava que ele aceitava a reivindicação da lei imutável de Deus, admitia que a morte era o resultado de sua transgressão e afirmava que sua única saída seria por meio da morte vicária Daquele que tomaria seu lugar” (Leslie Hardinge, With Jesus in His Sanctuary: A Walk Through the Tabernacle Along His Way, 371).
“O sangue, representando a vida que havia sido perdida pelo pecador cuja culpa a vítima carregava, era levado pelo sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do véu, atrás do qual estava a arca contendo a Lei que o pecador transgredira. Por essa cerimônia, o pecado era transferido, mediante o sangue, em figura, para o santuário. Em alguns casos o sangue não era levado para o lugar santo; mas a carne deveria então ser comida pelo sacerdote (Lv 10:17). Ambas as cerimônias simbolizavam a transferência do pecado do penitente para o santuário” (GC, 418).
A sucessão de transferências dos pecados era assim:
• Do pecador para o animal (Lv 1:4; 5:5);
• Do animal para o sacerdote (Lv 6:26; 10:17);
• Do sacerdote para o santuário (Lv 4:5; 10:18);
• Do santuário para Jesus, o Cordeiro de Deus (Lv 16:5-10 e 15-19);
• Do santuário para Satanás (Lv 16:5-10 e 20-27).
Os sacrifícios do AT eram simbólicos e, portanto, imperfeitos. Não consistiam numa solução real e definitiva para o problema do pecado (Hb 9:9; 10:1-4, 11). Eles apenas apontavam para o sacrifício de Jesus, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Por ser perfeito e eficaz, o sacrifício de Jesus não precisa ser repetido (Hb 9:26, 28; 10:10; 1Pe 1:19).
Em Hebreus 9, Paulo falou do sacrifício superior de Cristo. Por que é superior?
o Sua oferta não foi aplicada no santuário terrestre, mas no celestial (Hb 9:23, 24);
o O sangue que Ele ofereceu não foi de um animal, mas o Seu próprio sangue (Hb 9:25, 26);
o O sacrifício de Cristo foi definitivo (Hb 9:12, 28; “uma vez por todas” e eficaz (Hb 9:14; “purificará a nossa consciência” (Hb 10:14); “aperfeiçoou para sempre”.
O Cordeiro pascal
“Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1ª Co 5:7).
• O sacrifício do cordeiro na páscoa era um “tipo” que apontava para o sacrifício de Cristo. Foi graças ao sangue desse cordeiro que o anjo da morte passou sobre as portas das casas dos israelitas que se preparavam para o êxodo (Êx 12:13, 14). Seguindo o mesmo raciocínio, Isaías comparou o “cordeiro” sacrificado ao Servo sofredor que salvaria a humanidade levando sobre Si os pecados de todos (Is 53:7);
• No NT, encontramos esse mesmo conceito. Lucas usou a palavra partida, ou exodus, em grego, para se referir à morte de Jesus (Lc 9:31), fazendo alusão ao efeito espiritualmente libertador e redentivo de Sua morte. Contudo, quando João Batista identificou Jesus como “o Cordeiro de Deus” acrescentou ao cordeiro pascal outra dimensão surpreendente: a divindade, pois esse cordeiro tinha caráter divino;
• Na gramática hebraica, a expressão “Cordeiro de Deus” significa “o Cordeiro divino”. Para João, Deus tinha Se tornado esse Cordeiro que foi sacrificado na páscoa. Para salvar a humanidade, o grande Deus do Universo Se identificou com a vítima mais vulnerável;
• O título “cordeiro”, aparece 32 vezes no Apocalipse para se referir a Jesus (Ap 5:6, 8, 12, 13; 6:1, 7, 12, 16; 7:9, 10, 14, 17; 8:1; 12:11; 13:8; 14:1, 4 (2x), 10; 15:3; 17:14 (2x); 19:7, 9; 21:9, 14, 22, 23, 27; 22:1, 3, 14). O herói do Apocalipse é o Cordeiro, pois Ele morre para nos salvar (Ap 5:6, 12, 7:10), e é através do Seu sangue que os fiéis têm suas vestes lavadas, uma imagem dos seus pecados perdoados (Ap 7:14; 22:14) e de que eles alcançam a vitória (Ap 12:11);
• A 1ª menção de um cordeiro na Bíblia se encontra na pergunta de Isaque: “Onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22:7). Os outros 38 livros do AT conduzem o leitor por um caminho em que a pergunta de Isaque é respondida com detalhes e de modo progressivo, desde os rituais da Páscoa até a ocupação da eira de Araúna por Davi e assim por diante. A história do AT é pontuada com inúmeras profecias messiânicas que preveem a ocasião em que a pergunta de Isaque seria respondida plenamente. Na 1ª menção de um cordeiro em João (1:29-34), parece que João Batista estivesse respondendo à pergunta de Isaque, e o cenário não poderia ser mais apropriado: pecadores se arrependiam e eram batizados, simbolizando a morte para o pecado e o início de uma nova vida. De repente aparece Jesus, o Cordeiro de Deus, e os céus O anunciam (Mt 3:17). Observe que uma voz, do Anjo do Senhor, também anunciou do céu a solução para o problema de Abraão e Isaque (Gn 22:11-14). Quando juntamos todas as peças, fica claro que Jesus, o Cordeiro de Deus, é nosso Substituto;
• É significativo que a referência a um “cordeiro” por Isaque (Gn 22), é a única passagem da Bíblia em hebraico em que a palavra “cordeiro”, é definida. Todas as outras passagens das escrituras que contêm essa palavra a usam em um sentido indefinido. Esse caso único testifica uma aplicação especial e única. Isaque (com Abraão) se refere a um cordeiro único que transcende todos os outros;
• O fato de que a palavra “cordeiro” é usada por João em seu Evangelho (Jo 1:29, 36), e especialmente em Apocalipse, no sentido definido como “o cordeiro”, sugere que João está aludindo ao “cordeiro” da pergunta de Isaque, “Onde está o cordeiro?” (Gn 22:7). Essa relação intertextual nos permite supor que “o cordeiro” de Isaque se refere ao Filho de Deus, conforme entendido por João. Essa interpretação é, de fato, confirmada na resposta de Abraão à pergunta de Isaque: “Deus proverá para Si o cordeiro para o holocausto” (Gn 22:8);
• Em meio às imagens de bestas perigosas, de um dragão que faz guerra, de pragas, de perseguição e da marca da besta, permanece à frente e no centro o Cordeiro de Deus.
Jesus no templo
“A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2:7-9).
• O templo de Salomão havia sido destruído em 586 a.C. pelos babilônios, e a reconstrução deste lugar enfrentava muitos desafios após o retorno dos judeus do exílio. Era um tempo de paralisia espiritual, o povo estava acomodado, e sem recursos suficientes, foi então que Deus levantou o profeta Ageu para animar Seu povo;
• Como 70 anos ainda não haviam se passado (Ag 1:2) desde a destruição do 1º templo, é bem provável que os mais antigos ali presentes tivessem contemplado o 1º templo na sua infância. Alguns comentaristas creem que Ageu já fosse idoso o bastante para tê-lo visto;
• A notável diferença entre a magnífica “glória” do templo de Salomão e a aparência decepcionante do novo edifício deve ter trazido tristeza profunda para o povo, já sentida no lançamento da pedra fundamental 15 anos antes (Ed 3:11-13);
• Flávio Josefo afirmou que o 2º templo teve apenas metade da altura do templo de Salomão e em muitos aspectos era inferior a ele (Antiguidades, viii.3.2; xv.11.1);
• Nesse contexto, Deus falou do envio do “Desejados de Todas as Nações”, expressão única na Bíblia, carregada de significado; a qual faz referência direta ao Messias, cuja vinda traria paz e glória ao templo e ao mundo inteiro (Ag 2:1-7);
• A glória do 2º templo maior que a do 1º está relacionada à presença do próprio Messias, que estaria presente no templo. Jesus, durante Seu ministério terrestre, ensinou e realizou milagres no 2º templo, trazendo consigo a presença divina, cumprindo assim a profecia de Ageu (Ag 2:8);
• Jesus como “O Desejado de Todas as Nações” reforça a centralidade de Cristo na história da salvação da humanidade. A profecia de Ageu aponta para a encarnação de Cristo, à vinda dAquele que traria a verdadeira paz e reconciliação entre Deus e os pecadores;
• A promessa de paz em Ageu 2:9 tem uma dimensão escatológica. Jesus é o Príncipe da Paz (Is 9:6); embora em sua 1ª vinda Ele inaugura o Reino de Deus, a paz plena será realizada em Sua 2ª vinda, quando todas as coisas serão restauradas. Mas, também aponta para o fim do milênio, quando a glória de Deus encherá não apenas um templo físico, mas todo o cosmo;
• A promessa de glória e paz associada à vinda do Messias não só encorajou aos pobres exilados a reconstruírem o templo, mas também apontou para uma realidade maior, onde Cristo traria a verdadeira redenção e paz;
• A glória do 2º templo não residia em sua estrutura física, mas na presença de Jesus, que trouxe e trará a plenitude da verdadeira glória e paz no mundo.
Porque criaste todas as coisas
“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor” (Is 6:1-5).
• Poucas pessoas tiveram uma visão na qual contemplaram o Senhor em Seu Trono: Micaías (1 Rs 22:19); Isaías (Is 6:1); Moisés (Êx 24:10); Amós (Am 9:1); Daniel (Dn 7:9); Ezequiel (Ez 1:1); Estêvão (At 7:56) e João (Ap 4:1-6).
“Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6:1).
• Enquanto o trono de Judá estava vazio, o profeta viu um trono que nunca ficará vazio;
• O Senhor permanece estabelecido em Seu trono. Outros reis passaram, e passarão, mas o domínio do Rei do Universo “é domínio eterno, que não passará” (Dn 7:14). O autor enfatiza que o Senhor está assentado “e as abas de Suas vestes enchiam o templo” (Is 6:1), o que significa que a presença do Senhor impregna o templo;
• Quem tem Deus como Rei nunca experimentará o desamparo;
• O rei Uzias havia morrido, mas o Senhor vive.
“Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos” (Is 6:1-4).
• Os serafins usam duas de suas 6 asas para cobrir seus rostos, a fim de não serem consumidos ao fitar a glória do Senhor. Com duas de suas asas cobriam os seus pés, um ato de humilhação, e com duas eles voavam para cumprir as ordens do Senhor;
• Podemos ver uma figura semelhante em Apocalipse 4:8: “E os 4 seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, 6 asas, estavam cheios de olhos, ao redor e por dentro. Não tinham descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: ‘Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir’”;
• Para alguns estudiosos, a santidade de Deus (YHWH) representa a essência oculta de Seu ser, Sua transcendência absoluta, a perfeição divina que O separa de Sua criação: uma distinção tanto em essência quanto em caráter – e Sua majestade moral;
• “Quando Isaías contemplou essa revelação da glória e majestade de seu Senhor, sentiu-se oprimido com o senso da pureza e santidade de Deus. Que contraste entre a incomparável perfeição de seu Criador e a conduta pecaminosa dos que, como ele, faziam parte do povo escolhido de Israel e Judá!” (PR, 307);
• A presença de Deus sempre foi percebida na Bíblia com profunda reverência, Moisés tirou as sandálias (Ex 3), João caiu com rosto em terra (Ap 1);
• A santidade de Deus é o que O torna único e diferente de nós, santo é o único atributo de Deus repetido três vezes na Bíblia.
• A adoração santa e perfeita dos Serafins nos ensina a adorar com toda reverência, humildade e modéstia. Deus é santo e exige santidade de Seu povo. Vivemos num mundo profano, mas somos um povo santo separado para o Senhor. Ele também diz: “Sede santos”;
• Em uma época de decadência espiritual e moral era importante que Isaías visse Deus em toda a sua santidade. E assim também que veremos o Senhor um dia.
“Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido!” (Is 6:5-7).
• O profeta reconheceu-se indigno diante do esplendor descortinado diante dele;
• Um vislumbre da glória celestial é suficiente para nos convencer de que todas as nossas justiças são como trapos imundos;
• Isaías estava perdido, mas Deus o achou!
• Imperfeição não habilita ninguém a cumprir o chamado divino, mas a graça sim;
• Antes de ganharmos pecadores precisamos entender que somos pecadores.
“Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva” (Is 6:5-7).
• Brasas vivas eram levadas para dentro do Lugar Santíssimo no Dia da Expiação (Lv 16:12), quando era oferecido sacrifício para expiação dos pecados.
“Uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz” (Is 6:5-7).
• O altar de incenso (Ex 30:1-5) era, sobretudo, um altar de intercessão. João viu orações que partiam do coração de pecadores arrependidos apresentadas com incenso diante do trono da graça (Ap 8:3, 4).
“Com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios” (Is 6:5-7).
• O lábio foi tocado porque era a parte a ser usada pelo profeta. Seus lábios representavam sua fala e sua identidade. Como o profeta Isaías realizaria, literalmente, a obra de um porta-voz, isto significa que ele seria, em certo sentido, a boca de Deus para os homens;
• Seriam os lábios purificados de Isaías que levariam a mensagem divina a Judá.
“Ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado” (Is 6:7).
• É dos lábios de um dos Serafins que ecoa as palavras avassaladoras de um amor soberano, que asseguram ao profeta perdão absoluto;
• O perdão é o centro da mensagem evangélica das profecias de Isaías;
• Antes de sermos enviados, necessitamos ser perdoados;
• A contemplação começa revelando quem você é, mas termina mostrando o que Deus pode fazer.
Na adoração no santuário ou templo, a principal razão para se tirar uma brasa do altar era acender o incenso. Porém, em Isaías 6, o serafim utilizou a brasa no próprio profeta, em vez de no incenso. Enquanto Uzias desejava oferecer incenso, Isaías se tornou um incenso! Assim como o fogo santo queimava o incenso para encher a casa de Deus com a fragrância sagrada, esse fogo inflamou o profeta para espalhar uma mensagem santa. Não é por acaso que nos próximos versos, de Isaías 6:8 em diante, Deus tenha enviado Isaías ao Seu povo.
“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:8).
• Os 4 evangelhos mencionam o chamado de Isaías (Mt 13; Mc 4:; Lc 8; Jo 12;
• A prontidão do profeta em se oferecer à obra missionária, sem mais hesitação, deve ser um exemplo para milhares de crentes que, tendo o privilégio de frequentar a igreja com regularidade, de estudar livremente a Bíblia, sem perseguições, nunca permitem que um conceito de dedicação, de vocação, de missão, venha a demovê-los de seu egoísmo comodista e irresponsável;
• ‘Eis-me Aqui’, sempre será a melhor resposta para um chamado de Deus;
• Deus não precisa da nossa capacidade e sim da nossa disponibilidade. Disponibilidade é mais importante que capacidade;
• “A todos quantos se tornam participantes de Sua graça, o Senhor indica uma obra em benefício de outros” (CBV, 148).
• Deus poderia enviar Seus anjos serafins para pregar; mas, preferiu nos enviar.
O profeta Isaías teve 3 visões:
• Uma visão de Deus - sua majestade;
• Uma visão de si mesmo - sua pecaminosidade;
• Uma visão do ministério - seu chamado.
Conclusão:
Os mineiros escravos terminaram um dia de trabalho. Após o trabalho era comum se contar as cavadeiras, o chefe era quem contava as cavadeiras. Naquele dia não havia 37 cavadeiras, havia 36. O capataz encostou os 37 escravos e começou perguntando quem pegou uma cavadeira? Ninguém se manifestava, foi então que ele começou a espancar os 37 escravos. Quem pegou a escavadeira? Como ninguém se manifestava ele pegou a sua arma, e disse vou matar todos vocês. Quando ele foi matar o 1º escravo, um deles disse: “eu sou o culpado”. Tomado pela cólera aquele capataz deu 8 tiros naquele escravo diante de todos. Todos foram liberados, e na hora de colocar as cavadeiras no abrigo, o capataz percebeu que ele havia contado errado e que ali estavam as 37 cavadeiras.
O pecado é uma dívida pessoal e intransferível, não há equívocos quanto a isso, você e eu somos pecadores e sabemos que somos. Só o Filho de Deus pode pagar o preço do pecado por nós.
Louvo a Deus pelas maravilhosas lições que podemos aprender de Sua Palavra e é por isso que sou apaixonado pela Escola Sabatina! #lesadv